delicate

17

Coma. Louis nunca pensou que poderia odiar tanto uma palavra quanto ele odiava essa.

Foi há exatamente três semanas atrás, na mesma noite do acidente, depois do médico ter consultado Harry e ver como ele estava que ele deu a notícia de que ele estava em coma.

A palavra ainda ficava na cabeça de Louis sempre que ele olhava para o rosto de Harry, cheio de tubos no corpo, naquela cama de hospital, ou quando ele ia para casa e tomava um longo banho, ou até mesmo quando ele olhava para o rostinho de seus bebês e via Harry ali.

Ele não suportaria perder Harry.

Passava a maior parte do tempo no quarto de hospital, com ele. Ele não tinha muito o que fazer, então somente segurava sua mão e conversava com o alfa.

Ele se sentia tão culpado. Era sua culpa o maior estar naquela situação agora. Se não tivesse começado aquela bagunça com Nick, Harry não estaria ali. Justo quando eles iriam tentar algo novamente, ter uma conversa séria, aquilo acontecia.

Suspirou, segurando mais forte a mão de Harry ao que uma lágrima descia pelo seu rosto.

— Eu sinto tanto a sua falta — disse para o alfa inconsciente. Ele não sabia se Harry podia ouvi-lo, mas ele não se importava. — Seus filhos também sentem sua falta. Nossos filhos. Você alguma vez pensou sobre isso, Harry? Que nós teríamos dois bebês? Eu confesso que sempre quis, sabe? Mas nunca imaginei que teria com você, ainda mais tão cedo quanto agora. Eles precisam de você, Hazza. Eu preciso de você.

Sua voz começou a falhar. Louis não queria ser fraco assim, mas ele sentia tanta a falta do cacheado. Ele tinha tanto medo também, medo de que nunca mais visse seus olhos, seu sorriso ou ouvisse a sua voz.

— Eu preciso que você volte para mim. — Sua voz não passava de um murmúrio agora. — Eu não posso te perder, Hazz. A gente não ia tentar de novo? Recomeçar? Você não pode me deixar agora. Você tem que me proteger e cuidar de mim. Você não é o meu alfa?

Uma lágrima desceu pelo seu rosto e ele a limpou. Louis levou sua mão para o rosto do alfa, acariciando a pele macia.

— Sabia que eu sempre te amei? Desde que éramos adolescentes e nem sabíamos de qual classe seríamos? Eu nunca pude evitar, Harry, você era sempre tão maravilhoso, eu me sentia protegido quando estava com você, me sentia cuidado, me sentia amado. E então você se tornou um alfa e tudo parecia perfeito. Eu só esperava para entrar no cio para que pudéssemos ficar realmente juntos. Mas então o cio nunca veio e as minhas esperanças iam acabando. Até você dizer que aquilo não importava, não importava se eu era um beta, você ainda queria ficar comigo. Eu me senti tão feliz naquele momento, Harry, eu me senti tão amado, como nunca havia me sentido antes. E foi naquele momento que eu vi que queria ficar com você para sempre. Eu te amava tanto, eu ainda te amo. Tudo o que eu quero agora é que você volte para mim, porque eu ainda quero passar o resto da minha vida com você. Eu quero esquecer o que aconteceu e quero criar novas lembranças com você, lembranças boas, com você e nossos bebês, como uma família. Você vai voltar para mim, Harry? Por favor, eu te amo, por favor. Eu realmente preciso de você aqui comigo.

Louis não podia controlar os soluços que saíam, muito menos as lágrimas que desciam pelo seu rosto. Ele só queria o seu Harry de volta, para que eles pudessem ser felizes agora.

Louis sentiu um aperto em sua mão e franziu o cenho, achando que estava imaginando coisas. Mas então o aperto foi mais forte e ele podia sentir dedos se mexendo. Olhou para o rosto de Harry, somente para ver seus olhos se mexendo e, então, se abrindo.

— Lou?

Louis arregalou os olhos. Harry acordou.