Capítulo 22

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Ele finalmente me olhou, parecia que havia chorado por horad. Levantou sua mão e levemente tocou meu rosto. Ele estava frio e seu toque me fez estremecer. Andei de joelhos mais para frente ficando entre suas pernas e o abracei. Senti lagrimas cair em meus ombros, Alex estava chorando e isso me preocupou muito e eu queria saber o que havia acontecido

- Shh... Ei, estou aqui. - falei com ternura acalmando-o

- Senti sua falta... - ele disse com a voz embargada.

- Eu também senti sua falta meu amor. Mas agora estou aqui com você. - afasto-me e seco suas lágrimas. Alex não pode estar assim só porque sentiu minha falta. - Quer me contar o que aconteceu? - ele fica em silêncio.. - Tudo bem... - olhei para sua mão. - Vou pegar alguma coisa para fazer um curativo na sua mão e já volto.

O fato de ele ter negado me contar o que aconteceu, só comprova que algo está errado. Me levantei e juntei os pedaços maiores de cacos de vidro com a mão, tomando cuidado para não me ferir. Peguei a garrafa de vinho e desci, colocando tudo na pia. Procurei a caixinha de primeiros socorros e peguei também uma pá e uma vassoura. Alex ainda estava na mesma posição, mas dessa vez me olhava. Seus olhos me mostrava que ele não estava bem e eu não sabia o porquê. Junto os cacos menores na pá e deixo ali mesmo encostado no corredor.

- Me desculpe por isso... - ele pediu sem me olhar. Peguei a caixinha de primeiros socorros e me ajoelhei a sua frente de novo.

- Não precisa se desculpar amor. - sua respiração era calma. - Vou jogar álcool na sua mão para limpar, tá? Deve arder um pouco.

Enquanto limpava seu ferimento na mão, Alex não exibia nenhuma reação, a dor não incomodava ele, mas havia outra dor que o incomodava e essa eu não sabia qual era. Terminei seu curativo e guardei tudo. Fui ao banheiro tirar minha roupa e colocar uma camisola para deitar-se com ele. O puxei para cama abraçando-o, meu queixo ficou sobre sua cabeça e ele me abraçava também, parecia uma criança no colo de uma mãe. Eu queria falar alguma coisa, lhe dizer que eu estava ali, que ele não estava sozinho, perguntar o que aconteceu, mas achei melhor não falar nada. Achei que o momento não era o ideal, então apenas falei que o amava.

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Eu ainda estava com sono quando acordei, o peso de Alex sobre mim estava ficando cada vez menos suportável. O tirei devagar para não acorda-lo, sua respiração era pesada e estava calmo dormindo, seu semblante não era mais tenso. Desci para beber um pouco de água e levei a pá que havia deixado encostada. Percebi que ainda estava escuro e acendi a luz do seu escritório para dar mais visão ao corredor. Tomei uma água gelada e fiquei ali por alguns minutos, o estado em que vi Alex mais cedo não saia de meus pensamentos. Volto para o quarto, parando em seu escritório antes.

Não havia reparado como aqui era tão "solitário". As paredes eram de cor cinza e os moveis pretos. Possuía três cadeiras de estofados pretos com uma mesinha de vidro no centro. Quadros modernos, mas não coloridos enfeitavam o ambiente. Aproximei-me tocando meus dedos na mesa. Ela estava cheias de papéis, alguns amassados. Cerrei meus olhos quando percebi que tais papéis se tratavam de exames. Peguei um deles para ver o era quando ouvi sua voz.

- O que você está fazendo? - levantei meus olhos o vendo parado na porta, soltei o papel na mesa devagar.

- Eu já estava voltando para cama, você está melhor? - pergunto preocupada.

- O que você estava fazendo? - ele repetiu.

- Eu não estava fazendo nada. - digo confusa.

- Não quero que mexa nas minhas coisas. - sua voz era fria.

Com Amor, Alex - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora