Capítulo 11 - (1° Parte)

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Cristiano

Assim que acabei de gozar eu sai de cima da mulher que estava comigo e me sentei na cama. Não sei ao certo o nome da mulher, acho que era Rafaela ou Paloma, tanto faz, só sei que era um dos contatos que eu tinha no celular. Mais uma com quem eu transava naquela semana, agora eu estava saindo com uma por dia e eu nunca havia feito aquilo. Estava me sentindo até mal, um verdadeiro pervertido, transava até sem querer e tudo isso para tentar esquecer aquela pequena dos infernos. Mais uma tentativa frustrada, porque assim que terminei de transar e olhei para a mulher só conseguia pensar que ela tinha a cor dos olhos parecidos com os da pequena , ela também era magra só que era alta, se eu me lembrava bem, acredito que ela era modelo... não era pequena como a Camila, nem tinha a pele escura, nem o corpo tão quente e os olhos tão marcantes. Naquele momento eu me senti tão estranho, me pareceu tão errado estar ali, não era com ela que eu queria transar.

Eu olhei para a mulher ainda nua na cama e bufei irritado, eu não sabia o que estava dando em mim ultimamente, mas me sentia desconfortável toda vez que terminava de transar. Não conseguia ficar na mesma cama que a mulher depois que gozava, pior ainda era beijar. Isso eu não conseguia de jeito nenhum, porque sempre lembrava do beijo da pequena...um beijo doce que nada tinha haver com aquela putaria que eu andava fazendo nos últimos tempos. Quando eu tentava beijar na boca na hora do sexo eu me sentia sujo, errado, imundo...eu me sentia um verdadeiro cafajeste, como se estivesse cometendo a pior das traições. Era uma maluquice sem tamanho e eu estava tentando de tudo para acabar com aquela sensação, mas não adiantava nada...acho que o problema era eu. Passei a mãos pelos cabelos em um gesto nervoso, me levantei e comecei a me vestir. A mulher se sentou na cama e me olhou confusa.

-Onde você vai?- ela perguntou.

-Embora.- eu respondi seco.

-Mas eu pensei que nós fossemos passar a noite juntos.-

-Pois pensou errado. Eu te chamei para transar, não para passar a noite. Eu já gozei e você também, então é hora de ir embora. Vou pagar o motel pela noite inteira, se você quiser ficar e dormir aqui, pode ficar a vontade. - eu fui sucinto.

Eu terminei de abotoar minha camisa, calcei meus sapatos, peguei meu blazer e antes de sair do quarto deixei cem reais em cima da estante do quarto. A mulher não tinha me cobrado pela noite, mas eu deixei o dinheiro para que ela pegasse algum taxi para ir embora para casa, já que eu não a levaria embora.

Quando eu sai do motel ainda não eram nem dez horas da noite. Eu peguei meu carro e seguia para minha casa, mas durante o caminho eu passei na porta do Mary's pub, o bar onde a pequena trabalhava. Eu até tentei seguir meu caminho, mas não consegui. Parei meu carro em frente a porta do bar e observei o lugar... "Vai embora para casa Cristiano...você é mais forte do que isso...você consegue...vai embora...vai embora" eu repetia para mim mesmo, mas mais uma noite aquele mantra não adiantou de nada.

Abri a porta do veiculo, caminhei até o bar e entrei. Eram duas semanas, duas semanas inteiras fazendo aquele mesmo ritual: ligava para alguma mulher, fodia e depois ia parar naquela merda de bar. Aquilo só podia ser algum tipo de praga ou algo do tipo. Aquela pequena estava a ponto de me deixar maluco, ela parecia ter algo que me puxava.

Eu entrei no bar e já a procurei pelo salão...a vi atendendo uma mesa no canto. Como em todos os dias, ela vestia seu uniforme preto e tinha os cabelos presos em um coque. Atendia um homem com um sorriso no rosto e eu senti uma espécie de irritação...olhei para o cara e ele também sorria...deveria estar dando de cima dela. Eu fechei o semblante e fui me sentar em uma mesa do canto, fiquei observando a Camila atender o cara e sentia meu incomodo crescer a cada segundo.

A cura no amor #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora