Policial Dançarino

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— Vocês vai querer explicar agora, ou só para o delegado? - o policial nos fala em um tom autoritário.

Ele é alto, cabelos claros e olhos negros. Rosto fino e queixo pontudo.

— Não é o que parece, senhor. Isso aqui é geléia, se quiser pode provar. E estamos correndo de... Cachorros, e eu sem querer joguei uma pedrinha nele, mas não o matamos.

Não quis falar do serial killer que acabamos de encontrar, caso contrario seriam mais 1 hora procurando, eu já não tenho tempo, então menti.

— Eu e minha amiga aqui, - aponto para a Emma que parece estar prestes a chorar. - Estamos procurando um endereço que minha mãe me deu. - mostro o endereço a ele. - Fala sério! Eu não seria capaz de matar uma mosca a julgar pela minha cara de retardada e meu braço fino. - Digo, tentando convencê-lo.

O policial nos olha o momento com cara de desconfiado, e fala.

— É. Realmente você não seria capaz de matar ninguém com esses músculos. - EU MATO VOCÊ AGORA, FILHA DA...- Mas não posso deixar duas meninas menores por aí na madrugada, então sugiro que entrem no carro e eu levarei vocês ao endereço.

Olhamos para o carro. Era um carro de polícia grande, com aqueles tipos de pequenas celas atras usadas para por o detido.

— Okay. Mas nós não vamos na cela. - Emma brincou.
— Okay. - repetiu o policial. - A cela esta lotada mesmo.

Olhei para Emma e ela estava de olhos arregalados.

[...]

Vinte minutos no carro. Vinte minutos de silêncio. Vinte minutos sendo incomodada por um detido brincando com meu cabelo.

O cara é alto, gordo, de aparência extremamente parecida com o serial killer anterior. Usa roupas de mendigo, tem cheiro de mendigo, e é sujo como um mendigos.

— Parece que ele gostou de você. - Emma susurra no meu ouvido.

Estamos no banco traseiro, e a única coisa que nos separa dele é uma pequena cerca como uma grade, que tem buracos suficientes para passar um rato grande, talvez até um coelho. Olho com raiva para Emma e para o infrator, que da um sorriso amarelo (literalmente) e fala:

— Oi gatas.

E por incrível que pareça, a retardada que eu chamo de amiga, da um sorriso ao demente atrás de nós e responde.

— Oi. Qual seu nome? - Olho para ela surpresa. Ela me olha e pisca um lado do olho. Essa garota é louca? Nunca soube que ela tinha fetiche por criminosos.

— Meu nome é Colosso, gata. E o seu?

O demente responde e... MAS PERA, COLOSSO? O COLOSSO IRMÃO DO SERIAL KILLER? O COLOSSO QUE EU MATEI?

Emma entendeu meu pânico, e quando eu ia começar a surtar uma voz fina no rádio da polícia ecoou:

— Câmbio, Xerife César. 121 na R. Castro.
— QSL. - o policial fala. - Emergência, meninas. A operação não vai demorar muito, já que estamos no centro, talvez uns 40 minutos e...

- QUARENTA MINUTOS? - o interrompo gritando- TÁ LOUCO? JÁ ESTOU AQUI A VINTE MINUTOS COM UM... QUER PARAR DE BRINCAR COM MEU CABELO? - o demente parou. - VOCÊ ESTÁ EM UM CARRO COM DUAS CRIANÇAS E UM DEMENTE QUE A PROPÓSITO ESTÁ FEDE PRA CACETE, E QUER NOS LEVAR PRA MAIS UM CRIME?

— VOCÊS NÃO SÃO CRIANÇAS, E ESSE DETIDO NÃO IRÁ MACHUCAR VOCÊS. NÓS VAMOS RESOLVER O CASO, E FIM DE PAPO! - O policial grita.

Eu me calo. Ele tem razão, e talvez o 121 seja um crime leve, mesmo assim eu decido perguntar.

— E o que é 121? - pergunto depois de um tempo.
— Artigo 121, assassinato.

Congelei. E antes que eu pudesse gritar com o xerife, Emma faz uma coisa que surpreende todos nós.

EMMA POVS

Me joguei em cima do "Xerife César" e pus as mãos no volante. Nem louca eu iria para a cena de um crime assim, e ficar no mesmo carro que um assassino! O carro fazia um ziguezague pelas ruas.

— AAAAAAAAAAAAAAH - todos gritavam apavorados, exceto o criminoso ali atrás que gargalhava feito um retardado. Que cara louco!
— PARA.. COM... ISSO - O policial gritava tentando recuperar o volante.
— SÓ.. SE...VOCÊ PARAR... ESSE CARRO - gritei tentando fazer ele parar aquela merda.

E em um impulso rápido, o policial me empurrou e eu fiquei nada mais nada menos que pendurada na janela, com a metade do corpo pra fora, e outra metade para dentro.

MELISSA POVS

— SOCOOOOOORROOOOOOOOO - Emma gritava desesperada.
— PELO AMOR DE DEUS! - fui para o banco do carona e tentei puxar minha amiga para dentro. - VOCÊ É MUITO PESADA! - gritei com dificuldade
— AH, CALA BOCA MELISSA, ME TIRA DAQUI!

Coloquei toda a minha força nos meus braços finos e puxei minha amiga para dentro do carro, que por sua vez bateu a cabeça no painel do carro, e gruniu de dor.

Olhei furiosa para o policial, e ele parou o veículo.

— POR QUE NÃO PAROU ESSE CARRO ANTES? - Emma gritou, e na sua testa havia um corte sangrando.

- POIS É, NÃO TERIA CAUSADO TANTA TURBULÊNCIA! - minha vez de gritar.

- OLHA AQUI, CALEM A BOCA! - o policial falou com a voz mais grave que ele tinha, e nos calamos. Pegou seu rádio transmissor e disse:

— Aqui é o Xerife César, câmbio.
Demorou um minuto e a voz anterior feminina respondeu.
— Na escuta.
— Peço que passe o caso, obtive certos problemas. - o xerife falou, frustrado.
QSL. - a voz respondeu, e o xerife abaixou a cabeça. E tornou a nos olhar. Eu estava me sentindo muito culpada
— Olha, vocês me fizeram perder um caso e saibam que isso vai ser descontando do meu salário. - ele parou um pouco. - Eu odeio isso. - ele disse e bateu o painel do carro. - Fala sério! Eu queria ser dançarino!
Emma e eu colocamos as mãos na boca para não rir.

— Você seria um ótimo dançarino, Sr César. - eu disse com certa falsidade.
— Obrigado, Ahn... Qual seu nome mesmo?
— Melissa, senhor. E o dela é Emma.
— Certo, obrigada Melissa. E desculpe Emma, eu não queria te machucar, apenas garantir minha sobrevivência.

Emma exibe um sorriso sincero ao policial.

— Certo, agora preciso levar vocês.

[...]

— Obrigada mais uma vez, Sr César. Nos vemos por aí, quem sabe você já esteja dançando. - brinquei. Já estamos do lado de fora do carro.
— Quem sabe, Melissa. Tchau, Emma. - o policial fala.
— Tchau xerife. Tchau Colosso. - A infeliz se despede. E eu dou um empurrão nela.

O policial canta pneu, indo embora.
— Não sabia que gostava de dementes criminosos. - Falo pra ela com cara de surpresa.
— Ah, qualé. Até que ele é bonitinho. - ela fala, séria.
Continuo com minha cara de surpresa, e ela da uma gargalhada. Sacana.

Viramos, e damos de cara com um Banco. Como é que não pensamos nisso antes? Dinheiro tem que estar num banco, certo? Olho no relógio e são 2:48 da manhã. Caminhamos para dentro no banco, corações acelerados, é agora.

Adentramos o banco e tem poucas pessoas, apenas alguns funcionários e alguns homens sacando dinheiro. Avistamos uma atendente e fomos até lá.

— Olá, bom... dia, sei lá. Meu nome é Melissa e eu estou, na verdade não sei o que estou procurando mas minha mãe nos deixou isso aqui. - ofereço o papel para a atendente que nos olhava com cara de nojo. E com toda razão, estamos horríveis!

Ela leu por um momento a carta depois sorri. Falsiane!

— Para sua sorte, o Dr Carter está neste estabelecimento resolvendo uns problemas. Você pode falar pessoalmente com ele, ele esta no segundo andar, terceira porta a direita. Boa sorte.

[...]

Em alguns minutos chegamos no destino. Estamos na frente de uma porta azul. Emma segura minha mão, me apoiando, sorri para ela e a porta se abre.

Give me Love [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora