Uma Nova História

Cap. 22

~ Bernardo ~

Já fazem dois meses e meio que Marcela está na clínica, hoje é sabado e vou ir visitar aquela morena dos olhos castanhos claros maravilhosos, sabe Marcela é uma amiga e tanto e nós dois tem se entendido bastante.

Chegando la...

- Oi Diogo, vim ver a Marcela. - Sorri.

- Oi Bernardo ainda bem que você veio, Marcela está descontrolada.

- Porque? O que aconteceu?

- Falta de droga.

- Fase da abstinência?

- Sim.

Ele me deixou na frente do quarto de Marcela e saiu me deixando sozinho.

Quando eu ia bater na porta ouvi Marcela gritar parecendo estar com raiva e jogou algo na parede me assustando.

Pensei em ir embora e deixá-la sozinha, mas tomei coragem e bati na porta.

- Entra. - Ela grita.

- Oi, trouxe pra você. - Entreguei flores.

- Obrigado. - Ela sorri forçado.

- Esta tudo bem Marcela? - Ela me olhou tremendo.

- Preciso de drogas Bernardo. - Ela disse me olhando nos olhos.

- Não você não precisa. Você está aqui porque quer se tratar lembra?

- Esta sendo difícil. - Ela disse bagunçando os cabelos e jogando o livro que dei a ela na parede.

- Você precisa ser forte.

- Não dá Merda. - Ela grita comigo.

- Tudo bem, isso, vai ficar tudo bem. - Vejo ela me olhar furiosa.

- Você ta de brincadeira ne? Eu preciso de drogas, estou tão nervosa e tremendo, passando mal o tempo todo, procurando por droga em todos os lugares. - Ela diz com lágrimas em meio ao desespero.

- Sabe eu tive uma ideia. - Falo.

- Qual? Me levar pra comprar drogas?

- Claro que não. Ta maluca?

- Então o que?

- Vem, deita aqui e vamos conversar.

- Você ta brincando? - Ela pergunta e eu a deito na cama sentando no chão ao seu lado.

- Não. Me fala, me fala sobre a sua vida.

- Não quero.

- Fala por favor. Quero tirar a droga do teu pensamento.

- Hum, tenho 19 anos e sou solteira. - Sorri.

- Isso foi uma cantada dona Marcela? - Ela solta uma gargalhada.

- Poderia ser, mais te respeito. Somos amigos.

- Hum. - Sorri. - Com quantos anos você fez esta tua tatuagem? - Pergunto olhando pro pulso dela.

- Eu tinha 15 anos, ganhei de aniversario de um amigo meu.

- E o que está escrito nela?

- Amor e paz.

- Ela é linda. - Falei chegando perto.

- Tenho mais 14 tatuagens espalhadas pelo corpo sem contar com esta. - Ela sorri.

- Han? Desde quando? Nunca percebi.
- É que assim, quando eu fiz esta tatuagem. - Ela disse mostrando o pulso. - As pessoas me olhavam tipo "Nossa uma negra com tatuagem nem aparece" típico de invejosos, foi então que fiz mais 14 tatuagens sem parar.

- Seus pais sabem?

- Sim. Eles ficaram um tempo emburrados comigo, mas tiveram que aceitar.

- Entendi. Vem me mostre todas as suas tatuagens. - Ela se levantou.

- Bom tenho a do Pulso que voce ja viu, tenho um coração aqui no pescoço, tenho um bocado de pássaros das pernas até os pés, tenho um símbolo do infinito que fiz com uma "amiga" aqui na coxa, tenho uma pequena flor no meio dos seios. - Evitei olhar. - Tenho uma pena no ombro direito, tenho um violão no canto das costas do lado direito também, tenho uma frase das costas indo pra barriga no lado esquerdo que fala "Vamos viver nossos sonhos temos tão pouco tempo", tenho o nome Mariana no meio das minhas costas bem aqui em cima. - Ela mostrava cada parte do corpo. - Tenho as iniciais dos meus pais e da minha irmã Lara aqui neste dedo mindinho da mão esquerda, tenho uma coruja pequena na coxa e um filtro do sonhos um pouco mais pra cima dando charme, tenho uma cruz puxando o nome Jesus aqui neste meu anti braço, tenho estrelas no pé da barriga no lado esquerdo indo pra minha coxa, tenho uma frase escrita inglês bem em baixo do nome Jesus, e ela traduzida é " Uma Nova História " Não sei porque tatuei isso.

- Nossa você tem muitas tatuagens.

- Tenho mesmo. - Ela sorri.

Assim ficamos o dia todo conversando e ela esqueceu as drogas rapidamente, assim tive que me despedir e ir.