Voltando

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Estou com uma imensa vontade de encher a cara. Nunca fui de me embebedar. Na verdade, repudiei o álcool por muito tempo. Pensando bem. Alguns copos não me fará tão mal assim.
Também do jeito que minha vida está um porre total. Não é de se estranhar que eu queira um.

Anoitecia quando saí da casa do meu pai. Meus planos para essa noite era dormir bem cedo, afim de acordar disposto amanhã de manhã. Ao invés disso peguei meu carro e dirigir a caminho do centro da cidade. Dirigir até parar em um bar com um nome que me fez sorri. O Pinga Ni Mim. Estacionei o carro no outro lado da rua. Dei muita sorte ao encontrar uma vaga perto para estacionar.

Atraio os olhares de todos assim que entro no local. Das mulheres principalmente. As dizinibidas me encaram sem parar. As que parecem ser as mais tímidas me olham e sorriem entre si.
Sento-me no banco alto de bar. Não quis uma mesa pelo fato de estar sozinho sem acompanhante.

-O que vai querer bonitão? -pergunta-me uma mulher com um uniforme bem decotado.

-Uma batida, do melhor que vocês têm. Caprichado.

-É pra já. -Diz piscando o olho.

Sorrio.

Uma jovem canta a música "What's up", do grupo "4 Non Blondes". Ela canta e toca violão em um pequeno palco ao fundo. Adoro locais com música ao vivo.

-Seu drink. Lagoa Vermelha. Mais alguma coisa? -diz a barista deixando o copo a minha frente no balcão.

-Por enquanto não. Obrigado.

-Se precisar de algo. É só chamar. -diz de uma forma sensual e sai.

Parei de beber após a terceira dose. Eu começava a sentir-me tonto por causa da vodka, enquanto o meu subconciente dizia que já era hora de ir.

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O Trim, Trim do alarme toca me fazendo levantar zonzo da cama. Tomo um banho e me visto rapidamente, colocando as roupas que escolhi ontem, às que ficaram fora da mala: uma camisa de algodão branca; uma calça jeans azul escuro e uma bota troller verde militar. Penteio meu cabelo de leve para trás aplicando spray fixador. Precisa de um corte, assobia meu subconciente.
Vagueio para a cozinha com o estômago roncando.
Faço panquecas; bacon e um suco de laranja. Adoro cozinhar. A partir do momento que comprei o meu primeiro apartamento, entrei em um curso de culinária. Aprendi tanta coisa que hoje em dia virou um prazer fazer minhas próprias refeições.
Panquecas são rápidas; fáceis e uma delícia.
Coloco em um prato raso a minha refeição recém preparada e quente. Hummm, cheira bem. Estou faminto. Isto se deve porque não jantei ontem. Caí na cama como uma pedra.

Vinte minutos depois com os dentes escovados e minha mala em mãos, tranco a porta devagar como se me despedir-se do lugar que chamei de meu lar por esses três anos. Coloco a chave dentro do bolso frontal da mala e sigo o corredor em direção ao elevador. Sigo para o primeiro andar com a cabeça em um turbilhão de ipoteses sobre mais esta mudança. O ser humano está constantemente passando por mudanças, e lá vou eu para mais uma delas.
Um táxi branco me espera na frente do prédio. O taxista coloca minha bagagem no porta malas.
O tráfego estava bem tranquilo ao contrário do aeroporto que está uma bagunça só. Pessoas transitam de lá pra cá por todos os lados. Filas enormes e desorganizadas, pessoas falando alto e crianças chorando. Uma verdadeira loucura.

Isso vai demorar -resmunga meu subconciente cruzando os braços.

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Assim Como as BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora