Bela Reconquista.

Prólogo.

                 

Olhei-me mais uma vez no espelho e apreciei a minha beleza.
Com um sorriso malicioso nos lábios pensei: Hoje o André não iria escapar.

Vestia-me com um vestido vermelho que marcava as curvas do meu corpo moreno. Meu cabelo estava jogado nos ombros e brilhosos. Um salto alto também vermelho e um batom da mesma cor.

Hoje desci abalar, afinal, era o dia que completava dezoito anos. Teria uma festa na casa do André, melhor amigo do papai.

Coloquei o celular e um batom na bolsa e desci as escadas. André já estava na sala com sua habitual camisa azul, já que era a sua cor favorita. Mas eu sabia que ali debaixo tinha algumas tatuagens. Seu cabelo loiro para cima era totalmente pegavél, meu desejo era perder meus dedos por ali.

- Uau - Foi o que eu o ouvir dizer, o sorriso contagiou meu rosto mais ainda.

- Aprovou tio? - perguntei dando uma voltinha sensual e o provocando.

Escutei uma limpada de garganta e minha deusa deu cambalhotas alimentando meu ego.

- Linda como sempre! - se limitou à dizer - Vamos, seus amigos devem terem chegado já!

Mudou de assunto rapidamente e eu revirei os olhos. Desde que o conheci eu o achava a coisa mais linda e iluminada.

Ele era meu tio preferido, na verdade. Ele não era meu tio, mas meu pai Pablo nos acostumou a chamá-lo assim desde criança.

Adorava passar minhas tardes com ele, atrapalhava alguns dos seus encontros e fingia inocência. Quando completei quinze anos decidir abrir meus sentimentos. Foi em um jantar que teve em nossa casa. Mas André falou que era maluquice da minha cabeça, era uma paixão passageira e eu estava confundindo as coisas.
Mas não era bem assim, passaram anos e meu desejo aumentou mais. Não sabia o certo o que era, mas gostava do fato de tudo ser taxado como proibido.

Seguimos em seu carro totalmente em silêncio. Olhei para ele sorrindo.

- Obrigada por ajudar-me na minha festa, André - agradeci alisando sua perna.