A festa (Por Carolina)

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Receber aquela rosa mecheu com meus sentimentos mais ainda. Eu sei que foi ele quem à deixou para mim. O Murilo não desistiu de nós. E pra falar a verdade, adorei essa surpresa. A rosa a pulseira. Tudo de uma forma tão misteriosa e romântica. Como nunca ninguém me fez antes.

São quase dezoito horas e ainda não sei o que fazer e que decisão tomar. Já perdi as contas de quantas vezes peguei o celular e coloquei no nome dele pra ligar. E de quantas vezes tentei mandar um torpedo e antes de enviar acabar deletando tudo. O que dizer? Dizer que eu queria muito tentar. Dizer que não consigo explicar esses meus sentimentos. Acorda Carolina!, Ele não vai entender. Quando souber da verdade vai te deixar e sumir da sua vida. Assim como os outros fizeram.

Eu queria muito contar pra ele. Deveria ter dito isso desde do nosso primeiro encontro. Mas tive medo dele me rejeitar. Não acredito que ele pensou aquilo de não o querer pelo seu peso. Não sou esse tipo de pessoa. Isso me deixou magoada. E ainda tem aquela garota do ponto de ônibus, não pude esquecer daquela imagem dos dois. Aquilo me deixou morrendo por dentro de tanto ciúme. Como ele pôde ficar com outra pessoa assim tão rápido. Tinha tanta esperança que ele falasse comigo naquele dia. Mas nem um simples "Oi" foi capaz de me dar. Eu sei que não estamos juntos por minha culpa. Mas será que não mereço nem seu cumprimento? Naquele momento tive certeza de que o tinha perdido e já tinha aceitado o que eu mesmo me impus.
Mas então encontro essa rosa vermelha maravilhosa no meu portão. E todas as lembranças dos nossos simples e bons momentos juntos voltam com tudo para me atormentar.

-O que eu faço? -pergunto olhando para a pulseira prata cheia de pingentes tilintando no meu pulso.

Passei mais de meia hora andando de um lado para o outro no meu quarto. Tentei ler, tentei escutar músicas, tentei até estudar. Coisa essa que eu não costumo fazer por vontade própria. Tentei de um tudo. Mas nada me tirava da cebeça aquele garoto tímido e romântico.
Minha mãe saiu com todos para a casa do meu tio Celso, e eles não voltarão tão cedo para casa. Inventei que eu tinha um importante trabalho para fazer e assim pude ficar sozinha com os meus pensamentos e comigo mesma.

Após tomar um banho cheio de espumas e me vesti com meu melhor vestido, roxo de alcinhas finas e de corte rodado e soltinho. Decido que preciso muito falar com Murilo. Preciso explicar tudo para ele e que seja o que Deus quiser e o que o Murilo decidir.
Solto o cabelo e passo um pouco de maquiagem. Exagerando no brilho lábial sabor morango. Meu preferido. Pego a rosa que está em cima da minha cama e saio. Vou encontrar a casa do Murilo e conversar com ele. Preciso fazer isso antes que eu perca a sanidade mental.

Já anoiteceu. O céu está lindo, a lua está linda. E esse clima romântico me faz sorrir com uma pontinha de esperança no coração.

Chego em uma rua de casas com um toque sofisticado nas cores brancas em sua maioria e de jardins incríveis. -Murilo deve morar em uma dessas casas.
A rua está calma, sem muitas pessoas andando. No meio do caminho vejo um homem que após estacionar o carro deixa cair as suas chaves no gramado. Ele não percebe.

-Senhor. -Grito antes que ele tranque o portão. -Pego as chaves que estão com um chaveirinho de bola de bilhar verde com o número quatro impresso. -Suas chaves. -balanço no ar.

Ele no início me olha sem entender. Depois sorri. Caminhamos um na direção do outro. E entrego-lhe as chaves.

-Obrigado. Ando tão distraído ultimamente. -diz ele com um olhar que me lembra muito alguém.

-Por nada.

-Bem... Boa noite. -ele gira os calcanhares para sair.

-Desculpe mais o senhor poderia me dar uma informação rapindinho. Por favor? -Faço cara de suplica. -É que não sou desse bairro. Estou a procura de alguém.

Assim Como as BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora