Capítulo 15 - (1° parte)

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Cristiano

Duas semanas de tortura. Duas semanas tentando me manter longe e sem sucesso. Todos os dias eu ia até a porta do bar onde a Camila trabalhava e ficava a observando de longe. Eu estava de pés e mãos atadas com aquela pequena, ao mesmo tempo em que pensava em leva-la para cama eu voltava atrás. Eu não sabia o que fazer e eu detestava aquela sensação. O que eu faria agora? Eu estava sem reação. Meu corpo pedia por ela, mas daquela vez não estava sendo tão fácil seguir o que meu corpo pedia, porque meu coração parecia querer entrar no meio da decisão e eu só ficava me perguntando como tinha deixado as coisas chegarem naquele ponto.

Eu namorei cinco anos com a Amanda, mas nosso relacionamento era sem complicações. Sempre deixei claro para ela que o que a gente tinha era uma relação vantajosa para os dois e nunca prometi amor. Quando ela quis ir adiante eu pulei fora, foi fácil pular fora. Mas agora eu estava ali, diante de um tipo de mulher do qual eu corria, mas não conseguia sair dela. Minha cabeça mandava eu foder com ela e pular fora, meu corpo pedia para leva-la para cama, mas alguma coisa me impedia. Eu só conseguia pensar que a Camila , era do tipo que esperava o homem "certo", um príncipe de armadura brilhante e eu estava longe de me enquadrar naquele perfil. Foda mesmo era que eu não entendia porque estava preocupado com aquilo, já que eu não tinha a intenção de manter contato com ela depois que fossemos para cama. Porque estava me preocupando com o que ela iria sentir depois de perder a virgindade comigo? Porque estava me importando com o que ela pensaria de mim quando me conhecesse de verdade? Porque estava tão receoso dela me odiar depois que nós estivéssemos transado?

Eu estava me sentindo perdido, em verdadeira uma sinuca de bico. Eu não sabia como lidar com aquela situação, pela primeira vez eu não tinha o controle de nada: do meu corpo, da minha cabeça e nem do meu coração. Desde aquele maldito dia do acidente que meus pensamentos só giravam em torno daquela Pequena. Eu precisava parar com aquela história. Precisava me distrair.

Peguei meu celular e olhei na agenda. Tantos números de mulheres diversas, muitas dela eu nem me lembrava do rosto, no entanto a cada nome que passava a imagem daquela mulher vinha na minha cabeça. Eu nem sabia qual tinha sido a ultima vez que transei sem pensar naquele malditos olhos de fogo. Ela não me deixava pensar em outra. Depois de passar pelos nomes de cada uma eu acabei desistindo, não estava com tesão para nenhuma delas. Eu não queria transar com outra e a única que eu queria não ia dar.

No fim das contas eu acabei ligando para o Marcos. O telefone tocou e da quarta vez ele me atendeu.

- Pode falar Cris. – ele falou animado.

- Você está a fim de sair para beber?- eu perguntei.

- Claro. Daqui uma hora eu estou saindo do hospital, eu te encontro no Mary's pub.

- Não! No Mary's Pub não. Eu acho melhor nós irmos naquele bar que fica perto da sua casa.– eu falei rapidamente.

Mary's pub era o bar onde a Camila trabalhava e era o ultimo lugar que eu queria ir naquela noite. Eu não queria mais ficar alimentando aquilo que estava me fazendo perder a razão.

- Ok. Eu te encontro lá então.- o Marcos respondeu.

Desliguei o telefone e fui para o banheiro, tomei um banho demorado e quando terminei eu me enrolei na toalha e me olhei no espelho. Peguei a minha carteira que estava em cima da pia e peguei o colar da minha mãe que sempre deixava guardado ali. Comecei a observar o cordão fino com aquela pedra de safira azul e me lembrei de quando ela era viva.

Se minha mãe visse o homem que eu tinha me tornado sentiria vergonha. Eu era uma copia do meu pai, tinha me transformado em uma escoria. Um homem que estava tentando enganar uma mulher, exatamente como meu pai fazia com ela. Eu nunca pensei que um dia seria daquele jeito: eu tinha mentido para a Camila durante todo aquele tempo, me fingi de amigo apenas para transar com ela. Eu só tinha pensando no meu pau durante todo aquele tempo.

A cura no amor #Wattys2018Onde histórias criam vida. Descubra agora