POV Dylan
Ok, eu quase morri pra sair da cama hoje. Desliguei meu despertador e fui pro banho porque sem tomar uma ducha eu com certeza vou dormir na aula de química. Vesti minha tão adorada camisa xadrez e tomei meu café rápido, queria chegar mais cedo na aula pros meus primos me contarem mais sobre a Scarlett. Não que eu esteja interessada nela, só estou um pouco curioso mesmo. Já faz uns dias desde que eu cheguei e que ela quase me atropelou (não gosto de lembrar dessa cena) e desde então não nos falamos mais. Só se vimos na aula de química na qual nos ignoramos totalmente.
Logo no corredor, encontrei Terry e Scott, que faziam uma competição com seus amigos de quem conseguia arrotar mais o alfabeto. São meus primos, mas são meio babacas.
- Eai. – eu disse.
- Oi Dylan. – eles falaram em um tom quase uníssono.
- Dylan, heyyy. Algum progresso com a Parker? – disse Terry.
- Ser quase atropelado por ela é considerado progresso? – ele riu de mim – Fora isso, já faz um tempo que não nos conversamos.
- Uou, você tá se saindo melhor do que eu imaginava HAHAHA. – ele riu mais ainda. Se eu não conhecesse Terry, poderia jurar que ele tava bêbado às sete da manhã.
- Mas eu gosto do jeito marrento dela. – ele me olhou com um sorriso malicioso – Não, não desse jeito. Não estou afim dela, relaxa. É que toda aquela birra dela me deixa curioso, só isso.
- Ok Sr. Não-estou-afim-da-Parker, vamos fazer uma aposta. Você tem um mês pra conseguir pegar ela. Vou ser gente boa, só dar uns beijinhos serve. Se você conseguir, te dou 100 reais. Caso contrário, quem ganha sou eu. – ele me jogou o que era pra ser seu olhar desafiador.
- Terry, acho que você esqueceu o primo que tem. A Scarlett pode ser uma idiota comigo, mas isso não me dá o direito de brincar com ela assim. Não vou fazer isso, que ridículo.
- HEY TERRY, EU QUERO TE MOSTRAR O VÍDEO DA FESTA DE SÁBADO, VEM CÁ VER. – gritou um maluco lá no fim do corredor.
- JÁ VOU CHRIS – ele gritou de volta e depois me olhou – Não sabia que meu priminho era tão adorável com as meninas, mas lembre-se que a Parker não é uma garota normal. Boa sorte. – e foi correndo em direção do tal Chris.
Não posso negar que quando cheguei há alguns dias atrás, na primeira vez que vi a Scarlett, eu tive vontade de ficar com ela só por causa de popularidade e algo assim. Mas, depois eu pensei sobre isso e eu não sou assim. Não sou o menino que brinca com garotas só por causa de fama. Será que foi o ar de San Francisco que afetou meu cérebro? Espero que não, não quero agir como um Terry da vida. Sem contar que daria um trabalho enorme conquistar a Scarlett – não que seja impossível, afinal tenho os meus truques – mas, eu ainda tenho que saber sobre ela. Algo dentro de mim anseia por isso.
Nem reparei que fiquei perdido nos meus devaneios vendo o Terry sumir no corredor atrás do tal Chris. Quando me toquei sobre isso, Scarlett apareceu na minha frente.
- Quer dizer que você não é tão babaca quanto eu pensava, hm? Por que não aceitou a aposta dele, Collins? – ela me perguntou com uma sobrancelha arqueada.
POV Scarlett
Se minha vontade de vir pra escola não existe em dias normais, hoje tava menor que isso. Cheguei na escola e fui direto pegar minhas coisas no armário porque sinceramente, eu queria muito ir pra sala de aula, abaixar minha cabeça e ouvir música. No meio do caminho, encontrei o Terry conversando com o Collins e pouco curiosa que sou, me escondi atrás de um armário e ouvi a conversa.
- Ok Sr. Não-estou-afim-da-Parker, vamos fazer uma aposta. Você tem um mês pra conseguir pegar ela. Vou ser gente boa, só dar uns beijinhos serve. Se você conseguir, te dou 100 reais. Caso contrário, quem ganha sou eu. – Terry disse pro Collins.
- Terry, acho que você esqueceu o primo que tem. A Scarlett pode ser uma idiota comigo, mas isso não me dá o direito de brincar com ela assim. Não vou fazer isso, que ridículo. – disse o Collins.
Olha, confesso que isso me surpreendeu. Conhecendo os meninos desse colégio, aposto que 99% teria aceitado a aposta mesmo sabendo que não ia conseguir nada. Talvez o Collins não fosse tão ruim. Só talvez.
Terry foi se encontrar com um menino que tava gritando no fim do corredor e foi a minha oportunidade de falar com o Collins.
- Quer dizer que você não é tão babaca quanto eu pensava, hm? Por que não aceitou a aposta dele, Collins? – perguntei pra ele que me olhou com os olhos arregalados.
- Você ouviu toda a conversa? – ele me perguntou ainda com os olhos mais abertos que o costume.
- Não não, só a partir da aposta mesmo. Por quê? Tá me escondendo algo? – olho pra diretamente pra ele (que por sinal está mais aliviado).
- Não, só estou surpreso por você estar ouvindo conversa dos outros, Parker. Cadê sua jaqueta do Exército, aliás?
- Não sei se onde você morava era assim, mas aqui em San Francisco a gente põe pra lavar roupas que ficam sujas. Enfim, você ainda não respondeu minha pergunta. Por que você não aceitou a proposta dele? – eu disse.
- Foi o que eu disse pra ele, não sou o tipo de menino que brinca com o sentimento das outras pessoas. Acho escroto pra cacete, aliás. Sei disso porque vi muitas amigas sofrerem por isso e prometi a mim mesmo nunca fazer isso para alguém. – ele me disse.
Cara, tenho que admitir que isso foi fofo. Ele me falou isso com uma voz tão serena e tranquila que combinou perfeitamente com sua camisa xadrez vermelha e azul. Ok, chega de viadagem, Scarlett. To tão poeta hoje, melhor acabar com esses pensamentos.
Lembrei do que a Angeline falou e do que eu tinha pensado naquele dia em que encontrei a Alexa, sobre dar uma chance só pra ver até onde ele ia. Vendo o que ele disse hoje, talvez ele realmente merecesse uma chance porque eu sei que ele tá curioso sobre mim e eu também to curiosa sobre ele. Talvez ele seja diferente desses meninos tipo Terry. Maybe.
- Ok Collins, você não queria ser meu amiguinho? Tu tem um almoço pós aula pra me convencer que não é igual a esses meninos idiotas e você paga. Feito? – ele me olhou com desconfiança.
- Hm... feito. – bateu o sinal – Agora é aula de química né? – assenti com a cabeça – Então, QUEMCHEGARPORÚLTIMOÉAMULHERDOPADRE. – e saiu correndo em disparada na minha frente.
- COLLINS, ISSO NÃO É JUSTO, EU NÃO SABIA!! – e sai correndo atrás dele. Minha sorte que sou rápida e logo alcancei ele. Eu tinha acabado de começar a correr e já estava toda vermelha enquanto o Collins tava igual a antes. Injusto.
Quando chegamos na frente da sala do diretor, voltamos a andar para não levarmos detenção e logo em seguida a correr de novo. De repente, Collins olhou pro lado e logo parou. Quando eu olhei para a mesma direção, parei também.
- Alexa? – disse Collins com as sobrancelhas cerradas.
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Double Desire
FanfictionCidade nova, desafios novos. Ir para Blackbath High School não foi uma decisão feliz mas nem tudo na vida são decisões agradáveis e eu sinto que minha vida vai mudar agora em San Francisco. Nada desse lugar me surpreendeu, nada me deixou inquieto, e...