Capítulo 9

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É difícil acreditar no que vejo. Alex está sentado em um sofá no fundo da boate, parece cansado e está sério, uma mulher em seu colo despeja beijos em seu pescoço e faz carinho em seu braço. Em um momento ela tenta beija-lo na boca, mas ele vira o rosto me encontrando.

Um nó se forma em minha garganta e me seguro para não ir até ele. Seus olhos parecem surpresos enquanto o meu é de pura dor e desprezo. Como ele pode me esquecer tão rápido? Vejo-o falar meu nome e uma lagrima involuntária cai em meu rosto. Viro de volta para o balcão e pego a champanhe ali em cima, saindo correndo da boate.

Sinto o ar frio de Londres bater contra meu corpo me congelando por dentro. Corro o mais rápido que posso até não ter mais fôlego. As lágrimas inundam meus olhos e meu pulmão clama por ar. Londres estava escura, fria e atipicamente silenciosa.

Aos poucos, começo a sentir gotas de chuvas cair em mim e me sento em um banquinho segurando o champanhe que peguei. As poucas pessoas que estão ali, me olham como se eu fosse uma louca e se afastam indo embora. O celular vibra em minha perna e vejo que é Julie ligando.

- Alô! - minha voz sai grossa e arrastada devido à bebida que tomei e ao choro.

- Onde você está? Já te procurei a boate inteira! - ela diz preocupada.

- Eu vi o babaca do Alex... Acredita nisso? Ele estava com outra! - riu e choro ao mesmo tempo.

- Certo. Agora me fala onde você está.

- Nossa... Quanta sensibilidade Julie.

- Jane Clark, onde você está!? - ela ordena e suspiro.

- Tô em frente aquela loja que a gente sempre vem comprar roupas. - aponto para a loja como se ela pudesse ver. - Vo-você acredita, acredita que ele estava com outra mulher?

- Fica aí que eu chego já.

- O que? - grito no celular. O barulho da musica na boate está tão alta, que até para escutar Julie é dificil.

- Fica aí! Eu vou te buscar, chego em cinco minutos.

- Julie eu essstou bem, tá? Eu quero ficar sozinha e daqui a pouco vou pra casa.

- Não acho uma boa ideia. - ela diz e escuto a voz de um homem que não reconheço.

- Preciso de um tempo sozinha. Me entende vai... Oh, tem até um taxi aqui em frente, daqui uns dez minutos vou para casa. - minto.

- Jane, não! Fica ai que...

- Aproveita a festa. Te amo.

Desligo rápido e coloco celular na bota novamente. O celular vibra de novo e dessa vez desligo. A chuva vai aumentando gradativamente e bebo mais do champanhe gelado, que me deixa com mais frio, mas eu não estou nem um pouco ligando para isso.

Encolho minhas pernas junto ao peito e enterro a cabeça entre os joelhos, deixando a garrafa de lado. Com o passar dos minutos a chuva cai mais forte e parece que a cada pingo meu corpo treme assim como meus dentes batendo uns contra os outros.

- Jane? - escuto a voz de Alex e não levanto minha cabeça. O que ele faz aqui? - Por Deus Jane, saia dessa chuva. - ele grita e levanto minha cabeça.

- V-vai embo-ora. - falo com dificuldade.

- Que droga Jane! Está tentando se matar? - ele grita com raiva.

- O-o que foi? - tento falar alto, mas não consigo. - Veio rir da idiota aqui seu b-babaca?

- Mas é claro que não! - o vejo tremer de frio também.

Com Amor, Alex - Livro 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora