Capítulo 4 - Conquista e Escoteiros

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Joana: Cat deixa-me explicar, isto tem tudo uma explicação. - Ela tentou pegar nas minhas mãos mas eu afastei-as.

Eu: Cala-te! Eu não acredito em nada do que possas dizer! Escondeste-me uma pista do teu sobrinho e nem sequer foste capaz de me consultar! Como é que foste capaz? Tu traíste a minha confiança!

Rita: Catarina chega! Vamos para minha casa e vocês falam no meu quarto mas não vais fazer aqui um escândalo!

Eu: Eu recuso-me a ir com ela! Aliás eu recuso-me ficar aqui! - Virei costas e saí a passos largos em direção a casa para chamar um táxi para me levar ao único sítio onde me acalmo, sem ter de precisar de químicos intoxicarem o meu corpo, o local onde passava a maior parte do tempo da minha infância.

Quando cheguei paguei, saí e fui em direção ao grande portão verde-escuro que se encontrava fechado, toquei à campainha e, poucos segundos depois, a mesma foi aberta pelo homem que mudou a minha vida, o Jorge.

Jorge: Olha se não é a minha querida! Como é que estás Catarina? - Abraçou-me.

Eu: Olá Jorge, ah, já estive melhor e pensei, que, como venho cá desde pequena... - Já estávamos dentro do pavimento e eu tinha um sorriso radiante no rosto. Já tinha saudades deste cheiro.

Jorge: E queres levar a Conquista a dar uma volta certo?

Eu: Por favor Jorge, ela está comigo desde pequena e eu preciso mesmo de arrebitar.

Jorge: Catarina Catarina, tu não metas juízo na tua cabeça não...

Eu: Por favor Jorge, tu sabes como é importante para mim. - O Jorge acabou por concordar e fomos os dois na direção da cerca onde se encontravam vários cavalos de várias raças, cores, tamanhos, tudo o que podíamos encontrar. Quando olhei para o fundo estava uma majestosa égua de tons escuros com uma mancha branca no focinho (foto ao lado), Jorge assobiou e Conquista, a minha companheira, olhou para nós e começou a correr na nossa direção, parou à minha frente com a cabeça encostada à minha.

Eu: Oh coisa mais linda! Como é que o meu amor está? Como é que estás? - O Jorge ria-se com as minhas figuras ao falar com a sua égua

Jorge: Já sabes onde está o material, é só ires lá buscar. Quero-a de volta antes do anoitecer! - Disse a ultima frase já mais afastado.

Assobiei de forma que Conquista me seguisse e fomos até ao estábulos, na sua divisão, onde se encontravam a sela, as rédeas, os cabeções, os estribos e etc. Depois de a equipar, montei-a e agarrei nas rédeas e conduzi até ao portão, depois de aberto fiz um movimento com os braços para Conquista perceber que era para arrancar. A minha história com a Conquista vem já desde os meus primeiros anos de escolaridade.

#FLASHBACK ON#

Escola. Não gosto de estar lá, sinto-me sempre presa e não posso fazer nada. Gosto mais de estar na rua a brincar.

Mãe: Catarina vamos antes que chegues atrasada! - Gritou vindo da cozinha com a minha irmã ao lado.

Fui ter com ela e peguei no meu lanche para levar à escola, saímos de casa e entramos para o carro onde fui logo direcionada para a escola.

Depois do primeiro intervalo, a professora Áurea entregou-nos umas folhas com exercícios que fizemos há um tempo atrás e tinha muitas cruzes vermelhas, e no topo estava um número da mesma cor. A professora Áurea veio ter comigo com uma cara decepcionante.

Prof. Áurea: Catarina se continuas com estas notas, não vais conseguir superar as tuas dificuldades. - Assenti com a cabeça baixa. Pedi-lhe para ir à casa de banho para lavar a cara e a professora deixou, quando saí do corredor corri até às traseiras, felizmente, não estava lá ninguém e trepei a vedação e saí da escola. Corri durante bastante tempo mas chegou uma altura em que comecei a andar porque já estava cansada. Decidi ir pelo caminho que a minha mãe fazia quando já estava atrasada, por uma estrada de terra batida. Já se tinham passado horas desde que saí da escola e tenho sede, fome e tenho muitas dores, ao fundo vi um edifício, não muito alto, que costumo passar e fiz um pequeno esforço para lá chegar, quando ouvi relinches, o som que estive sempre apaixonada, corri mais um pouco, já exausta, até encontrar o grande portão verde. Tentei gritar por ajuda mas os meus pulmões não deixavam e caí para o lado.

Maybe It's a GoodByeOnde histórias criam vida. Descubra agora