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Os bebês tiveram que ficar na incubadora por 1 mês. Um mês de angústia para Louis, porque ele só queria que eles estivessem bem e que pudesse levá-los para casa. Mas finalmente eles estavam em casa e Louis podia suspirar aliviado.

Harry estava o máximo de tempo possível ao seu lado. Antes do trabalho e depois. Levava coisas para Louis comer no hospital, levava roupas limpas e diversas outras coisas. Se mostrou um bom amigo, mas Louis ainda não conseguia se relacionar com ele como antes. Se sentia culpado por não conseguir deixar essa mágoa de lado, mas não podia fazer nada para se livrar disso.

Louis suspirou. Ele tinha acabado de acordar e podia ouvir a voz de Harry no andar de baixo conversando com suas mães (ele havia voltado a morar ali depois que Louis teve os bebês). Louis não dormia muito bem desde que teve seus bebês, ele não os culpava, claro que não. Mas quando um começava a chorar, o outro também chorava e então ele mal tinha tempo para dormir.

Ele havia acabado de dar leite para seus filhos, sua mãe Jay o ajudou com as mamadeiras. Então, quando os bebês dormiram, ele voltou ao seu quarto e tentou dormir um pouco também, o que foi impossível, pois logo ouviu um barulho no corredor, como se alguém tivesse caído, e ele não duvidava nada que fosse Harry. Ele era tão desastrado, com seus dois pés esquerdos.

Com mais um suspiro, se levantou. Ele não conseguiria dormir mais mesmo. Seus bebês provavelmente estavam em um sono profundo, então Louis desceu para a cozinha onde ele sabia que sua família estava.

Suas mães não haviam perdido o costume de levantar cedo, tomar café e ir ao trabalho. Louis não trabalhava mais, ele tinha seu tempo todo ocupado pelos seus bebês e ele adorava isso.

— Bom dia — disse assim que chegou à cozinha, olhando a sua família ali. 

Eles conversavam animadamente, mas assim que Louis chegou houve silêncio. Ainda ficava um clima estranho quando ele e Harry estavam juntos no mesmo cômodo.

— Bom dia, querido. — Jay se levantou e deixou um beijo na testa de Louis, logo voltando a se sentar.

Anne apenas lhe deu um aceno e Harry também, com um sorriso tímido.

Louis comeu rapidamente, pois logo seus bebês estariam chorando de novo por algum motivo e ele precisaria ir ajudar eles.

Logo que terminou seu café, o que esperava aconteceu. Um dos bebês, Louis sabia que era Anna, começou a chorar e ele deixou os talheres de lado para ir até eles, pois logo Johnny estaria chorando também.

— Tenho que trocá-los — falou Louis se levantando.

Sua mãe, Jay, se levantou para ir ajudar, mas qual não foi a surpresa de Louis quando um certo cacheado a interrompeu.

— Eu vou, preciso aprender a fazer isso.

Durante todo o tempo em que eles estavam no hospital, Harry não havia os trocado. Dizia ter muito medo por eles serem pequenos. Jay não se importava, porque adorava trocar seus netos.

Ele subiu até o quarto dos bebês (que era o de hóspedes, pois Louis havia voltado para seu antigo quarto e Harry ficado no dele) ouvindo os passos de Harry atrás de si. Abriu devagar a porta do quarto dos bebês, ouvindo seus chorinhos. Johnny não chorava tanto quanto Anna, seu choro se parecia mais com pequenos resmungos, mas Anna realmente chorava muito, por isso Louis sabia que era ela quem havia chorado primeiro.

Ele foi até sua filha, pegando ela no colo e a abraçando. Balançou ela em seus braços um pouco até ela se acalmar. Olhou para o lado vendo Harry fazer o mesmo com seu outro bebê. Johnny parecia tão calmo em seus braços.

— Okay, como eu faço? Eu-

— Só coloque ele no trocador e o entretenha enquanto eu troco a Anna. Já que eu vou te explicar.

Harry levou o bebê para o trocador que havia ao lado do berço do pequeno o colocando lá em cima e Louis fez o mesmo com sua menina.

Ele começou a tirar a pequena calça das pernas da bebê. Anna ficava batendo suas perninhas e era um pouco difícil para Louis, mas ele não podia deixar de sorrir pelo quão adorável sua menina era.

Um momento depois, ele olhou para trás só para ter certeza que seu outro bebê estava bem nas mãos de seu outro pai e Louis ficou surpreso com o que viu. Harry estava trocando Johnny, ou ao menos tentando. Ele tinha no rosto uma expressão concentrada, tirando com cuidado a fralda do bebê. Ele fez uma careta ao ver como estava a situação do menino e Louis não pôde evitar rir.

Harry olhou para trás, encontrando Louis rindo e riu junto.

— Eu estou tendo alguns probleminhas — falou enquanto Louis terminava com sua menina, já totalmente limpa.

Ele foi até Harry e explicou para Harry como terminar enquanto balançava suavemente Anna em seus braços.

Harry terminou de limpar Johnny e então o pegou no seu colo.

E novamente aquele silêncio constrangedor se instalou. Louis somente suspirou e se pôs para fora do quarto. Harry o seguiu, com o bebê nos braços.

H&L

Harry estava terminando de esquentar as mamadeiras dos bebês enquanto Louis os olhava na sala. Já se fazia uma semana que estavam em casa.

Harry estava respeitando o espaço de Louis, lhe oferecendo somente sua amizade, assim como ele havia pedido. Mas ultimamente ele tem notado Louis o olhando de um modo diferente, às vezes agindo como antes, corando e essas coisas. Isso dava esperanças para Harry, mas ele não queria agir de um jeito diferente e ultrapassar algum limite, acabar por afastar Louis novamente.

— Por que não conversa com ele? — Jay disse ao seu lado fazendo Harry levar um pequeno susto.

— Sobre? — Harry perguntou, os olhos fixos no ômega que amava.

— Você sabe, querido — continuou ela. — Já se passaram meses. Louis já compreendeu que você não teve culpa.E todos podem ver como ainda se amam. Por que não tentam novamente?

— Não sei se ele quer, mamãe.

— Bom, você não vai saber se não tentar — terminou ela, indo em direção ao outro filho que olhava os bebês.

Harry pensou em suas palavras e tomou um decisão.

H&L

Louis acordou e a primeira coisa que sentiu foi o cheiro de café. Ele abriu seus olhos confuso, olhando para o lado e encontrando uma bandeja de café da manhã totalmente arrumada em cima da mesinha em seu quarto, com tudo que se pode imaginar.

Mas o que chamou a atenção de Louis foi o bilhete que havia ali. Ele o pegou com o cenho franzido em confusão e começou a ler.

"Lou. Sei que me pediu para não forçar, para ser somente seu amigo, mas eu não posso evitar. Eu te amo tanto, Lou, tanto. Queria tanto que pudéssemos ser como antes, agora com nossos bebês. Seria tão bom. Ainda tenho esperanças de que reste algum sentimento por mim em você. Então me deixe saber, por favor. Se eu ainda tiver chance, se pudermos tentar algo novamente, me deixe saber. E, quem sabe, eu possa te fazer o homem mais feliz do mundo.

Amo você, espero que goste do café da manhã."

Louis respirou fundo quando terminou de ler. Seu coração estava mais acelerado. Aquelas palavras mexeram com ele. Mas o que ele poderia fazer? Ainda não se sentia pronto, se sentia tão confuso. Era claro para si que ainda tinha sentimentos pelo alfa, mas aquela insegurança era tão forte. Realmente não sabia o que fazer.

Um som de notificação o tirou de seus pensamentos. Ele olhou para o celular vendo um nome que não esperava. Nick.

delicateOnde histórias criam vida. Descubra agora