Capítulo 8 - Resposta

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Estar numa carrinha acompanhada por seis polícias armados, da cabeça aos pés, é assustador. Mas isso não importa. O Gabriel estava comigo. Nada mais interessava.

Xxx: Vamos deixá-a no hospital que está a acompanhar-vos para uma avaliação completa do bebé. - O agente com a idade para ser meu avô disse-me e eu assenti ainda com os olhos lacrimejados.

O pequeno ser que cresceu dentro de mim brincava com as suas mãos com as minhas pulseiras e eu balancei-o, brincando com ele. Ele riu e o meu coração chorou com o som. Eu tinha-lo comigo. Finalmente comigo.

Eu: Preciso de passar no registo primeiro. - O agente, com o nome P. Monteiro, olhou para mim. - Na altura em que o Gabriel nasceu não consegui passar lá por causa dos acontecimentos que passei no hospital e por causa do pai dele. Já para não falar de que não tenho os documentos dele.

A. Monteiro: Nós arranjamos os documentos do Sr. Almeida. Vamos deixá-la no cartório e depois tratamos dos documentos em falta.

Eu: Obrigada. - Desviei o olhar do seu. Também era o mínimo que poderiam fazer. Quer dizer eles desistiram das buscas após um mês e mesmo com as pistas que fui recebendo, mandaram-me para trás como se eu fosse um prato de comida estragada.

A viagem continuou silenciosa. O Gabriel adormeceu nos meus braços à pouco e os agentes das Forças Policiais nem se atreveram a dizer nada depois da minha resposta curta. Quando a carrinha parou, reparei que estamos no hospital.

Eu: O que é que estamos aqui a fazer? - Abriram a porta de correr e estava lá o Agente Soares.

A. Soares: O Registo à fechou pouco mas vem  cá uma pessoa tratar dos documentos enquanto fazem os exames.

Eu: Ok, obrigada. Eu vou só pedir à minha mãe para ela me trazer a ficha dele. - Ele assentiu e saí da carrinha, ainda com o pequeno adormecido, nos meus braços, e liguei à minha mãe . Atendeu ao segundo toque.

"CHAMADA ON"

Mãe: Diz Katty? - Falou ensonada.

Eu: Boa noite mãe, preciso que me faças um favor. - Fui direta. 

Mãe: Tem a ver com o Gabriel, não tem?

Eu: Sim, preciso que tragas as fichas dele, que estão em cima da estante, dentro da caixa com desenhos.

Mãe: Já viste que horas são? - Fui atrás de um dos agentes que me levaram até à recepção. Procedimento anormal mas ok.

Eu: Pois mas se queres saber do teu neto que esteve desaparecido durante 5 meses, vens trazer-me essa merda. - O pequeno começou a dar sinais de que estava a acordar. - Agora, se faz favor, não te demores que tenho de acalmar o puto.

Mãe: Ai oh Catarina trata disso amanhã. Já reparaste bem a que horas me ligaste? Amanhã vês isso. - Eu não acredito nisto! Ela só pode estar a brincar! Mas eu tenho de manter a calma.

Eu: Tudo bem. Eu peço ao hospital a ficha que deixei quando o Gabriel nasceu. - E desliguei-lhe.

#CHAMADA OFF#

Fui até à recepção, onde estava o Soares e a recepcionista, a falarem alegremente.

"Então é por isso que ele me deixou no hospital. Esperto..!"

Eu: Espero não estar a incomodar... - Cheguei-me para perto deles e o agente afastou-se para eu sentar o Gabriel no balcão.

A. Soares: Não, claro que não! Rosa, esta é a Catarina, a rapariga de que falei no outro dia. - A senhora com os seus 40 anos, estendeu-me a sua mão e eu, não percebendo mesmo nada, apertei-a com a minha mão livre.

Maybe It's a GoodByeOnde histórias criam vida. Descubra agora