LEX
As árvores escuras pela noite balançavam os galhos de um lado para o outro confundindo minha visão, apesar disso continuava a correr. Era minha vida que estava jogo, morrer ou viver, tudo dependeria se eu conseguisse sair daquela floresta e encontrar algum sinal de vida humana.
- Você sabe muito bem que não adianta correr, princesinha... - uma voz masculina soava entre as árvores, ele estava se aproximando, não teria mais muito tempo.
Sinto um aperto em minhas costas e sou arremessada no chão frio coberto pelo granizo. Seu corpo pesado em cima do meu não permitia que fizesse qualquer tentativa de escapar. Era o fim.
Minha última visão seria um par de olhos negros como o ébano.
-Eu disse para não correr...
Uma forte dor começa em meu pescoço como se minha pele estivesse pegando fogo, grito, grito, grito....-Aí meu Deus !!!
Acordei suada e com o coração disparado em minha cama. Vinha tendo o mesmo sonho a meses, estava começando pensar que seria a hora de procurar um psicólogo, as pessoas tem sonhos diferentes, certo? Por que sempre tenho o mesmo toda a noite e acordo sentindo arrepios? Já roubei alguns soniferos da caixinha de remédio da minha mãe mas parece que nada me ajudava a ter uma noite de sono tranquila.
Levantei-me e comecei a me arrumar para a escola, não conseguiria dormir mais de qualquer forma.
Levei meu cabelo loiro, passei uma tonelada de creme para que os cachos ficassem modelados e não parecidos com uma juba de leão.
Ter um cabelo cagado não é fácil viu, poderia ter puxado para minha mãe, nascer com os fios negros lisos e olhos azuis, mas nããão, tive o azar de sair praticamente igual ao cara que só serviu para engravidar minha mãe, com o cabelo loiro, cacheado e olhos verdes.
Nunca conheci meu pai, minha mãe dizia que ele era um cara muito bonito, alto e galanteador, parecia um astro de cinema. Só que cá entre nós, foi um verdadeiro canalha quando a abandonou grávida de quatro meses e nunca mais deu as caras.
Peguei minha mochila e sai de casa trancando a porta da frente e enfiando a chave no bolso.
Moro sozinha desde os dez anos quando minha mãe arrumou um emprego em outra cidade, agora só a via nos finais de semana e feriados.
O caminho de casa até a escola era estremamente longo e infelizmente não conhecia ninguém da minha escola que morasse no mesmo bairro para me dar uma carona, com exceção da Taylor claro, mas ela é um caso a parte, até parece que a garota mais vadia da escola seria legal o suficiente para me deixar entrar em seu camaro.
É a vida né, algum dia eu ainda chegarei na escola no carrão do meu namorado super divo e todos iram ficar de boca aberta, sonhar não custa nada, certo? mas até isso não acontecer o jeito é ir a pé mesmo e rezar para que ainda chegasse cherozinha no colégio.
- E aí Lexieee?! - disse meu melhor amigo vindo em minha direção para mais um dos seus habituais abraços rodantes.
Thales sempre foi uma graça, divertido, alto e músculoso, com uns olhos castanhos, enfim, era lindo. Realmente um gato, só que infelizmente gay, por que raios todos os garotos bonitos tem que ser do outro time?! desse jeito irei continuar encalhada a minha vida toda.
- Como que você está?
- Melhor impossível - sorriu - Jordan finalmente disse para seus pais sobre nosso relacionamento.
- Ual isso é ótimo!- já tinha um longo tempo que esses dois estavam juntos sem que seus pais soubessem que não eram heterossexuais - e como eles reagiram?
- Os meus foram de boa, mas os do Jodie não acharam graça nenhuma.
- Eles se acostumam.
- Também acho!!! Ai eu estou tão feliz!!! esse ano será o melhor de todos.- disse batendo palmas.
- Você diz isso porque não está mais um ano solteiro.
- Ah.. não fica assim, logo você vai achar seu boy magia.
- Sei não viu... Ano passado você disse a mesma coisa.
- Quer que eu faço umas macumbas doidas que vi na internet? Quem sabe não ajuda.
- Se tá é doido Thales?! Mexer com essas coisas não é bom não, aí que irei ficar sozinha para sempre.
- Você é quem sabe- sorriu.
- Ah... para com isso, vivi dezesseis anos da minha vida sem homem, acho que suporto mais alguns.
- Que triste, desse jeito será uma tiazinha velhinha com um punhado de gatos.
- Eu até que curto gatinhos, são fofos.
- Verdade, pena que tenho alergia.
- Ei você viu a Gemma por aí?
- Não... Mas provavelmente está com o Caio se pegando em algum canto.
- Eles estão muito grude pro meu gosto.
- Você diz isso porque é a única solteira da turma querida.
- Aff. Joga na cara mesmo Thales.
- Só digo a verdade.
- Certeza?! Vamos entrar, logo baterá o sinal e quero pegar um bom lugar.
- Você é essa mania de querer sentar na frente, o fundão é bem mais divertido.
- Escola não é diversão.
- Pra mim é... Vamos logo vai - deu um tapinha de leve nas minhas costas - já ficou sabendo que vai ter um aluno novo na nossa turma? Espero que seja gatinho.
- Thales. - repreendi - pensei que estivesse namorando.
- E estou, só que isso não me impede de apreciar a beleza dos outros caras ao meu redor.
- O Jordan sabe disso?
- Ah... Não, e nem pense em abrir essa matraca.
Sentei-me no mesmo lugar de sempre, primeira carteira da parede, ter um lugar para apoiar as costas e sentar de lado sempre será a maneira mais confortável de assistir as aulas. Thales foi para a última carteira juntamente com o casal grude, mas por mim beleza já estava acostumada com eles sentando longe de mim no período escolar e entendo perfeitamente que não curtem ficar na frente, da mesma forma que não gosto do fundão.
- Bom dia turma. - disse a professora Holga entrando na sala carregada de bolsas com livros. - Jesus!!! - se surpreende- Vocês não pensam que vão ficar sentados no local que escolheram por muito tempo, não é? Do contrário todas aulas serão um mercado de peixe. Até a secretaria não autorizar o mapeamento controlem essas línguas ou irião ficar sem intervalo.
- Pra que trocar a gente de lugar fessora, vamos fala do mesmo jeito! - Taylor reclama de lá do fundo.
- Quer ser a primeira a deixar a sala senhoria Skiavon?
- Com licença.
A porta se abre revelando um adolescente, parecia ser mais velho que os garotos da minha sala, com os olhos tão escuros quanto a noite, que de alguma forma pareciam ser familiares e uma barba rala que o deixava com uma aparecia super sex.
- Acabei perdendo um pouco de tempo na secretaria assinando alguns documentos. Posso entrar?
- Por favor. Sente atrás da Alexia.
O rapaz olhou para a professora com uma expressão confusa por não saber quem era a garota mas acaba indo se sentar na carteira atrás de mim visto que era a única da sala que estava vazia.
-Oi. - resmungo com os lábios.
Recebo como resposta um sorriso, que me causou um arrepio na espinha, uma sensação estranha percorreu todo meu corpo. Credo. Viro rapidamente e começo a escrever o texto que a professora passava na lousa em meu caderno.
Inglês nunca foi minha matéria favorita, sempre preferi a área de exatas, física e matemática são minhas paixões, espero conseguir passar em uma boa universidade ano que vem e cursar engenharia de petróleo, já comecei a estudar para os vestibulares, quanto antes melhor. Meu IPhone começa a vibrar no bolso da calça jeans, o pego de ligeiro para que Holga não o visse e o coloco escondido entre a carteira e meu corpo.Fala com o aluno novo
-ThalesEu não! Nem sei o nome do mulek. Vou falar oq?
-LexSei lá. Pergunta se ele é homo.
-ThalesThales cria vergonha nessa cara, meu filho, vc tá namorando!
-LexEntão pergunta outra coisa vai. Eu e a Gemma fizemos uma aposta, se vc não fala com ele eu tenho que pagar um lanche pra ela, se vc falar ela paga pra mim.
-LexSe eu conversar com ele vc vai dar um pedaço do seu lanche pra mim?
-LexOkay, a gente racha no meio.
-ThalesVirei-me para olhar o aluno novo, ele parecia sereno, calmo, como se não quisesse ser incomodado. Mas... né, vale metade de um Xsalada da cantina.
-E aí? Qual seu nome? Você é novo aqui na cidade, ou só mudou de instituição?
Ergueu seus olhos escuros que se encontraram com os meus. Como uma pessoa poderia ser tão linda? Suas feições eram todas certinhas, não tinha nem sequer uma espinha para estragar sua pele clara.
-Tomlinson - pigarreou- Louis Tomlinson. Na verdade eu já moro a um tempinho aqui. E você Alexia?
-Nossa. Por favor me chame somente de Lex, não curto muito meu nome- sorri. - Bom, eu moro nesse lugar desde sempre, mas não vejo a hora de sair desse inferno.
-Você não sabe nada sobre o inferno.- disse de forma assustadora.
-Eu hem, desse jeito parece que até já foi fazer uma visitinha pro Capiroto.
-Quem sabe- riu. - Você dorme sozinha?
Que tipo de pergunta é essa criatura? Tá pensando em que ir me matar de noite? Credo, acho que esse garoto tinha algum problema mental, por que não me pergunta coisas mais normais do tipo "Que música você curte?"
-O que você falou? - talvez eu estivesse um pouco surda né. Ele não iria me perguntar isso assim nada.
-Queria saber se está solteira. - ah, como sou burra, foi nesse sentido que ele quis dizer "dormir sozinha".
-Não, acho que eu me amo muito para gostar de alguém. Pra falar a verdade, eu acho que nem sei o que é gostar de alguém.
-Normal. Eu também não sei.
-É, talvez eu seja um pouco fria para essas coisas.
-Não acho isso, todo ser humano encontra seu amor em algum momento se sua vida. Isso é fato.
-Nesse caso não serei uma senhorinha velha e desdentada sem nenhum netinho me pedindo doces.
-Disso eu já não tenho tanta certeza. Não são muitos que vivem para ver os netos.
Caralho, esse cara era lindo, isso não tinha dúvida alguma, mas não falava coisa com coisa não, Está insinuando que irei morrer. Cara vai com calma porque eu quero viver bastante ainda.
-Você tem dezesseis? - pergunta.
-Daqui um mês faço dezessete - sorri, daí só faltará mais um aninho para ser maior de idade, responder por mim mesma, frequentar aquelas baladinhas doidas. Vai ser o paraíso (como já disse, sonhar é bom) - Você parece que é mais velho que o resto da turma.
-E sou.
-Repetiu de ano?
-Na verdade esse é meu primeiro dia de aula.
-Tinha professor particular? Isso aí é muito caro.
-Não, eu não gasto dinheiro com essas coisas.
-Então você está mentindo, porque não estaria no segundo ano do ensino médio se não tivesse feito o fundamental antes.
-Não estou não.
-Cara... -balancei a cabeça negativamente, ele acha que sou burra? Ninguém entra na escola do nada. Idiota.- Se você nunca freqüentou uma escola o que está fazendo aqui? Resolveu que quer estudar agora que tem dezoito? Acho que seria melhor se você entrasse para o EJA.
-Vim por sua causa. E não disse que tenho dezoito anos.
O sinal toca, Louis é o primeiro a arrumar seu material, levantar-se e a deixar a sala sem nem dizer um tchau. Eu o acompanho com os olhos até que atavessa-se a porta.
A verdade é que estava absolutamente bugada, aquele cara realmente sabia como deixar alguém confuso. Por que raios ele falaria que veio para a escola por mim. Será que meu pai resolveu ligar para sua filha depois de tantos anos e quis mandar um guarda costas para ela? Não... Acho que ele não faria isso. Provavelmente Louis Tomlinson é somente um adolescente com sérios distúrbios mentais que fica inventando histórias para deixar os outros confusos e até com um pouco de medo.*******
Gente, espero que estejam gostando, o primeiro capítulo é meio paradinho mas depois fica bem melhor.
Desculpe se tiver algum erro de escrita.
Obs: o cara da foto é o Thales.
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Paixão Mortal [L.T] CONCLUÍDA
RomanceAlexia é uma adolescente normal ou pelo menos vivia como uma até Louis chegar em sua vida e colocar tudo de cabeça para baixo. A chave para quebrar a maldição é matando-a e o que aconteceria se você tivesse que matar seu único amor? -Você está sozin...