Universo 1
- 2052 -
A noite finalmente caíra sob aquele fatídico dia.
O homem cansado não aguentava mais tantas dores de cabeça. Sr. Collins havia naquele mesmo dia cortado os financiamentos, os únicos que mantinham o Instituto de Ciência M.A ainda de pé. Com certeza no dia seguinte recolheria coragem que Ross não tinha para dispensar todos e fechar aquele prédio velho.
E como minha família iria continuar? - Perguntara isso a si mesmo todo o resto do dia.
Em casa sua filha, Eddi de 8 anos corria e fazia barulho pela casa espalhando barbies e peças de legos por todo o lugar. Já Lia de 23, morava sozinha em um belo apartamento, porém pequeno, no centro da cidade, que ela mesma sustentava, sempre foi muito independente. Sua mulher tinha alguns poucos anos a menos que ele, e desde do colegial o amava, e agora seu amor era compartilhado com um câncer no pulmão que consumia cada vez mais sua vida.
Era algo que Ross, com certeza não desejaria para seu pior inimigo.
Seu corpo e sua mente pesavam, doía. Anely entrou no quarto escuro e acendeu a luz.
- O que faz aqui no escuro? Aconteceu alguma coisa? - a mulher andou até Ross arrastando as sandálias pelo piso liso do quarto.
- Collins, ele cortou os financiamentos do Instituto - sua voz saiu falha, respirou fundo e fixou sua visão à uma peça de lego jogada no chão a sua frente - Agora preciso fechar aquele prédio, vender, talvez alugar. O pior de tudo é que tenho que despedir todos, até mesmo os professores que dão aula lá.
- Querido... - Anely olhou para a parede ao lado de Ross e soltou um riso baixo - Eu não sei o que falar, nunca fui boa com as palavras, sabe bem disso.
Ross riu lembrando o quão tímida era, uma das centenas de coisas que ele amava naquela mulher, tão frágil quanto doce e delicada. O homem olhou para o teto do quarto ainda sorrindo e fechou os olhos.
- As pessoas do Instituto irão entender, são talentosos, e vão conseguir outro lugar. Nós vamos lidar com essa situação, juntos. - a mulher o acolheu com seus longos e finos braços.
- Como você está? Em relação ao desastre de Aiden? Lia passou aqui mais cedo, em prantos - ela desfez o abraço e suspirou - Aquele menino era ótimo.
- Nós não sabemos o que aconteceu, tenho esperança que ele volte, Aiden é muito inteligente. Mas na pior das hipóteses, digamos, que ele parou de existir. - assim que tais palavras saíram de sua boca, Ross se desfez em lágrimas. Antes não se dera conta da gravidade e agora, talvez, o perdera pra sempre.
Anely o abraçou novamente e se permitiu chorar também. Aiden não era só mais um cientista de muitos que preenchiam o Instituto, ele praticamente morava ali. A família de Ross o adorava. Lia, Eddi, Anely, Ross, todos fizeram de Aiden mais um integrante da casa. Anely até mesmo tentava juntar Lia e o garoto como um casal, mas a menina sempre fugia do assunto. Ele era um filho, um amigo, irmão.
Universo 2
- 2056 -
Mika tentava ao máximo se manter calma, mas era impossível.
O homem gargalhava em meio a sua "vitória". Ross agora assimilava melhor o que estava ocorrendo em frente ao seus olhos.
- Ross - Mika sussurrou, o acordando de seus devaneios - Esse homem, ele voltou do futuro, isso quer dizer que a máquina funciona.
- Então... Aiden pode estar vivo? - disse ele com a voz baixa.
- Sim.
Ross se alegrou com a notícia, a ponto do homem notar, e até se incomodar com isso.
- Por que estão rindo? - ele andou reto até perto das cadeiras onde eles estavam e abriu um grande sorriso formado de maldade - Tragam os outros!
Mais dois homens apareceram por de trás do palco junto com Tayler, Anely, Eddi e Lia. Todos andavam em fila, eram ligados uns aos outros por uma corrente de metal que reluzia a luz do lugar.
- Pessoas! Cheguei! Uma festa sem mim não é uma festa - gritou Tayler pondo os braços pra cima - Vai ter bolo?
- Quieto.
Todos os quatro ficaram um ao lado do outro bem no centro do palco. Tayler estava com a postura ereta e parecia lidar bem com a situação, mas por dentro agonizava, tinha vontade de gritar até suas cordas vocais estourarem. Eddi era só uma criança e não sabia o que ocorria, apenas choramingava um pouco e olhava para todo os cantos do auditório. Lia, era muito menor que Tayler, que estava do lado dela, a diferença bem notável de uns 15 centímetros, mas era a única que realmente lidava tudo com calma, e coragem, principalmente coragem. Anely tinha no seu rosto, antes doce, olheiras e as lágrimas ainda escorriam por suas bochechas, parecia conturbada e tudo o que queria fazer era correr até Ross e o abraçar.
O homem louco puxou do bolso da calça um pequeno controle quadrado. Era prateado e tinha uma tela talkscreem como um smatphone.
- Vocês sabem o que é isso? - o homem mostrou a todos da fila, ninguém o respondeu - Isso é a causa da morte de cada um de vocês.
Ele digitou algo na pequena tela.
Eddi, a pequena criança, se remexeu em pequenos espasmos separados por um curto tempo entre eles. Chorava e gritava alto, fazendo o barulho de sua dor perfurar os ouvidos de Ross.
- Pare! Pare! O que está fazendo!? Ela é só uma garotinha! - gritos de súplica de Anely ecoavam por todo o lugar, era capaz de se ouvir até mesmo fora do auditório. Eram gritos de piedade e de dor, mesmo não sendo ela que recebia os choques, ainda sim se corroía de sofrimento vendo a filha se render aos volts que passavam por suas veias. Era apenas uma criança.
A garotinha se ajoelhou por obrigação, não aguentava mais seu próprio peso. Já não respirava direito, era forçado, resistindo à cada espasmo. O coração por outro lado batia mais rápido e tudo se acelerava. O sangue e o oxigênio dentro das células que passavam por todo o seu corpo corriam, um dos pontos de passagem ao cérebro que já não parecia funcionar mais, era só ligado a dor que sentia, e a dormência eminente de alguns lugares. A garota finalmente parou de resistir e caiu sob o palco frio.
- NÃO! Não! Não! N-Não! - Anely repetia continuamente. Se ajoelhou ao lado de sua filha deitada e mexeu em seu cabelo castanho. Encostou a testa em sua cabeça que se enterrara no chão e lágrimas molharam os fios lisos da garota. Anely pegou Eddi no colo e a abraçou sentindo o corpo pequeno e fino, sem algum movimento próprio, sem que os braços da garota também a acolhera.
- Ela não está morta, só desmaiou - disse o homem com o controle pulando em seus dedos, como fazem com fichas de poker - Apesar que a ideia também não seria tão ruim, matar a pequena primeiro, seria bem... emocionante.
- Você é doente - disse Anely olhando para cima encarando o rosto do homem.
- O.k, cansei de drama - disse ele - Onde estão as plantas da máquina do tempo?
- Você sabe onde estão. Nos atacou perto do deposito, as plantas estão lá. - disse Mika rápido, num tom defensivo.
- Nós vasculhamos cada pedaço daquele quartinho sujo e não encontramos nada! - o homem se aproximou da careira de Mika - Você pensa que eu sou idiota?
- Olha cara, quer mesmo que a gente responda? - disse Tayler.
- Eu sei onde estão. - Ross finalmente se pronunciou depois de um longo período calado.
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Oooooulá pessoas humanas! Ou exatas - jsjsjskaiakajsusb -
Estão gostando? Espero que sim rsrs
Como pôde ver esse capítulo foi pequeno, e só teve 2 Universos, eu disse anteriormente que só colocaria os Universos necessários, tá ai!
Se achar que eu, esse ser maravilhoso - modéstia a parte - e minha história merecem, dê seu voto e comente! Manda a história pra uma amigo(a) - ou não, depende de você -
APENAS VOU PORSTAR OS CAPÍTULOS ÀS SEGUNDAS
Até o próximo!
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Paradoxo
Science FictionTudo começa em 2052. Foi aberta uma coletiva de imprensa para anunciar a criação da primeira máquina do tempo. Uma coisa que antes todos achavam praticamente impossível. Em um ato involuntário, Aiden Jay Collins, criador da máquina, planeja viajar...