JUST FRIENDS

Capítulo 25 - Little bro, hot sister

JACK ON

O taxista deixou a Ju na casa dela primeiro, e depois na minha. Tava com uma fome gigante por que não comi nada desde que acordei. Entrei pela cozinha direto, pra ver se achava alguma coisa pra comer. Olhei no armário e nada. Quando abri a geladeira vi uma lasanha inteira, numa travessa de vidro bem grande.

Meu pai, por mais independente que seja, não sabe nem fazer arroz. Com certeza era coisa da Constance. Pelo menos isso.

Sem me importar, peguei um pedaço enorme, e coloquei no prato. Quando fui ver se tinha coca, escutei um barulho vindo da sala.

- Pai?

Nada.

- Quem ta aí?

Que merda. Fechei a geladeira e coloquei a coca no balcão de mármore pra ver o que era. Quando cheguei na sala, vi um menino baixinho e magrelo sentado no sofá. Ele tinha os olhos bem puxados, com traços orientais. Ele olhou pra mim e congelou. Wtf.

- Quem é você? - perguntei.

Ele nem falou nada, só ficou me olhando com cara de bunda.

- Quem é você, cara?

- E tu, quem é? - perguntou com cara de bravo.

- Sei lá mano, eu tipo, moro aqui. - dei ênfase ao "moro". - O que foi? Tua bola caiu aqui e tu veio buscar, é isso?

Ele fez que não com a cabeça. Deve ser só mais um pivete procurando aventura. Não culpo o coitado, eu era igual, mesmo.

- Ta, esquece, só vai embora. - falei isso e voltei pra cozinha.

Peguei minha coca, coloquei a lasanha no microondas e quando virei dei de cara com o moleque na minha frente.

- Porra, caralho! - falei quando me assustei.

- Você é parente do Calleb?

Travei quando ele falou isso.

- Que?

- Você parece com ele.

Tirei a lasanha do microondas enquanto respondia.

- Eu sou filho dele.

- Ah.

- E você conhece ele?

- Ele é um... Amigo. - respondeu com receio.

- Não sabia que meu pai tinha amigo de doze anos.

- Treze. Quase quatorze.

Aquilo tava ficando muito estranho. Preferia que fosse só mais um menino querendo aprontar na minha casa.

- Cade o meu pai?

- Saiu.

- E tu ta fazendo o que aqui?

- Nada. Não tem nada pra fazer.

- Pode crer.

- Você tem vídeo-game?

Menino abusado. Mas confesso que achei legal o jeito dele. Bem melhor que os outros amigos engravatados do meu pai.

- Não. Só tenho a TV.

- Só ta passando coisa chata.

Ele continuava me olhando esperando que eu sugerisse alguma coisa pra ele fazer. Porra, eu sei lá o que um moleque de treze anos gosta de fazer. Faz muito tempo que não falo com ninguém dessa idade. Na idade dele eu gostava de correr, soltar pipa, sei lá.