Capítulo 3

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Eu só queria que o dia passasse bem rápido, mas infelizmente ele estava contra mim. Só hoje errei o troco dos clientes quatro vezes, derrubei o café duas vezes, quebrei uma xícara e errei quase todos os pedidos dos clientes. Bufo atrás do balcão chamando a atenção do meu chefe.

- Você esta bem Jane? - senhor Jonhson pergunta se posicionando ao meu lado.

- É claro que estou. - forço um sorriso.

- Bem... Não é o que está parecendo. - respiro fundo e solto o ar bruscamente.

- Sabe aqueles dias que a melhor coisa que você faz é ficar na cama? - ele afirma com a cabeça. - Pois é, hoje é um dia desses.

- Por que veio trabalhar então?

- Por que já estava melhor da minha gripe e não queria perder meu emprego. - minto.

- Entendo. - ele faz uma pausa e continua. - Mas você não iria perder seu emprego por causa de uma gripe, você é minha melhor funcionária e não precisa fazer hora extra hoje.

- Serio? - pergunto surpresa.

- Sim. Você pode até não perder seu emprego, mas eu não quero perder meus clientes. - ele diz num tom brincalhão.

Conheço o senhor Jonhson há um pouco mais de um ano. Ele me contratou para trabalhar aqui quando a cafeteria ainda não era "famosa" e era bem pequena. Com seus 60 anos, ele é divorciado, tem cinco filhos e dois netos, a cafeteria é seu bem mais precioso. Ele é um chefe que funcionário nenhum deveria odiar, sempre me ajudou quando eu precisava.

- Muito engraçado. - apoio meus cotovelos no balcão abaixando minha cabeça.

- O que está sentindo? - ele me pergunta preocupado.

- Dor de cabeça. Já tomei duas aspirinas, mas ela insiste em ficar aqui. - aponto para minha testa. Ele rir e sai indo até a cozinha. Minutos depois volta com uma xícara na mão.

- Toma tudo e pode ir embora no seu horário. - pego a xícara e faço careta quando vejo um liquido escuro nela.

- Não gosto de chá.

- Beba mesmo assim. Isso vai fazer sua dor de cabeça passar. - ele diz e vai atender um cliente.

Bebo o chá bem devagar, não tem um gosto ruim. À medida que as horas vão passando minha dor de cabeça passa junto. O movimento na cafeteria vai diminuindo e me sento num banco que fica atrás balcão. Sarah já havia ido embora, ela é muito nova, deveria ter uns 17 anos, estuda a tarde e só pode ficar na parte da manhã.

Umas risadas me chamam atenção e olho pra ver quem é. Minha boca se abre em um O perfeito e fico sem ação. De calça preta e camisa branca de manga longa, com uns três botões abertos e os cabelos bagunçados, vejo Alexander entrar com um outro homem, que julgo ser amigo.

Jogo-me no chão na tentativa de me esconder, mas não adianta já que o Sr. Jonhson me vê de relance e vem ate a mim.

- O que está fazendo? - olho pra cima e sorriu fingindo não saber do que ele esta falando.

- Como assim? - digo e ele cruza os braços esperando uma resposta. - Estou limpando... O chão!

- Com sua roupa? Porque não estou vendo nenhum pano de chão com você.

- É que eu ainda ia pegar. - digo tentando persuadi-lo.

- Se levanta daí Jane. Tem cliente para atender. - ele diz num tom autoritário.

- Sim senhor. - digo suspirando.

Mas que droga! Tinha que ser ele? Levanto-me do chão ajeitando meu avental, prendo meu cabelo novamente, pego a caderneta com a caneta e vou atendê-los. Eles estão sentados perto da janela. Cada passo que dou, é como se meu coração batesse mais e mais rápido. Posiciono-me do lado dele, ficando a frente do seu amigo.

Com Amor, Alex - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora