delicate

01

Já era outro dia. Harry já havia mandado a menina – de quem nem se lembrava o nome – para casa. Por ser sábado, estava de folga e aproveitava aquela tarde sentado na varanda de sua casa, enquanto olhava para os dois meninos no gramado do jardim rindo como se a vida fosse maravilhosa. De onde estava, tinha uma visão perfeita do seu pequeno Lou com sua touca de ursinho e o suéter azul bebê enorme em seu corpo lhe dando a aparência do ômega que ele não era.

Balançou sua cabeça tentando tirar aqueles pensamentos. Não que ele tivesse algo contra betas porque realmente não tinha, mas a sociedade falava que todo alfa precisava de um ômega. Harry precisava de Louis, no entanto. Não se lembrava de quando começara a ter sentimentos por seu irmão, mas sabia que nunca o vira como um irmão de verdade. Já tentou mostrar ao menor como se sentia, vivia lhe falando coisas, mas Louis nunca parecia perceber. Harry pensava que não era correspondido, por isso ficava com outras pessoas, mas seu coração pertencia ao menino de olhos azuis.

Soltou um murmúrio irritado consigo mesmo, entrando em sua casa e indo até a sala com um copo de refrigerante em uma mão e um recipiente com pipocas na outra. Ainda era cedo, mas realmente não se importava de ter que ficar trancado em casa vendo algum filme na televisão, até porque seu irmão tinha o trocado pelo seu amiguinho loiro.

Colocou em alguém filme de terror, enchendo a mão de pipoca e as colocando na boca.

Estava quase na metade do filme quando escutou risadinhas na cozinha concluindo que os dois garotos tinham entrado. Logo Louis e Niall entravam na sala, cada um com um copo de suco e um sanduíche em mãos.

Harry olhou rapidamente pra eles, vendo o seu menino com um sorriso tímido no rosto, as bochechas vermelhas em vergonha, a touca de ursinho quase caindo de seus cabelos lisos. Seu lábio inferior estava sendo mordido e o alfa se segurou para não puxá-lo para o seu colo como faziam quando estavam sozinhos.

— O que foi, Lou? — perguntou. Harry sabia que ele queria alguma coisa.

— Eu queria saber se eu e Niall podemos ficar aqui com você — perguntou, a voz baixinha e fina entrando nos ouvidos do alfa como uma melodia.

— Claro, meu amor, vocês podem sim — respondeu. Aquilo seria interessante, já que Harry estava vendo um filme de terror. Louis morria de medo, provavelmente ele logo iria se enrolar no corpo do mais velho e Harry poderia se aproveitar disso, sentindo seu calor e seu cheiro gostoso.

Louis se sentou ao lado de Harry, enquanto Niall se sentava em outro sofá, começando a comer seu sanduíche. Mas quando Louis olhou para a televisão, percebendo o filme que passava, seus olhos se arregalaram e ele olhou para Harry com medo. O alfa não conseguiu esconder o sorriso.

Louis tentou ignorar as coisas que passavam na tela a sua frente comendo seu sanduíche rapidamente, com a cabeça baixa. Mas ele logo terminou e não tinha pra onde fugir, olhando para os lados e notando que Niall realmente parecia gostar do filme.

Ele voltou seu olhar para a televisão, mas bem no momento algum monstro um tanto nojento apareceu na tela e Louis soltou um gritinho de susto, pulando no colo do alfa.

Harry o segurou e não pôde evitar a risadinha que saiu. Aquela cena definitivamente não tinha sido nem um pouco assustadora, mas Louis era tão medroso. Apertou o pequeno corpo contra o dele enquanto Louis colocava seu rosto na curva de seu pescoço se recusando a olhar para frente. Harry apenas aproveitou para sentir o seu cheiro. Era confuso como Louis era um beta, mas mesmo assim tinha um cheiro tão gostoso. Algo doce, mas nem um pouco enjoativo e definitivamente marcante.

Harry às vezes pensava que Louis não poderia ser um beta, ele tinha um jeito tão delicado. Ele estava sempre precisando de cuidados e o alfa ficava se imaginando cuidando de seu corpo enquanto ele estivesse em um cio. Só que daí se lembrava que ele não havia entrado em nenhum cio durante todos esses anos e que isso não era algo normal, logo vindo a conclusão de que ele era um beta.

Soltou um suspiro frustrado pelos seus pensamentos e Louis se contorceu em seu colo por causa das cócegas. Harry deu uma olhada rápida para Niall, notando que o loirinho estava realmente concentrado no filme, o pote de pipocas que o alfa comia agora em seu colo, não notando nada ao redor.

Harry se aproveitou disso, levando seus lábios para o pescoço de Louis, notando sua pele se arrepiar quando deixou um pequeno beijo ali. Ele se contorceu ainda mais, sua bunda bem em cima do membro do maior, quando Harry começou a traçar uma linha de beijos pelo seu pescoço, deixando sua pele úmida por causa de seus beijos molhados.

Louis soltou um suspiro quando o alfa deixou uma pequena mordida em um ponto abaixo de sua orelha, sentindo a pele quente em seus lábios e o sabor de sua pele. Ele era tão delicioso.

Continuou com os beijos e mordidinhas em seu pescoço enquanto levava sua mão às coxas cheias descobertas por causa do short preto apertado e curto que Louis vestia, acariciando sua pele macia e quente. Os braços do menor estavam em volta do pescoço do alfa, logo Louis levou suas mãozinhas aos cachos do outro, acariciando-os de maneira lenta.

Tentando manter aquilo o mais discreto possível, pois Niall ainda estava ali, Harry abaixou um pouco o suéter do outro começando a espalhar beijos pela sua clavícula. Louis se remexia gostosamente em seu colo, soltando suspiros pelo carinho. Harry deu um leve aperto em sua bunda e ele gemeu baixinho, puxando os cachos com força.

O barulho da porta da frente se abrindo os trouxe de volta à realidade, fazendo Louis pular do colo do alfa lutando para arrumar seu suéter.

Mamãe Jay entrou na sala, com uma plantinha em mãos.

— Boa tarde, meninos — falou toda sorridente com seu jeito amável de sempre, deixando a planta em um canto e indo para a cozinha preparar algo para comer.

Harry olhou para Louis em seu lado, com as bochechas ainda coradas e um pouco ofegante.

— Hey — chamou e o menor voltou seu olhar para ele. Seus olhos azuis estavam com um brilho a mais.

O alfa deu um sorriso satisfeito ao notar que, apesar de estar um pouco envergonhado agora, Louis queria aquilo tanto quanto ele. E quando levou seus lábios à sua bochecha vermelha deixando um beijo ali, chegou a conclusão de que seu menino poderia sentir o mesmo por ele. Agora só precisava conquistá-lo.