JUST FRIENDS

Capitulo 45 - Me pertencer

Passei correndo pela recepção, e cheguei ofegante em frente a sala onde se encontrava o Sam. E lá estava ele. Sentado na cama, com os olhos abertos e concordando com tudo o que o doutor dizia. De longe já notei que não havia nenhum interesse real nas instruções do Sr. McCall, e aquilo me fez sorrir mais ainda. Meu Sam estava de volta. //

Entrei sem me importar se aquilo era permitido ou não. Notei alguém encostado na parece da sala, mas nem dei muita atenção. Quando cheguei perto do Sam, não recebi o sorriso que eu esperava. Ele só me encarou, como se estivesse assustado ou algo assim. Na hora eu já desacelerei o passo, num medo do caralho dele ter esquecido quem eu era. Aquela animação que eu tava sentindo no elevador sumiu junto com a vontade de o abraçar.

- Sam... - falei me aproximando devagar. - Você... É...
- Desembucha, Rebecca! - disse num tom divertido.

Caralho, graças a Deus!

- Ah, Sam! - o abracei sem mais nem menos. - Nunca mais me assusta desse jeito. Por favor. Eu.. Eu nunca pensei que pudesse sentir tanto a falta de alguém, - soltei o abraço e segurei seu rosto. - Como você tá? Meu deus, que susto você deu pra todo mundo. A gente achou que tu fosse...
- HAHAHAH, Não termina. Não ia morrer. Vaso ruim não quebra. - ele deu uma piscadinha.

Só consegui sorrir junto com ele, e ficar olhando pros seus olhos finalmente abertos. Ele parecia meio nervoso e apreensivo com a situação. Olhava pra mim, sorria, e olhava pra porta. Quando olhei também, percebi que era a Sofia. Que vacilo nem ter percebido ela. Mas o que ela tava fazendo lá?

- Ham... - ela disse e se aproximou. - Quando o Sam volta pra casa, doutor?

Conforme ela foi chegando perto, sorri, e falei um "oi" baixinho. Ela retribuiu o sorriso, mas um pouco nervosa com a situação.

- Provavelmente amanhã cedo. Só precisamos de mais algumas avaliações, e aí ele estará pronto pra ir embora.
- Isso é muito bom! - ela disse, me deu um sorriso foi saindo da sala com o McCall.
- Por que ela tá aqui? - perguntei baixinho ao Sam.
- Bom... Ela é minha amiga.
- E minha também.
- Mas tu não tirou a virgindade dela. - ele sorriu debochado.

A forma tranquila que ele disse aquilo me fez pensar se deveria ou não me apavorar. Era normal que as amigas do Sam aparecessem, mas usar esse argumento foi algo tão sujo que me senti mal.

- Não precisa fazer essa cara. - ele deu risada. - Vamos falar sobre...
- Não, Sam. - pareci mais seria do que queria. - Quem avisou ela que você tava acordado?
- Sei lá, talvez a minha mãe.
- Tua mãe conhece ela?
- Lógico mano. Ela adora a Sofia.

Ótimo. Só me faltava essa. Eu pensei que ela era passado. Juro que tentei ficar feliz pelo Sam ter acordado, mas a raiva e o ciúme falaram mas alto.

- Ela me pareceu preocupada de mais. - acrescentei.
- Pfff, normal. Pelo menos só ela tá aqui. Imagina se todas as vadias que eu peguei aparecessem?
- Sam!
- O que foi? Tu sabe que eu sempre fui dog.
- Tá, mas foda-se isso. Tu falando assim parece que eu sou só mais uma.
- Rebecca, não viaja. A culpa não é minha se a Sofia veio. A culpa não é minha nem se você veio. Eu não pedi.
- Nossa. - me senti ofendida. - Eu... Tá, já deu pra mim. Eu não quero me estressar contigo, eu vou avisar a galera que você acordou e a gente vai comemorar isso com uma festa. Tenta não sofrer um acidente de novo, tá? - dei um beijo nele, e me levantei.

JACK ON

Tava passando pela recepção quando encontrei a Rebecca, toda radiante. Não tanto quanto eu pensei que estaria, mas ainda assim parecia feliz.

- E aí? - perguntei chegando perto dela. - Como ele tá?
- Acordado. - ela forçou um risinho.
- Que bom. Né?
- É, é sim. Você acha que seria legal fazer uma festa?
- É óbvio, mas, tu não acha que ele precisa descansar? Sei lá, eu ia curtir se tu ficasse cuidando de mim. Se fosse eu lá, é claro.
- Eu acho que já tem alguém cuidando muito bem dele. - ela arqueou uma sobrancelha, olhando pra trás de mim.