•Paraíso•

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Abrir meus olhos e fitei o céu. Estava com uma sensação estranha. Não sabia ao certo onde estava.

Levantei-me e me vi rodeada de um campo imenso. O espírito de paz reinava ali.

O sol era mais bonito e parecia ser próximo, que se eu esticasse a mão poderia toca-lo.

- Alguém? - gritei.

Minha voz saía como um  eco estridente naquele meio do nada.

Que lugar era aquele?

Uma angústia se instalou no meio  do meu peito e uma lágrima desceu. Olhei ao redor e não vi ninguém.

Só o campo florido cheio de flores amarelas. Um cheiro bom exalava delas fazendo-me acalmar mais.

Então um pensamento louco invadiu minha mente: Eu tinha morrido?

Meu deus!

Era isso, eu tinha morrido!

Aquele local era o famoso paraíso?

Deus perdoo tudo que fiz em vida e me deixou descansar em paz?

Fiquei honrada por ter ido direto para o paraíso, mas na verdade queria voltar, não queria morrer...

Mas ao mesmo tempo a angústia ainda persistia instalada em meu peito.

O que realmente aconteceu comigo??

Eu realmente tinha morrido??

- Alguém?? - gritei desesperada.

Caminhei sem direção, mas parecia que não saia do lugar. Tudo era parecido.

- Ei - ouvir uma voz de criança.

Olhei ao redor e não via ninguém.

- Ei - a voz falou mais uma vez.

- Não estou vendo você -  respondi.

- Não tenha medo - ela disse rindo - Não tenha medo, Luz.

Procurei mais uma vez e juro que não via nada além daquele campo.

O barulho de pássaros me assustou um pouco.

Queria achar a dona daquela voz, eu não estava sozinha.

Então andei mais, parecia ter passado horas e o ambiente era o mesmo.

- Não tenha medo - ela dizia.

- Quem é você? - gritei uma hora.

-  Sou sua luz, Luz. 

Oh, meu nome era luz...

- Não te vejo - disse olhando para o nada.

- Você quer mesmo me ver? - perguntou dando mais uma de suas risadinhas.

- Sim - falei rapidamente.

Então olhei adiante e vi de repente uma árvore aparecer em minha frente. E ao lado dela uma menininha com cabelos ruivos sorrindo e acenando para mim.

Eu corri em sua direção, ao mesmo tempo que ela subia na imensa árvore.

Alcancei ela e me juntei subindo ao pé de árvore.

Sentamos em um galho e olhamos para o horizonte.

Virei meu rosto e encarei a criança de lado, ela parecia um anjo. Sua pele era suave, o sorriso não saia do seu rosto, ela parecia que estava em paz consigo mesma.

Bela Reconquista.Onde histórias criam vida. Descubra agora