Bela Reconquista.

•Encontro•

- Tem certeza que não quer ir comigo? - perguntei mais uma vez enquanto amarrava a fita do meu biquíni.

- Hoje vou passar o dia com o Sérgio - respondeu com um sorriso enorme nos lábios.

Ela aplicava um brilho labial nos lábios enquanto conversava comigo. Suze era ruiva, tinha um cabelo que dava inveja de tão liso com uma cor rara. Ela já tinha passado da sua fase rebelde, agora estava mais meiga e algo me dizia que tinha o dedo do Sérgio. Ele tinha conseguido amansar a fera.

Suze morava com Sergio no mesmo apartamento, era uma espécie de namorido.

Ele tinha sua própria empresa de publicidade e ela ainda estava terminado a faculdade de moda junto comigo.

Era domingo e eu tinha dormindo na sua casa, já que seu namorido tinha viajado para uma reunião de negócios e ela não queria ficar sozinha.

- Ok, vou sozinha mesma - fiz drama já colocando um vestido branco soltinho com algumas flores em sua borda.

Botei um chapéu na cabeça e peguei minha bolsa.

- Luz, não faça nada de errado. Hoje você vai ter que comemorar o noivado dele.

- Por que vocês acham que vou aprontar? Vou comemorar também!

- Essa sua cara não engana ninguém... André que se cuide.

Sorri para ela e caminhei até aporta.

- Ainda bem que mamãe e papai vão - falei destrancando-a.

- Obrigada por vir, você sabe que tenho medo de ficar sozinha Luz.

- Se precisar é só chamar.

Abracei minha amiga e logo depois seguir para o elevador.

Acenei para o porteiro quando passei pela a recepção e quase trombei em Sérgio.

- Hey! - disse rindo segurando minha bolsa que quase caiu com a nossa colisão.

- Desculpa Luz, estava pensando que já vou ver minha garota e não vi você - Sérgio dizia pegando um monte de papel que tinha caído.

Ele era alto, branco e com os cabelos negros com uma barba da mesma cor. Sérgio era tão lindo e um cara amoroso com minha amiga.

- Acho que você chegou antes da hora, alguém vai ficar feliz - disse.

- Você fazer uma surpresa - disse ajeitando o óculos.

- Acho que hoje minha amiga não sai do apartamento. Acho que você vai cansar ela.

Ele gargalhou e mesmo corado entrou na brincadeira.

- Pretendo tranca-la por uns dois dias.

- Assim ela não vai sentar mais - ri.

- Com certeza não - disse orgulhoso.

- Tchau, Sérgio. Tenho um churrasco para ir!

- O do coroa? A Suze me contou!

- Todo mundo já sabe - revirei os olhos - E ele não é coroa.

- Você sabe que se ele não te quiser o meu pai vai aceitar namorar com você de boa - brincou empurrando meu ombro.

- Vocês são péssimos amigos!

- Sem brincadeira. Luz, não deixe esse cara te humilhar, um monte de homem da nossa idade e até da dele paqueram você, não sei porque essa frescura dele. Se você não conseguir nada com ele, pula fora desse barco.

- Vocês falam como se fosse fácil arrancar esse sentimento.

- Luz, eu sei que você o ama, pois ninguém passa por tudo isso se não sentisse algo forte por alguém. Mas se ele não amá-la, você vai viver mendigando esse amor para sempre?

- Mas ele me ama, já viu os olhareses? Só eu sei o que acontece quando ficamos sozinhos!

- Então mande esse velho parar de ter medo ou lhe apresentarei meus amigos!

- Pode deixar - ri o abraçando - Agora tenho que ir, manda um beijo para a Suze.

- Mas vocês acabaram de se verem.

- Já estou com saudades!

- Tchau luz, beijo!

Acenei e corri para o meu carro. No caminhei enviei uma mensagem para Pedro, o meu irmão mais novo, e o único filho da Karina com o papai. Avisei que chegaria logo no churrasco, pois eu tinha certeza que ele iria acompanhar os meus pais.

Cheguei em seu condomínio vinte minutos depois. Deixei o carro no estacionamento e fui andando para sua casa.

Estava ansiosa. Mamãe e Suze estavam preocupada pensando que estava aprontando algo, mas na verdade eu não tinha nada em mente.

Queria seduzi-lo.

Mas mesmo assim no fundo tinha medo de não conseguir.

Estava com expectativas, mas não podia demonstrar tanto.

- Filha - ouvir a voz do meu pai assim que botei os pés no local da festa.

- Pai! - fui preenchida por um monte de músculos.

Papai era todo grande.

- Por que não veio mais cedo?

- Estava conversando com a Suze... - respondi olhando ao redor.

Não tinha muita gente. Pouquíssimas pessoas, algumas amigas da sua noiva que cochichavam de longe, não estavam perto do grupo reunido.

Olhei para os lados e não o vi.

- Cadê a mamãe? - perguntei.

- Foi na cozinha!

Acenei com a cabeça e dei um tchauzinho assim que vi o meu irmão mexendo no celular em uma cadeira distante. Ele era tão anti-social.

- Não vai comer nada meu raio de Luz?

- Vou olhar o que tem para comer!

Ele se afastou e eu fui para a mesa enorme que tinha vários tipos de comida.

- Minha sobrinha lindaaaaa - fechei os olhos quando ouvir aquela voz enjoada me chamar.

Sim, a bruaca da Luciana ainda me chamava de sobrinha como se fosse casada com o André e ele fosse realmente meu tio.

- Oi - sorri forçado.

Ela analisou meus trajes e ainda como um sorriso que parecia mais um coringa abraçou-me.

- Tão linda flor - aquela voz falsa me dava náuseas.

- Não tanto como você, titia!

Ela se afastou e sorriu mais um pouco.

Eu sabia que ela devia desconfiar de algo, pois muitas vezes perdi meus olhos sobre o André e ela estava presente e viu.

- Vou ao banheiro apertar um pouco o biquíni - não era uma mentira, queria mesmo fazer aquilo. Mas foi uma desculpa viável já que não agüentava ficar mais de cinco minutos no mesmo canto que ela.

- Ta certo, depois volte para ficar com minhas amigas.

Fiz uma reza intena. Ninguém merecia ficar no meio daquelas cobras.

Conhecedora daquela casa, andei por alguns segundos até encontrar o banheiro na parte de cima. Entrei deixando a porta encostada e coloquei minha bolsa na pia.

Olhei-me no espelho e vi que os brilhos dos meus olhos estavam um pouco apagado.

Tirei o vestido e soltei os dois lados da calcinha. Rapidamente apertei um lado quando escutei um barulho na porta.

- Oh, desculpa-me - aquela voz...

Girei rapidamente e vi o André materializado em minha frente. Respirei fundo e retornei o seu olhar.

Nunca imaginei encontrá-lo naquela situação.

Estava praticamente nua em sua frente e ele estava apenas de bermuda, com uma camisa em seu ombro.

- Oi, titio - disse soltando a calcinha do biquíni.