"As vezes é bom se desligar do mundo. Das pessoas e até mesmo dos sentimentos. Não por que somos anti-sociais ou coisas do gênero,mas é que precisamos de um tempo sozinhos. Só com os pensamentos e dúvidas. Isso é uma maneira de " Recarregar as Energias" rever o que está errado, o que está acontecendo. Para somente assim, possamos voltar para Vida".- Nah Ferreira
Acordei bem cedo. Hoje vou fazer a entrevista de emprego para a rádio. Tomo um café da manhã bem reforçado e Rael me leva até la. Ele insiste em me acompanhar, mas que impressão vou dar ao meu talvez futuro chefe, se eu aparecer com uma babá na minha entrevista de emprego?
Mandei meu currículo por email a ele e agora estou aqui, em frente a estação de rádio, apertando a alça da minha bolsa como se fosse parar meu nervosismo. Quer dizer, não estou nervosa pela entrevista, sou ótima para lidar com pessoas, estou nervosa, se eu conseguir o emprego. É isso mesmo que eu quero? Passar meus dias servindo cafés das oito as onze e das duas as seis?
Não tenho outra opção, o dono da gravadora é o único cliente do meu irmão, ele não está indo bem com essa coisa de advogado. Ele ja deveria ter aberto um escritório só seu, mas o dinheiro que estava juntando, gastou com o enterro dos nossos pais.
Então, é isso.
Entro na estação e vou até a recepcionista. É uma mulher que não deve ter mais de 30 anos. Tem o cabelo liso e preto. Maquiagem exagerada e uma cara de quem não acordou bem.
Paro em frente a ela e espero ela desviar o olhar do computador a mim, mas ela não faz, então limpo a garganta discretamente. A recepcionista levanta os olhos pra mim.
-O que deseja?-Ela pergunta entediada.
-Sou Maya Rezende, tenho uma entrevista de emprego com o senhor Theodoro Goulart.-Digo.
Ela pega o telefone e disca um número. Fala meu nome, o que vim fazer e desliga.
-Ele está te aguardando na sala dele, terceiro andar, última sala, porta Vermelha.
-Obrigada.
Sigo até o elevador e aperto o número 3. Em segundos a porta se abre e eu saio. De cara, vejo ao longe a porta vermelha. Me dirijo até la. É isso, você consegue, é so fazer o que sempre faz.
Bato na porta e entro.
Theodoro é um homem alto de cabelos e olhos pretos. Tem a barba rale e usa um terno. Embora está seja uma cidade pequena e ninguém aqui parece ser muito rico, o homem se veste como um ator que vai receber o Oscar.
- Maya Rezende, não é? Sente-se por favor.-Ele diz. Sua voz e grossa como daquele cantor, Mc Catra, eu acho. Sento em uma cadeira em frente a sua mesa exageradamente organizada.
-Olá senhor Theodoro, me chame de Maya, não gosto muito do sobrenome.-Digo.
Ele gira na cadeira, que me faz questionar se ele não é um pouco excêntrico.
-Maya. Fiquei surpreso com o pedido do seu irmão, mas ele disse que você tinha experiência e é um amigo, então decidi dar essa chance a você.
-Confesso que também fiquei surpresa. Não estava nos meus planos me mudar pra cá. Eu amava meu trabalho em São Paulo, mas infelizmente a vida é assim não é mesmo? E eu vou ser honesta, não tenho bem experiência, na verdade, eu fazia remixes num computador velho, quando criança.
Ele me estuda. Percebo que está franzindo o cenho.
-Honestidade é sempre um bom passo. Imagino como deve ter sido mudar da cidade grande, para essa cidade pequena, mas eu gostei de você, então vamos começar a entrevista.
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O Garoto da Máscara Azul - DEGUSTAÇÃO
RomantizmDEGUSTAÇÃO!!!! Maya era uma garota animada da cidade grande, tinha a vida basicamente perfeita se não fosse pelas condições da família que a mantia fora da faculdade. Com seus 18 anos, ela vai a uma festa escondida dos pais, onde encontra seu namora...