Inocence um caminho diferente capítulo 12

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- E então você me desculpa se te ofendi ou de uma certa forma te magoei, não foi minha intenção, só queria trocar alguns conhecimentos de viagens com você e te prometo que não tenho intenção nenhuma de te fazer mal.

Henrique é  muito educado e sério, moreno com um leve bronzeado, cabelos lisos ondulados com alguns fios caindo sobre a testa, um excelente físico e de uma extrema elegância, já o havia observado no avião,  mais agora de pé com ele na minha frente percebi melhor, ele diz tudo isso olhando nos meus olhos, ele faz questão de tirar os óculos e manter contato visual, enquanto eu sempre olho para as coisas ou pessoas.
- E então eu posso te chamar de Clara?
- Pode sim, todos me chamam assim.
Respondo ainda sem saber se peço  desculpa e vou embora ou  acredito e aproveito para conversar com alguém, expor as ideias sobre o lugar. Afinal na próxima semana não o verei mais e poderei me arrepender de não ter acreditado  na minha intuição de que ele é  um cara legal.
Ele não muda o olhar aguardando a minha resposta, é isso me da enormes buracos no estômago, nossa nem sei como explicar, mais sei que é  uma sensação incomoda, são da minha zona de conforto se estremecendo totalmente.

- Vou te chamar de Ana então, não quero te chamar como todos chamam.

Será que ele gosta de fazer novas amizades?
Não tenho muitos amigos e não sei como agir...

- Tudo bem.

E já sei que estou vermelha, ele definitivamente mexe comigo, mesmo sabendo que não causo o mesmo efeito nele, ele já me deixou bem claro que sou uma criança sem graça.

- Vai ficar aqui até que dia?
- Até domingo a tarde
- Posso ser o seu guia turístico? 

AI MEU DEUS ! as coisas poderiam ficar melhores?

- Não quero te atrapalhar...                                                                                                                                               - E não vai, estou de férias                                                                                                                                                - Não sei tenho medo...                                                                                                                                                      - Medo do que Ana? Sabe estou sendo sincero com você mas realmente eu te entendo.                    - Tenho medo de que você seja algum maníaco sei lá.

Ah, não acredito que falei isso em voz alta!
 É  aonde está o problema,
Minha mãe fala que não posso falar sempre sobre os meus medos, porque pareço ingênua.   

Acho que agora consigo entender o que ela diz.

Ele fica sério acho que analisando o que eu acabei de dizer e depois esboça um belo sorriso.

- Sim você tem razão, só estou surpreso por você ser cautelosa quanto a minha companhia, mas como eu disse eu realmente te intendo.
- Me desculpe...
- Não se desculpe Ana, gostei da sua reação, pode confiar em mim, não quero te fazer nenhum mal, quero somente te proteger.
- Não entendi...
- Só não acho legal você sozinha aqui, você me parece muito alheia as pessoas.
- A entendi e tenho que ir dormir com minha chupeta ás 21 horas?

Dessa vez ele solta um gargalhada

- Nossaaa!

E mais uma vez estou eu brava!

- Não precisa fazer biquinho Ana.
- Não estou fazendo bico não.

E não resisto e começo a rir também!                                                                                                                           Ele vai parando aos poucos e me olha novamente.                                                                                         

- Você é diferente, diria que além de ser boa, você é muito inocente.                                                             E acredita em mim quando falo que isso não é defeito.

Ele se aproxima um pouco de mim e fala novamente.

- Sei que você é inexperiente em relação as pessoas ruins, é só olhar para o seu jeito doce e meigo que notamos a sua ingenuidade.

Inocence um caminho diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora