Assassina?

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Abro o envelope de uma vez. E dentro tem uma carta, em um papel cor-de-rosa, com uma caligrafia linda. A da minha mãe.

— Leia.- Emma incentivou.
— Certo. - sinto um nervosismo estranho. Mas mesmo assim leio a linda carta:

"Querida Melissa,
Eu não sei onde você está agora, ou onde eu estou, mas quero que saiba que sempre estou com você. No momento em que escrevo essa carta, você esta meigamente dormindo. Uma criança linda de 10 anos com um futuro mais lindo ainda pela frente. Meu amor, eu quero que você me prometa duas coisas, é pedir muito? A primeira coisa, é que você , por mais difícil que for não desista. Você sempre foi uma menina sonhadora! E eu sempre admirei isto em você. Eu quero que saiba, que o mundo é seu querida. E nenhum lugar é longe demais. Vai parecer difícil muitas vezes, mas você tem uma coisa dentro de você que ninguém pode tirar: fé!
A segunda coisa que quero te pedir, é que: meu amor, seja forte. Seja forte mesmo quando tudo ao seu lado desmoronar. Seja a coluna que nunca cai, seja uma pessoa corajosa. E eu prometo que tudo dará certo.
Você deve estar se perguntando afinal qual é o seu presente. Bom, essa é a hora. Rs. Sim, na verdade é a hora. A hora que você vai estar longe de mim. Mas saiba que eu nunca estarei longe de você. A hora que você vai voar com suas próprias asas. Você tem 18 anos, meu amor. Como o tempo passa rápido! E você é tão linda.
Eu sempre falei que sua voz é maravilhosa. E realmente é, não duvide disso. Ela pode mudar vidas, por isso use- a com sabedoria, meu anjo. Assim como você usará com sabedoria este presente. Eu acredito em você, Mel, eu confio em você.
Te amo muito minha pequena!

Como amor,
Thayla Young.

Você irá precisar da chave e deste endereço:
Rua Alpino dos Ares - s/n - Prédio grande azul.

Obs: Procure outra carta no envelope."

Instantaneamente procuro a tal carta e a acho. Dentro, tem os seguintes dizeres:

"Theyla Young Montes (RG: xxx.xxx.xxx-xx), natural de Rio de Janeiro (RJ), solteira, residente em um Apartamento Studio, Empregada Doméstica; vem por meio deste, afirmar o passe de uma quantia de dinheiro (que se encontra no fim deste documento), para sua filha Melissa Young Montes (Registro: xxx.xxx.xxx-xx), sem data prevista.

Thayla Young Montes | Dr. Carter Fill
Assinatura. | Advogado

Valor do Passe:
R$ 500.000
(Quinhentos Mil Reais) "

Termino de ler a carta. Completamente atônita! Não é possível. Dinheiro? Passe? Minha mãe? Rica?!

— OMG! Não pode ser verdade! - Emma comenta. - Será verdade?
— Minha mãe não mentiria, Emma. - respondo. Minha voz sai gélida, ainda estou atordoada. Será mesmo?
— Então... Você está rica? Sério? - Agora ela sorria. E eu sorri também. Sim, era verdade. Eu acreditava na minha mãe.
— Eu, eu acho que sim Emma. - meu sorriso estava radiante - Precisamos ir urgente!
Lembrei de uma coisa.

— A minha avó me deu essa chave. - Mostro a chave para Emma - Acho que temos que ir atrás deste endereço, e levar tudo isso.
— Sim, claro. Mas, você vai assim? - ela me empurra para a frente de um espelho.

A cena é cômica. Tem sangue no meu nariz, um pequeno corte no braço esquerdo, e minha roupa está suja de geléia de morango que mais parece sangue. Estou com aparência de uma...

— Assassina! - Falamos juntas.

[...]

Eu e Emma estamos correndo em direção ao endereço louco que minha mãe me deu. Decidi sair com minha roupa suja mesma, tamanha a excitação, mas parece que ninguém confia em uma pessoa correndo "ensanguentada" com uma chave na mão, pedindo informação às 01:15 da manhã.

Enquanto corro, fico pensando nas palavras da minha mãe. "Seja forte. Não desista." Ela sempre soube, sempre soube que eu sonharia alto demais, e ela confia em mim. Ela confia em mim.

— Olhe ali, Lissa. Um homem, deve ser vigia noturno, vamos perguntar se ele conhece este lugar! - Emma sugere, é um cara que está de costas, em frente a uma loja de jóias, corremos em direção a ele.
— Com licença, senhor, eu e minha ami... - eu começo a falar, e ele vira o rosto para nos olhar.

Recuamos. O cara é extremamente assustador: tem uma cicatriz que corta todo seu rosto, um de seus olhos é completamente branco e acredite ou não, segura uma faca enorme em uma das mãos. Ferrou.

— Ah... Não é nada, senhor. Desculpe incomodá-lo. - Emma se pronuncia, e quando estávamos nos preparando para dar o fora dali, o serial killer fala:

— Calma, garotinhas. Pra quê a pressa? - ele olhou para os lados - Entrem naquele beco agora, ou eu mato vocês. - Sussurrou a última frase, e nos apontou sua faca. Emma soltou um gritinho.

Eu não sei da onde, como, nem por que veio a minha coragem, mas ela veio. E sem pensar nada, agindo como um animal tentando se defender, eu disse:

— Es-escuta. Sou perigosa! Está vendo esse sangue? Eu matei... - olhei para o lado e vi um bar chamado Corsof, é agora ou nunca.

— Eu matei, Corsofo! - O QUE EU FALEI?
O serial nos olhou de olho esbugalhados e disse:
— Colosso? Você matou Colosso? O meu irmão Colosso?

Puta merda! Agora eu morro! Não tinha o que pensar, então Emma gritou:

— CORREEEEE!!

E não foi diferente, corremos sem parar, passando por muitos lugares sem olhar para trás, e quando corremos o que pareceram horas, Emma gritou.

— Para! Ninguém... Seguindo... A... Gente... - ela ofegava. Parei ao lado dela e também ofegava:
— Eu... Matei... O... Irmão... Dele!
— Você matou quem?

E ouvimos uma voz grave. Devagar levantamos os olhos, e para nosso completo azar (ou sorte) um policial esta parado, sério, com as mãos na cintura.

— Merda!

Give me Love [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora