Capitulo 5 - British e Bailarina do Ano

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Acordei com o relinche da Conquista assustando-me. Olhei em redor, depois de me ter espreguiçado e reparei que já estava a anoitecer. Tinha de voltar. Levantei-me, desamarrei a égua ao meu lado e subi-lhe para cima. Guiei-a até ao centro hípico e quando acabei de falar com o Jorge, chamei um táxi para me levar.

Quando chego a casa, vou para o meu quarto encontrando lá a minha mãe.

Mãe: Onde é que estiveste este tempo todo? - Senta-se na minha cama.

Eu: Desde quando é que isso te interessa? - Pego na minha mochila e guardo lá dentro o meu caderno e uma caneta. - Afinal, sempre deste mais importância à tua filha mais nova.

Mãe: Cala-te Catarina, isso é mentira. - Levantou-se.

Eu: Ai sim? Então deixa-me cá pensar, desde de miúda que me comparavas à Joana! Fazia-lo sempre! Ou então as vezes que me pedias para fazer tudo ao mesmo tempo e a miúda não fazia um cu?! E agora? A merda da pista sobre o teu neto?! Não venhas com merdas. - Depois de ter tudo pronto, olho para ela que quase que me mata com o olhar. - Digo-te já que não estou com paciência para começares com os teus gritos. Não esperem por mim para jantar.

Saio do meu quarto passando pela minha irmã que me lançou um olhar triste e de arrependimento. Ignorei e continuei em frente, saí do apartamento e fui até as escadas em direção a nossa arrecadação. Quando fiz os 17 anos eu prometi à minha mãe que a ajudava a arrumar a divisão, pois estava cheia de tralhas e merdas que não serviam de nada e, no final, foi transformada numa espécie de estúdio de música e a minha zona de trabalho, que uso para as pistas do paradeiro do meu filho. Gabriel... Como é que ele estará?

Coloquei todas as pistas e fotografias no grande quadro castanho e fui tirando apontamentos no caderno ao meu lado. Fiquei ali até às três da manhã e só me fui deitar porque a minha melhor amiga me ligou a pedir, educadamente, para ir dormir que no dia seguinte tinha de ir trabalhar e, depois de muito refilar, concordei com ela que se continuasse assim, poderia ser pior num futuro longínquo.

#POV CAT OFF#

#POV RITS ON#

Mãe: Ana Rita o que se passa contigo filha? - Perguntou depois de me chamar à cozinha. Lá vamos nós.

Eu: Porque é que haveria de se passar alguma coisa comigo? Eu estou ótima mãe. - Encostei-me à ombreira da porta. - Precisas de mim para alguma coisa?

Mãe: Sim, de perceber o que se passa. Senta-te à minha frente que esta é a melhor altura de falarmos. Está toda a gente a dormir, é tarde sim, mas estamos as duas acordadas e amanhã é domingo, podemos acordar às horas que quisermos. Não tens desculpa para não falarmos. - Suspirei e sentei-me no lugar que ela me indicou. - Agora a sério filha, o que é que se passa contigo?

Eu: Nada, ando apenas cansada, só isso. Não tens de te preocupar. Acredita. Além disso, ando um pouco nervosa com o  concurso, pode parecer que não vale de nada, mas tem um grande significado para mim.

Mãe: Eu não acredito nessa história. Sei que há mais qualquer coisa que tu não me queres contar. Fala comigo.

Eu: Já te disse que não se passa nada porra. Tenta compreender isso se faz favor! - Saí da cozinha em direção ao meu quarto, quando lá chego tranco a porta e atiro-me para a minha cama a chorar.

Porquê? Porque é que agora fiquei assim do nada? Não devia certo? Quer dizer, passaram-se 5 anos, deveria tê-lo esquecido certo? Ele deve ter conseguido com facilidade, então porque é que eu não consigo? Aliás, eu já devia estar a espera, certo? Ele próprio o disse quando nos despedimos.

#FLASHBACK ON#

Eu: Não quero. Não me quero ir embora. Não quero despedir-me de ti. - Digo com a minha cabeça no seu peito, sentindo-o a tremer por causa do seu riso. Sempre fui alta, mas ele conseguia ser mais. - Não te rias de mim. Promete-me, por favor, que nos vamos voltar a ver.

Maybe It's a GoodByeOnde histórias criam vida. Descubra agora