•Perdas•

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(Sem revisão)
***

-Você tem que voltar, você tem que querer ir sem medo.

-Mas eu quero ir- disse- Você vai voltar também?

-Não é minha hora – ela disse- Mas vou precisar de você, você tem que querer ir..."

Imagens  dos sonhos que aconteceram quando eu estava em coma invadiam minha mente enquanto o peso em meu coração aumentava gradativamente.

- Luz, meu amor. Levante-se – a voz de André ressoava em meu ouvido.

Abrir os olhos com a cabeça latejando as lagrima já estavam ali em meus olhos.  Eu tinha apagado.

O olhei para saber se era verdade aquela notícia. Ele fitou-me tristemente e eu o abracei como se ele fosse à cura de toda aquela dor.

Ouvir algumas vozes conhecidas, mas não quis levantar a cabeça de seu ombro.

- A Zoé – lembrei-me da minha afilhada.

- Ainda dormindo – murmurou.

As palavras dos policiais ainda estavam em minha em mente

"Eles não resistiram"

Como assim eles não resistiram? Eu gritei para os policiais como se eles tivessem culpa.

Então era isso, Suze tinha ido para um passeio de amor com o seu marido, fazendo planos para o futuro, e na volta por um descuido ambos tinham partido.

Soava patético tudo aquilo.

Horas antes ela estava naquela sala comigo. Se eu soubesse...

Meu deus. Como isso poderia ter acontecido? Os pais deles estavam naquele momento reconhecendo os corpos dos dois em um necrotério.

A morte era ridícula. Eu não aceitava de forma alguma.

Suze era como um raio solar.

Como eu a tinha perdido? Companheira, amiga  de travessura, aventuras, de moda, da vida.

Eu tinha perdido minha irmã de alma. Em meu coração tinha se aberto um buraco enorme, um vazio que não seria preenchido nunca.

Suze tinha morrido.

MORRIDO!

Aquela palavra ridícula martelava na minha cabeça.

Eu soluçava junto com as minhas lágrimas que caiam, queria gritar quão tudo aquilo era injusto. 

A dor estava dilacerando, apertava André como se fosse à solução.

Deus, eu só queria que fosse uma mentira. Mas Suze nunca foi de fazer essas brincadeiras tolas.

Ambos eram tão jovens. Tinha tantos planos. Era impossível não lamentar até o fim a dor da morte deles.

Sergio e Suze nasceram um para o outro. Viveram um romance épico, tiveram o fruto desse amor e partiram. Pois ambos não saberiam viver na terra um sem o outro. Essa era a verdade. Deus não poderia ser tão cruel, eles viveriam juntos em outro plano cuidando de Zoé.

Zoé...

Ah, minha pobre criança. O que seria dela?

- Você desmaiou – André acariciava minhas costas enquanto falava – Seus pais estão aqui, todos estão aqui.

Balancei a cabeça em seu ombro e solucei.

O choro de Zoé me fez levantar rapidamente do sofá. Meus parentes olhavam-me perdidos sem saber o que falar. Avistei minha mãe inconsolável perto do papai, queria joga-me em seus braços e dizer que entendia sua dor. Mas fui atrás de Zoé, queria protege-la daquela tristeza que tinha afetado todos.

Adentrei no quarto e encontrei aquele cabelinho ruivo chorando. E mais uma vez a imagem da menina correndo em meio a flores até uma arvore gigante veio em minha mente.

Era isso. Zoé já estava em meus sonhos antes  mesmo de nascer. Era tudo plano de Deus?

Ela sorriu quando me aproximei, sua inocência me tocou. Retribuir o sorriso em meio as lágrimas, peguei seu corpinho gordinho entre as mãos e sussurrei em seu ouvido.

- Eu reconheci você.

Ela apenas gargalhou fortemente como se tudo tivesse sido planejado.

O meu coração se aquecia. Suze ao menos tinha deixado uma pequena parte sua para ser lembrada.

- Eu vou cuidar dela- repeti para André.

E ele apenas acenou. Reparei que ele estava concordando com tudo que eu dizia por que estava vendo minha dor, não o julgaria.

André se aproximou, beijou minha cabeça e abraçou meu corpo por trás.

- E eu vou cuidar de vocês duas.

E em meio à dor, uma pequena brecha de luz tinha entrado em minha vida naquela madrugada.

***
Suze e Sérgio ficaram marcados neste livro.

Obrigada por serem personagens amáveis. Amei ter a honra de escrever sobre vocês, sobre o amor fácil, são pessoas que vivem o amor igual ao deles que me faz  acreditar e ter fé no amor a cada dia. Viva à todos Sergios e Suzes que existem (graças a deus) no mundo.

#RIPSUZE&SERGIO.

Tchau pequena sereia, ruivinha <3

Bela Reconquista.Onde histórias criam vida. Descubra agora