Capítulo 38 - bad infinita

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JACK ON

Saímos do shopping eram umas sete e meia da noite. O Sam me chamou pra jogar na casa dele, mas fiquei tão puto depois dele ter saído com a Becky que recusei.

Quando cheguei em casa, vi o Yuri assistindo American Horror Story. Cada dia que passa eu curto mais esse menino.

- Ta em qual temporada? - perguntei e me sentei do lado dele.

- Segunda. Na parte que a freira é possuída por um demônio.

- Noooossa, muito louco esse episódio. Mas a primeira temporada foi melhor.

- É.

Ele me pareceu bem desanimado. É bem raro eu puxar conversa com o Yuri, por que quando eu faço isso, ele não para de falar nunca. Achei estranho ele ter ficado quieto dessa vez.

- O que ta rolando? - arrisquei perguntar.

- Nada.

- Ta bom.

Perguntei, se ele não quis falar eu to de...

- Por que as meninas são tão complicadas? - perguntou, indignado.

Pensei em um milhão de respostas, mas nenhuma fazia sentido.

- Eu me faço essa pergunta desde que eu existo. - conclui. - Mas por que? Ta com problemas?

- Não. Quer dizer, sim, mas não é tão grande.

- Quer dividir?

- O que?

- O problema, imbecil.

- Ah. Tu vai achar bobagem.

- Por que?

- Mano, olha pra você. Já namorou duas meninas bem gatas, certeza que não é nem virgem mais, vive na pista fumando com seus amigos... Minha vida é um nada, se comparar com a tua.

Achei engaçado o jeito que ele disse a palavra "virgem", mas nem debati essa questão. Ele tava certo, mesmo.

- Relaxa, eu me coloco no teu lugar.

Ele respirou fundo, e pensou um pouco se eu realmente deveria saber o que tava rolando.

- Assim, eu curto muito uma menina da minha escola. Só que ela nunca nessa vida iria olhar pra um menino tipo... Bom, tipo eu.

- Ué, e por que?

- Por que ela é uma miniatura de Mayra. Riquinha, toda com cara de boneca... A impressão que eu tenho, é que ela só liga pros meninos do basquete ou algo assim.

- Hm.

- Só que ela resolveu me dar uma chance. E eu nem precisei encher muito o saco dela. - ele deu uma risadinha dessa vez. - A gente se viu umas vezes nas férias, ficamos e tals.

Era tão engraçado ver um menino de treze anos contando os rolinhos dele. Eu acho que todo mundo já foi assim.

Menos o Sammy. Aquele ali já nasceu escolhendo o gado, não tem jeito.

- Mas e depois?

- Depois eu vacilei.

Ele me contava tudo com os olhos pesados, dava pra ver que ele tava numa bad.

- Como assim? Vacilou como?

- Não quero falar. Parece que se eu admitir o erro em voz alta eu vou estar sendo ainda mais cuzão.

Ele ta certo.

- Cara... - comecei. - Quando tu realmente curte alguém, não tem merda sem concerto. Quando a gente gosta, sempre tem um jeito.

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