Cap. 11

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~ Bernardo ~

Fazia tempos que Marcela estava no hospital em coma, eu venho visita-la todos os dias e falo alguma coisa de Deus para ela.
Hoje mesmo eu já falei, e agora estou indo embora.

Me levanto e vou a porta até que a vejo levantar ofegante e procurando ar dizendo: "Jesus não me deixe morrer sem ti", volto rapidamente para ela e a abraço.

- Calma, calma, foi só um pesadelo, passou. - Tento acalma-la mais é em vão, ela chora sem parar.

- Bernardo? - Ela estranha eu ali e eu desgrudo dela.

- Sim, sou eu. Se importa se eu ficar aqui? - Pergunto constrangido.

- Não, claro que não. - Sorri, mais logo seu rosto desesperado volta.

- Ufa. - Volto a abraça-la. - Ainda está sem ar? - Pergunto agora olhando em seus olhos.

- Não, está tudo bem. Foi só um pesadelo. - Ela diz lutando contra o desespero.

- Ta bom, quer falar sobre o que aconteceu? - Perguntei.

- Tive uma coisa, nao sei, eu parecia viver aquilo, mais agora me vendo neste hospital eu não estava la, eu to confusa, primeiro era lugares ótimos e depois um lugar assustador com alguém que quis me matar. - Ela começa a chorar desesperada. - Ele queria me matar.

- E você acordou chamando Jesus. - Nessa hora ela para o choro.

- Eu?

- Sim você.

- Não estou lembrada disso.

- Mais eu sim.

- Você pode me deixar sozinha?

- Posso, vou chamar a doutora pra te ver.

- Ta bom, obrigado. - Ela agradece deitando de novo.

Sai do quarto tentando entender o que aconteceu ali, ela, ela, ai meu Deus, ele deu visões pra ela e ela não se tocou ainda? Será?
Chamo a doutora e vou embora, os pais dela são comunicados.

~ Marcela ~

Depois que Bernardo saiu do quarto, fiquei lembrando dos sonhos, pesadelos, visões, nao sei o que eram, só sei que cada vez que eu lembrava eu chorava mais e mais.

Eu lembrei de ter chamado Jesus, mais ainda não sei, nao sei o que eu quero pra minha vida, eu estou perdida, me sinto perdida.

Meus pais vieram me ver e logo tiveram que ir embora. Mais no dia seguinte Bernando chegou la com eles.

- Oi, chegamos. - Ele fala sorridente.

- Oi, demoraram hoje. - Falo.

- É que Bernardo foi pegar o violão la em casa antes de vim meu amor. - Mamãe me beija na testa.

- Filha consegue sentar na cama? - Papai me pergunta com carinho.

- Claro pai. - Me sento, e eles se sentam ao meu lado e Bernardo senta na minha frente na cama.

- Posso cantar uma música pra você? - Ele diz sorrindo.

- Claro. - Sorri junto.

- Dona Rosana e seu Lucca, vocês conhecem a música, então me acompanhe com a canção. - Bernardo os convida.

Ali Bernardo arrumou o violão e começou a tocar, aquelas notas faziam meu coração vibrar de saudades da época que eu cantava e tocava na igreja, uma coisa boa tomou conta do meu coração e ele com sua voz linda, começou a cantar fazendo com que eu me arrepia-se pra valer.

Bernardo :
Eu não sei onde me perdi
Eu não sei quando deixei de ouvir Tua voz
Eu confesso que muitas vezes pensei em desistir
Mas, algo me segurou
Uma força me prendeu a Ti

Eu já nem sei quem sou
Não consigo enxergar uma luz para me guiar nesta estrada escura
Que continuo, continuo a trilhar

Assim minha mãe com sua voz forte e suave ao mesmo tempo, continuou a canção, que já fazia com que meus olhos deixassem as lágrimas cair..

Rosana :
Eu tenho saudades quando me lembro dos dias dos amores
Eu era só Teu e você era só meu, Jesus
Eu era só Teu e você era só meu Jesus.

Logo os três começaram a cantar e eu fui envolvida completamente pela canção :

Pai, mamãe e Bernardo:
Eu quero, preciso voltar
Ao longe, começo a enxergar
O fogo que sai do Teu olhar
A brisa suave sussurra meu nome

Foi a força do Teu amor
Foi a força da Tua paixão
Que me fez desejar estar aqui
Novamente te amar

Foi a força do Teu amor
Foi a força da Tua paixão
Que me fez desejar estar aqui
Novamente me entregar

E dizer: Te pertenço
E pedir pra Você me amarrar a Ti

Logo eles pararam de tocar e meus olhos não conseguiam se abrir, somente lágrimas caíam deixando molhar todo o meu rosto, e eles começaram uma oração, e foi ai que aconteceu, uma briga dentro da minha cabeça, dentro do meu coração, nao sei.

- Filha fica comigo.
- Fica comigo garota.
- Filha eu te amo tanto.
- Garota eu sou o melhor.
- Filha sou teu pai.
- Garota tenho umas coisas pra te oferecer.
- Eu como teu pai, teu noivo e teu melhor amigo, peço, fique comigo.
- Garota, garota, vem aqui vem.
- Filha não é por força e nem por violência, só peço que fique comigo.
- Garota ou você fique comigo, ou - A voz da uma risada irônica que me fez tremer de medo - Ou garota você já sabe. - Então a imagem do homem tantando me matar aparece novamente em minha mente.

- Chega vocês. - Grito chorando.

- O que houve filha? Não estamos fazendo nada. - Mamãe fala assustada.
- Não estou falando com voces mae, é com a minha mente.

- Como assim filha? - Pai me pergunta.
- Na minha mente, fica duas pessoas falando, nao sei pra onde vou. - Falo colocando as mãos na minha cabeça.

- Calma Marcela, calma. Você vai saber pra onde ir, calma. - Bernardo fala tentando me acalmar.

Logo depois eles tiveram que ir embora e eu tive que tomar um calmante.

~ Bernardo ~

- Senhor Lucca, dona Rosana, estou preocupada com Marcela aqui sozinha. - Falo.

- Porque? - Lucca me pergunta.

- Por causa dessas coisas que estão abatendo ela.

- Bernardo não se preocupe, isso é só Deus falando com ela. - Rosana ja fala.
- Vocês sabem que não é só Deus falando com ela não sabem? - Pergunto.

- Sabemos sim, mais a unica coisa que podemos fazer é orar por ela. - Lucca fala firme.

- É, eu vou fazer isso.

- Obrigado por tudo. Vamos, vamos te levar pra casa. - Dona Rosana ri perfeitamente e saímos.

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