Dezessete | Home

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Após eu chegar em casa e receber todo o drama e preocupação de minha mãe, eu subi para meu quarto e me sentei no chão para tentar entender tudo o que aconteceu nessas duas semanas e tentar não surtar. Harry foi para o hospital pois estava com certos machucados e cortes fundos, já eu por sorte escapei dessa parte. Eu estava confuso, mas um tanto feliz. Eu só queria saber, será que agora tudo será diferente? Eu e Harry vamos admitir para o mundo? Eu acho bem difícil, mas espero que sim, até porque eu resolvi por meus sentimentos em ordem e decidi que amo ele um pouco, talvez muito. Ele é meus padrasto, mas qual o problema? Amor é algo que não se manda e creio que ele ache o mesmo agora, pois agora, estamos salvos e tudo o que eu quero é vê-lo entrar naquela porta da sala e sorri para mim, dizer-me que tudo e está bem e que agora eu e ele teremos nosso final feliz, como em um filme.

Eu realmente me sinto num filme, sinto que aquela parte clímax passou e agora vem todo o amor e final feliz onde o casal se ama, casa, cria uma família e contam suas histórias sentados numa lareira com os netos e filhos no pé a escutar uma verdadeira história de amor. Bom, tá certo que o filme da minha vida mudou totalmente de enredo, eu imagina meu fim simplesmente assim: Eu casado com o Luke, numa casa nossa na Flórida, com dois filhos adotivos, um casal, Melanie e Henry, os dois num brinquedo de balanço no nosso pequeno jardim e a gente a rir de nossos filhos sujos de terra pelo dia cheio de brincadeiras.

Mas não, acabou que o protagonista de meu futuro acabou me seqüestrando e agora está preso. Se eu estou feliz? Não, eu posso gostar do Harry, mas meu primeiro namorado foi o meu Luke, e não posso deixar de amar ele assim, rápido.

Me tiro de meus pensamentos querendo fazer algo que me tirasse desses pensamentos ridículos. Vou ligar para o Niall, eu troquei umas mensagens com ele quando cheguei para ele saber que estou bem, mas o viado nem sabia de meu sumisso.

— Niall?

— Hey, dude.

— Como vai?

— Comendo. Comendo muito.

— Vai lá, seu gay, para de comer e venha cá.

— Eu não, vai que sou sequestrado. Mentira dude, eu tenho um jantar importante com meus pais.

— Anh... Certo.

— Até mais

— Até

Digo e desligo, logo percebo a figura feminina e doce da Selena na porta me observando e eu sorrio para ela. Ela corre até mim e me abraça, um abraço sincero e cheio de saudades.

"Loueh, eu senti sua falta e medo de te perder" Ela diz e sinto um longo no meu pescoço, lágrima.

"Eu fiquei com medo de não te ver, Selena"

"Eu orei tanto por você, você é bom e Deus te salvou" Ela diz

"Não só Deus, o Harry também"

Ela não falou nada, só me abraçou mais e ficamos ali, só ficamos lá se amando e matando a saudade que temos um do outro.

"Selena, você pode me deixar sozinho?"

"Por que?"

"Eu preciso dormir"

Ela só assente, beija o topo de minha cabeça e se retira do quarto. Deixando-me sozinho.

3 SEMANAS DEPOIS

Harry já saiu do hospital no mesmo dia e ele está se tratando no psicólogo, mas eu admito que a culpa não é dele, ninguém pode escolher ir ou não no psicólogo. Ele não tem falado muito comigo, trocamos algumas palavras, nada de tão íntimo, e também um pequeno abraço quando ele chegou. Mamãe está com medo de tudo e Harry me contou quem era a chefe, era a Taylor, ela não foi presa, está como fugitiva e estão desistindo de procurar ela.

Eu visitei o Luke e ele foi completamente rude comigo.

Flashback On

Luke, finalmente vejo o Luke em minha frente. Abraço ele com força mas ele não retribui, só me empurra e se senta.

"O que houve?"

"Por sua culpa eu estou aqui" ele diz e eu fico confuso "Se você não tivesse fugido, estaria morto e eu livre"

"Você me iludiu, eu te amava Luke"

Ele se levanta, apoia as mãos na mesa e aproxima seu rosto do meu. Consigo sentir seu hálito daqui, e não está agradável devido a esse tempo na cadeia.

"Eu nunca te amei" Ele diz e ri

"O-O que?" Digo com os olhos marejados

"Eu amo o Mike" Dou um tapa na cara dele e ele só ri "É o máximo que pode fazer?"

Uma lágrima desce e eu me retiro da sala de visitas sem vontade alguma de conversar com ele ou continuar na mesma sala que alguém que mentiu para mim.

Saio da prisão e vou andando pelas ruas cheias com as lágrimas caindo em meu rosto e a multidão engolindo-me fazendo eu parecer apenas uma monótona formiga no meio do ninho, é o que eu queria, ser igual a essas pessoas que tem suas vidas feitas e possuem rotinas que para eles é natural e entediante. Mas não, minha vida é toda errada e as pessoas só pioram ela, nada me favorece. Quando algo está bom, vem as coisas negativas e acabam com tudo.

Flashback Off

Eu preciso tomar uma decisão definitiva na minha vida.

Daddy | L.S [Terminada/Edição Em Breve]Onde histórias criam vida. Descubra agora