A paz volta a reinar - bebê couve.

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Alex

Conversei com Júlia sobre o quase acidente e contei pra ela que era Luci quem dirigia o carro, e é claro que ela entrou em desespero, mas se sentiu aliviada ao constatar que ela estava morta. Confesso que fiquei aliviado, foi como se um peso fosse tirado das minhas costas. Agora eu poderia trabalhar tranquilamente, não precisaria me preocupar se teria alguma pessoa conspirando contra o meu relacionamento, ou com a minha nova vida.

FODA-SE. GRAÇAS A DEUS!

Agora aqui estou eu indo até a delegacia para conversar com o Delegado Ryden, o responsável pelo caso. Preciso me livrar disso logo, quero ter paz pra seguir a minha vida com minha mulher e minha filha. Quero deixar o meu passado de merda pra trás. Preciso disso.

"Bom dia Sr. Ruppert." O delegado me cumprimenta assim que sento em uma confortável poltrona de couro preta.

"Delegado." Eu o saúdo.

"Vamos ser breves. O senhor sabe o porquê de estar aqui." Ele diz e começa a pegar alguns papeis em cima da sua mesa e os me entrega. "Sua esposa estava sendo seguida. Achamos dois envelopes com algumas fotos e horários dela." Enquanto ele fala eu abro os envelopes e começo a olhar as fotos. São fotos de Julia passeando com Thor, fotos da gente saindo da aula de gravidez. Fotos de Julia saindo de alguns restaurantes com Nath. Eu simplesmente fico sem ação. O que quer que Luci estivesse tramando, ela mereceu a sua morte.

"O senhor tem ideia do que ela planejava com isso?" eu pergunto firmemente.

"Sim." Ele diz e pega um cigarro do seu maço e o acende e continua "É o típico caso da ex namorada ou noiva, que não aceita o fim do relacionamento e premedita algo contra a atual, ou até mesmo ao seu ex. Só que a Luci estava sofrendo de transtornos psicológicos. Ligamos para os seus familiares e segundo eles, ela havia fugido da clinica de reabilitação fazia quatro meses, e estavam atrás dela por todo esse tempo." Ele conclui e solta à espessa fumaça pelo seu nariz.

"Meu Deus." É a única coisa que eu consigo falar. É muito coisa para digerir. Continuamos conversando e quando dou por mim, já é quase a hora do almoço. Preciso correr até a empresa e me encontrar com Julia no consultório da Dra. Nora, hoje teremos mais uma consulta e veremos como está a nossa bebê couve.

"Obrigado delegado e tenha um bom dia." Eu digo me levantando e seguindo em direção a saída, mas antes, rasgo todas as fotos e jogo na primeira lixeira que vejo pela frente. Isso é passado, agora só o que importa é o futuro.

Saio da delegacia e corro até a empresa pra assinar alguns documentos, e logo depois vou direto ao consultório da médica. Chego e vou até a recepção e vejo Julia conversando com duas mulheres, ambas com as barrigas enormes. Sorrio diante dessa cena. Minha mulher será uma ótima mãe.

"Oi querida." Eu digo indo em sua direção e a beijando carinhosamente nos lábios. Ela retribui o beijo e sorrir lindamente pra mim.

"Oi querido. Quero que você conheça Joena, ela está grávida de oito meses." Ele diz apontando pra mulher morena de cabelos compridos do seu lado. "E essa é Mariah, ela está grávida do seu terceiro filho." Ela diz apontando pra outra mulher, na faixa dos seus trinta e poucos anos, loira de olhos claros.

"Senhoras." Eu digo e começamos a conversar.

Júlia

"Como o sempre, Elizabeth está ótima. As funções vitais estão tudo de acordo, e como eu sempre disse: temos tudo para ter um parto saudável." Dra. Nora diz e faz algumas anotações em seu Ipad. "Sua pressão melhorou bastante. Entramos no seu sétimo mês de gestação..."

"Temos um bebê couve." Alex diz sorridente, interrompendo a médica. E eu apenas rio.

"Sim Alex, vejo que você vem fazendo seus deveres de casa." A médica responde e revira os olhos, e ele dá um sorriso orgulho.

"Dra, eu quero optar pelo parto normal. Quero que tudo aconteça conforme manda a natureza." Eu digo e ela concorda.

"Como quiser. O seu parto está previsto para o dia 18 de fevereiro. Mas pode acontecer antes, o bebê está grande e até o momento encontra-se na posição perfeita pro parto normal." Ela diz e me dá um sorriso acolhedor.

"Eu tenho sentido algumas contrações." Eu digo desconfortavelmente e nessa hora vejo o olhar de assustado de Alex em mim. Eu nunca tinha comentado com ele, porque eu sei que são contrações de Braxton – Hicks é normal. Porém, conhecendo meu noivo como eu conheço, eu sei que na primeira contração ele ia me arrastar pro médico.

"Porque você não me contou Julia?" ele me repreende.

"Não tem necessidade. São contrações normais, elas estão treinando o meu corpo para quando eu realmente souber o que é a dor do parto. Não tem com o que se preocupar. Não é, doutora?" eu peço.

"Sim Alex, contrações de Braxton, elas duram em torno de 40 a 60 segundos, elas apenas preparam o corpo da Julia." Ela diz tranquilamente. Ela nos dá mais algumas dicas, e diz que estamos liberados.

Já estamos dentro do carro indo de volta pra casa, mas Alex continua com a cara fechada e bufando, e eu estou ficando seriamente irritada. Qual é o seu problema? Só porque eu não contei que tive a porra de uma contração que é normal, ele precisa agir como se eu tivesse cometido o maior crime do mundo?

"Vai continuar bufando? Vai continuar agindo com um ranzinza?" eu pergunto irritada. Ele apenas revira os olhos e ignora a minha pergunta. A atmosfera no carro está carregada, poderia ser cortada com uma faca. "Desculpa, ta? Eu juro que se eu sentir mais alguma coisa eu te conto." Eu digo com a voz uma pouco mais tranqüila e vejo seu corpo relaxando.

"Tudo bem. Mas tem que me prometer isso. Eu não quero que me esconda mais nada Júlia." Ele pede.

"Tudo bem querido." Eu digo e passo a mão pelo seu braço. "Me conta, como foi na delegacia?"

Ele me conta como foi à conversa com o delegado. Diz que Luci estava com problemas psicológicos, e que mereceu a morte que teve. Por um lado eu concordo com ele, mas eu ainda me sinto mal pelo jeito que tudo aconteceu. Ela era uma menina bonita, que tinha a vida toda pela frente, poderia ter escolhido outro rumo, mas não, preferiu infernizar a vida alheia. Às vezes a gente colhe o que plantou, e é isso que Luci fez. Plantou maldade, colheu coisa pior ainda. Que Deus a tenha.

Chegamos em casa e o assunto Luci é esquecido. Vou pra cozinha e faço algo rápido pra comermos e depois vamos passear com Thor. Virou rotina todo dia passear com Thor pela vizinhança. Nosso peludo está crescendo, e todas as crianças do bairro adoram brincar com ele. Conversamos com alguns vizinhos. Começo a notar que o nosso bairro já está enfeitado para o Natal, e me dou conta que esse será o meu primeiro Natal aqui em Nova York. O meu primeiro Natal com a minha família. Sorrio com esse pensamento.

"O que faremos no Natal querido?" eu pergunto enquanto Alex guia Thor na coleira.

"Podemos chamar sua família, a família de Nath, de Josh. Podemos nos reunir aqui em casa. Podemos fazer com que isso vire tradição. O que acha?" ele diz e dá um daqueles sorrisos maravilhosos.

"Eu acho ótimo querido. Assim que chegarmos em casa irei ligar para mamãe e papai." Eu digo e já começo a imaginar o que faremos pra ceia. "Podemos convidar alguns amigos do seu trabalho, o que acha?"

"Sim querida. Podemos." Ele diz e me beija, e assim terminamos a nossa tarde, em família e fazendo planos.  


Recadinhos.


• Mais uns cinco capítulos e teremos o epílogo!! AAAAAH, e todas choram! :(

• Próximo capítulo, será Natal na casa dos Ruppert's! *-*

• Espero que tenham gostado. E como sempre digo, comentários e votinhos me deixam feliz. 

Beijão pessoal e até a próxima. ♥



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