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Era o fim do segundo semestre, o colégio estava sugando todo o meu tempo e ainda assim não era o suficiente para conseguir boas notas. Meus esforços – e olhe que não eram poucos – não estavam dando o resultado esperado. Para falar a verdade estava longe disso. Mas ainda deixei levar por causa da maldita inocência de adolescente de "vou estudar mais e na próxima prova eu consigo uma nota melhor" ou "Calma, no final vai dar tudo certo".

Foi depois de uma prova em que precisava tirar nada menos que 9 e na verdade tirei 3,4 que decidi – mais uma vez – meter a cara nos livros e pus-me a revisar naquelas duas semanas de intervalo entre a "bendita" nota e a temível nova prova.

Acordei naquele dia atrasado, para variar. Desci as pressas para tomar café e ir para o colégio, pois a prova seria na segunda e terceira aula. – Que ótima maneira de começar a semana, passei o fim de semana todo me matando de estudar e ainda assim continuo sem confiança de conseguir uma boa nota. – Saí de casa correndo, encontrei com alguns amigos pelo caminho e começamos a conversar, tentando esquecer um pouco essa prova.

Chegamos à escola um pouco antes do sinal da primeira aula tocar, mas estávamos mais interessados nas  últimas, que eram as de matemática. Sentei na terceira carteira da fileira no centro da sala – fileira essa bem em frente ao birô do professor – e peguei meu caderno para relembrar algumas anotações que tinha escrito nas revisões vistas no fim de semana. Não demorou muito para as aulas irem passando  até que o sinal da última aula tocar e a tensão da sala começar a aumentar até que ele apareceu.

- Bom dia. – falou um rapaz que apareceu de repente à porta. Ele era de estatura mediana, um pouco bronzeado, com cabelos castanhos e um pouco cacheados que estavam penteados para trás formando assim um topete bem feito com um cacho que se recusava a ficar com outros e estava em destaque em sua testa – Olá gente. Eu sou Thiago e estou aqui para avisar que o senhor Antônio, professor de vocês está adoentado. Não se preocupem, não é nada grave, mas ele ficará umas semanas afastado. E durante esse tempo eu serei o professor substituto de vocês. – terminou ele todo sem jeito entrando na sala.

Não preciso dizer que a primeira impressão da notícia foi choque, pois nosso professor estava doente, mas também não preciso dizer que depois dessa primeira impressão a algazarra tomou conta da sala por causa da alegria de estar "sem professor".

- Calma gente! – falou Thiago com um sorrisinho entre os dentes. – Sei que estão muito tristes por seu professor não é? Mas soube que hoje ele iria aplicar uma prova com vocês...

- Professor, acho que digo em nome de toda a sala que, por favor, o senhor nos salve! – Cortou Jhon, um amigo meu que estava na carteira atrás da minha. – Deixe essa prova pra próxima semana e nessa nos dê uma revisão e tire nossas duvidas!

- Mas eu não falei que ia aplicar a prova. Eu só disse que soube que o senhor Antônio ia aplicar. – De múrmuros de "isso mesmo professor, faz isso!" a sala ficou embasbacada com a atitude do novo professor. – Essa ideia do...

- Jhon, professor.

- ... do Jhon é aprovada por todos aqui presentes?

E a resposta foi unânime.

- SIIIIM!!

- Vamos começar a revisão pessoal!

***

- Gente o que foi essa aula do professor Thiago?!?! Ele é muito fera em matemática! Abriu meus horizontes! – Aline falou toda empolgada quando estávamos saindo para o corredor em direção ao portão da escola – Além de ser fofinho é inteligente! Ahh que homem!

O Professor Substituto (REFAZENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora