Bela Reconquista.

•Parque•

- Luz, você é terrivelmente terrível.

Revirei os olhos quando minha amigava descordava mais uma vez sobre a minha aventura no escritório do André.

Estávamos sentadas em uma das lanchonetes que existia na frente do campus da nossa faculdade.

Nossas aulas tinha acabado mais cedo. Estava exausta de tantas provas, tantos vestidos para fazer e desenhar. Tinha alguns desfiles que ocorreria daqui alguns dias na cidade mesmo, e a gente precisava ir. Era o nosso último ano, vivíamos nos estágios e pouquíssimas vezes íamos para a faculdade de verdade.

Só de imaginar que iria me formar em algo que sempre almejei o meu coração se aquecia.

Era bom alcançar os objetivos de sua vida, num era?

Suze estava radiante com seu vestido florido, de minuto e minuto ela passava a mão na barriga e sorria sozinha como se compartilhasse de uma felicidade particular, era lindo de se ver.

- Suze, não se preocupe comigo - disse pegando em sua mão.

Sabia que no fundo o seu coração de amiga falaria mais alto. Por mais que a Suze quisesse que eu tivesse o meu conto de fadas, a minha felicidade (que seria com o André) a mente dela sã e super protetora tinha medo que eu acabasse machucada, por isso não falava nada da sua implicância com o André, entendia o seu ponto.

- Só espero não dizer: Eu avisei.

- Você soa pessimista, credo! - ri.

- Só quero o seu bem.

- Eu sei amiga, obrigada - disse tomando um pouco da limonada - Quando será a consulta? Será que saberemos o sexo?

- Acho que sim, não vejo a hora de comprar as coisinhas de bebê. Você viu a foto que mandei no whatsapp da saída de maternidade que a mamãe deu?

- Sim, uma cor neutra. A coisa mais linda.

- Mamãe é tão coruja, vai ser pior que eu.

- Impossível!

Ela sorriu e alisou mais uma vez a barriga. Suze temeu um pouco quando soube da gravides, ficou receosa sobre a reação dos pais. Mas para o seu alivio, os pais dela que eram caretas apoiaram bastante. O seu pai ficou um pouco irritado, mas quando sua mãe o trancou no quarto por mais de uma hora ele saiu menos ranzinza e aceitando o neto. Os pais do Sérgio foram uns amores, eles ficaram radiantes, já que o Sérgio é filho único.

- Hey, meninas! - Marcelo se materializou em nossa frente.

Lindo, com sua bolsa preta ao lado do corpo magro escupido. Tinha uma barba rala em seu queixo que o deixava mais charmoso. Seu cabelo era loiro jogado para o lado, seu jeitinho de bom moço não enganava ninguém.

Ele era considerado um modelo para as meninas. Confesso que para mim também, em minhas noites de carência nos pegamos algumas vezes. Marcelo era um cara mulherengo, estava escrito em sua testa, mas as vezes ele dizia que mudaria por mim se o desse uma chance. Muitas vezes achei que ele tinha se inscrito no curso só por causa da quantidade de mulher, mas via que era um preconceito tolo e ele tinha talento de sobra para a arte, ele se saía melhor que eu em muitas provas.