Fabulous

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POV Scarlett

Acho que mordi minha língua no quesito "Atividades Sexuais do Collins". Ele era muito bom no que fazia, mas nem na vida e nem na morte eu confessaria aquilo. Esse é o tipo de informação que uma pessoa orgulhosa leva pro túmulo e é justamente o que eu iria fazer. Nem preciso falar, na verdade. Infelizmente, ele sabe que é bom.

Ainda ofegando e com certeza com as bochechas vermelhas, eu estava deitado ao lado do Dylan quando ouvimos seus pais chegando e sua mãe indo justamente pro seu quarto. Como se tivéssemos pensado na mesma coisa, eu e Dylan nos entreolhamos com os olhos arregalados claramente pensando "FERROU!". Posso não ter vergonha de muitas coisas, mas ser encontrada num estado pós-sexo por sua sogra que nem sabe desse relacionamento ainda é com certeza um momento bem embaraçoso e de constrangimentos eu já estava farta. Espera... Sogra? Enfim.

Como um felino, levantei na num pulo e peguei as primeiras coisas na minha frente que pertenciam a mim: minha calcinha, sutiã, regata e short. Nem me importei de deixar minha jaqueta e coturnos ali, estava torcendo com todas as minhas forças que a mãe do Dylan fosse bem desligada e segui rapidamente pro banheiro, deixando a porta levemente entreaberta pra poder assistir melhor a conversa fiada que o Collins ia contar pra ela. Comecei a me vestir e quando a sua mãe entrou, eu já estava com parte da minha roupa vestida. Lavei meu rosto pra diminuir a vermelhidão – que de fato, ali estava – e nesse meio tempo, ouvi a conversa com atenção, tentando me segurar pra não rir.

- É... Oi Diana. – disse o Collins um tanto aflito, passando a mão entre seus cabelos.

- Filho, tá tudo bem? – Diana falou com um certo tom de preocupação na voz e pelo espelho, vi pelo pequeno espaço entre a porta ele afirmando com a cabeça – Dylan, você está vermelho! E suando! Tem certeza que está tudo bem?

Nesse momento, eu realmente tive que botar a mão na boca pra não rir. Diana, amiga, se tem uma coisa que ele tá, é bem. Também incomodado com a pergunta da mãe, Dylan limpou a garganta com uma expressão até de culpa por fazer a mãe se preocupar com nada e voltou a afirmar.

- Diana, eu tô bem, é que... Eu vomitei muito e... Acabei assim, suado e vermelho. – ele dizia entre espaços de tempo e agora eu, já normalizada, me concentrava nessa cena um tanto quanto cômica mais do que nunca.

- Mas você não tava com dor de cabeça? – ela perguntou com muita desconfiança na voz, reparando em volta do quarto e parando com os olhos justamente na minha jaqueta. Fodeu.

Bom, fodeu e não fodeu né. Não é que nós não podemos ficar juntos, é que essa ideia de conhecer os "sogros" (meu Deus, eu repeti isso de novo!) e coisa do gênero não era bem minha cara, muito menos a de Dylan. Por isso que, mesmo sem ter falado sobre isso, no momento que vimos que a Diana ia subir partilhamos a mesma opinião ao nos entreolhar com olhos arregalados. Uma estranha conexão, eu diria. Acho que essa era minha deixa do banheiro.

- Eu tava, mas... – Collins foi interrompido por sua mãe pegando minha jaqueta. É.

- De quem é isso, Dylan? – Diana disse olhando diretamente em seus olhos com... Um sorriso divertido? Ok, reação estranha. – Isso era mentira, né? Esse lance de vômito?

- Bom, a jaqueta é minha. – eu disse saindo do banheiro. Diana me olhou e abriu mais seu sorriso, como se aprovasse nossa atitude. De novo, reação estranha.

- Oi, querida! Sou a Diana, mãe do Dylan. – ela me puxou para um abraço e fez sinal pro filho, como se fosse o apresentar – Bem, acho que vocês não precisam se apresentar né? Pelo jeito, já tavam se apresentando muito bem...

- Diana! – Dylan repreendeu a mãe e eu senti minha cara voltando ficar vermelha. De novo por sinal, só que dessa vez por puro constrangimento enquanto da outra foi por pura... excitação.

- Dylan, pelo amor de Deus! Eu já tive a idade de vocês e também sei das coisas. Acha que você veio por um presente do Papai Noel? – ela riu e eu ri baixinho também. Parecia uma mulher de bem com a vida.

- Eu sou a Scarlett, amiga do Dylan. – eu disse num sorriso.

- Amigos... Sempre começa na amizade, querida... – ela disse mais uma pérola e eu não pude evitar abrir mais meu sorriso.

- Ok Diana – Dylan, que parecia mais constrangido que eu, resolveu fazer alguma coisa –, acho que ouvi o Richard te chamando. Provavelmente ainda está furioso pelas caminhadas que você o obriga fazer.

- Ah, tava tão entretida que nem ouvi. Bom, Scarlett, apareça aqui amanhã pra nos conhecermos melhor. Você é muito bela, Dylan me surpreendeu dessa vez. – ela deu um sorriso pra mim e voltou-se pro Dylan – E, filho. Aquilo que eu te disse sobre ter que mentir melhor: você ainda está precisando. – e saiu, fechando a porta. Dylan, meio boquiaberto, resolveu aliviar a tensão.

- Apresentada à matriarca dos Collins. – disse o Dylan, estendo minha jaqueta para mim e me fazendo por mesmo com calor.

- Sua mãe é... Fabulosa. – ele riu do meu adjetivo e eu me senti a Sharpey de High School Musical; Não que eu gostasse ou tivesse visto, é que o sucesso foi tanto que mesmo sem assistir eu sei boa parte das coisas – Ok, eu acho que não foi a melhor palavra pra descrever ela, mas ela é incrível! Meu Deus, eu achei que ia ser muito pior.

- Pior? Eu não sei você, mas eu tava morrendo por dentro. Será que nosso estado tá tão acabado? Pra ela notar que estávamos...

- Dylan! Tua mãe pode não ser da nossa idade, mas não é burra. E sim, nosso estado já diz tudo... Mesmo depois de eu tentar me arrumar. – nós dois rimos e eu tava feliz. Na mais pura sinceridade, feliz. Pode ser verdade que é possível ser feliz sozinha, mas com uma pessoa ao seu lado é tão mais fácil que eu me perguntara por que não tinha aceitado isso antes. Entretanto, uma pergunta um pouco desesperada demais surgiu na minha cabeça e eu não poderia ir embora sem perguntar.

- Você vai ficar aqui ou... – e pela segunda vez em menos de 10 minutos, Dylan foi interrompido de novo. Só que dessa vez, por mim.

- Isso, entre a gente... Significa algo sério? – eu disse apreensiva.

- Hm... Você quer saber se vamos namorar, é isso? – eu afirmei com a cabeça – Bom, que eu soubesse já estávamos namorando...

- Seu imbecil, para de se fazer e responde logo. – eu disse já irritada com a demora da resposta.

- E não vai ser nada ruim pra mim se isso for de verdade. – ele disse calmo, passando o polegar na minha bochecha de uma forma estranhamente melosa. E o pior é que eu tinha gostado.

- Isso foi um pedido de namoro indireto, Collins? – eu o perguntei com uma sobrancelha arqueada.

- Só se você quiser que seja, Parker. – ele me devolveu com o mesmo tom.

- Então tá. Nós vamos ter que ficar separados na escola por termos "terminado", mas se eu ver você se aproveitando de alguma líder de torcido eu arranco tudo que você mais adora em seu corpo.

- Isso foi um "Sim" pro meu pedido, Parker? – ele disse me imitando.

- Só se você quiser que seja, Collins.

Double DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora