06 • O Plano

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Universo 1

- 2052 -

O elevador descia devagar até o térreo do Instituto.

Ross saiu após a porta de metal ser aberta acompanhada de um barulho estridente. Andou até o jardim dos fundos com passos coordenados e as mãos no bolso. Cumprimentava todos com um sorriso e recebia vários consolos em redação à Aiden.

Não era tão longe o jardim de experimentos. Chegou em uma parte do térreo onde ninguém iria, e ninguém questionava o porquê disso. A cozinha. Ninguém a utilizava, apesar de sempre ter comida o bastante para o almoço ou até o jantar de quem passa a noite toda no Instituto. Mas todos se recusavam a se quer tocar na geladeira.

Entre alguns balcões e o fogão, já enxergava alguns jovens discutindo algo pela limpa porta de vidro, estavam todos com uma prancheta e óculos de proteção. Ross abriu a porta e logo foi abortado por Tayler e Mika, ambos devidamente protegidos.

- Agradeço por ter vindo, os meninos só estão fazendo alguns ajustes na máquina antes de começar. - disse Mika entregando um par de óculos transparentes para Ross. Tayler sorriu, um sorriso triste e acenou como um "oi" e um "tchau". Acompanhou Mika à se retirar até um local mais reservado um pouco distante de todos.

Ao todo naquele jardim estavam presentes 10 pessoas, contando com Ross, Mika e Tayler. Leu, mais cedo a ficha de Ed e descobriu que ele e mais 3 amigos planejavam o acelerador ou como nome mais popular, teletransporte, à muito tempo, mais tempo que os poucos 5 anos que Aiden conseguiu para fazer a máquina funcionar, de certa forma ela sim, funcionou.

As vezes Ross se pergunta se o Sr. Collins fez certo com Aiden. Com certeza ele tinha muito talento, e uma inteligência descomunal. Canalizar tudo isso na física não foi uma jogada muito ruim, na verdade, não foi uma jogada ruim de fato. Mas não era uma coisa justa com Aiden, ele não pensara nem um segundo em ser algum físico famoso com a tese da máquina do tempo impecável, ele apenas queria ser ele, o que era uma coisa dificilmente alcançável com a aprovação do pai.

Já tinha conhecido a mãe do garoto, era uma mulher linda e incrivelmente inteligente, mas jogava tudo isso no lixo ao ver uma garrafa de whisky. Uma vez conversou com ela por acaso numa festa do Instituto, estava bêbada e falava como se tivesse acabado de acordar. Seu rosto continuava límpido com um grande sorriso no rosto, mas escorriam lágrimas de desespero de seus olhos azuis. Naquela noite contou à Ross que o marido levava companhias para sua casa, e ela sabia da traição, ele sabia que ela sabia da infidelidade, mas tudo continuava como sempre: como se nada tivesse acontecido. Ross nunca entendeu o porquê deles serem assim, tudo está errado por dentro, mas tudo parece está certo por fora.

- Gente! Acabamos! - Ed, o garoto loiro gritou chamando a atenção de todos e acordando Ross se seus devaneios.

Em sua mão segurava uma coisa prateada que se parecia com um mini microfone. Pôs o mecanismo em um ursinho peludo que estava sentado numa cadeira em baixo de um X pintado de preto.

- 1... 2... 3... - o garoto apertou um botão vermelho que ficava preso numa pequena caixa também prata.

Em uma fração de segundos o urso desapareceu puxando a realidade plana para um ponto central. Naquele curto tempo, Ross pensou que todos iriam também ser sugados pelo pequeno buraco, mas antes de seus pensamentos se tornarem em pânico o feixo se desfez levando com sigo o urso.

Todos estavam o procurando. Ed foi até seu amigo atrás dele que segurava um computador. Perguntou algo, o garoto assentiu e apontou para a tela. Imediatamente Ed olhou para o X vermelho à alguns metros de distância da cadeira. 10 talvez. O urso reapareceu do nada em perfeito estado. Todos gritaram em comemoração.

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