Harry se afastou completamente da moça. Sua mente estava totalmente confusa. Seu lado alfa tentava ser mais forte, quase não podia controlar. Teve que fazer uma força extrema para se afastar, mas, quanto mais longe, a imagem de Louis chorando vinha à sua mente e a culpa o dominava.
Já longe da moça e próximo da porta, começou a gritar o nome de seu patrão beta e pai de Rebecca, que logo apareceu com os gritos. Ao ver o homem correr para a filha, Harry saiu correndo da padaria.
Quanto mais longe ficava, mais sua mente clareava. A culpa era enorme, nunca poderia esquecer os olhos chorosos de Louis. Só esperava que ele o perdoasse.
H&L
Louis não fazia ideia de quanto tempo havia ficado trancado dentro do seu quarto. Ele só sabia que suas mamães já haviam ido o ver várias vezes, elas o chamavam e tentavam conversar com ele, mas Louis não saía, nem ao menos abria a porta. Ele sabia que elas não tinham culpa de nada, mas ele só queria ficar sozinho.
Sua cabeça estava uma confusão, podia sentir todas as partes de seu coração se quebrando e doía muito.
Harry não veio falar com ele ainda. Louis pensava que ele podia estar com aquela ômega, mas logo soube que não, pois pôde ouvir mamãe Anne gritando com ele.
Apesar de seu lado racional imaginar o que aconteceu e entender que Harry não fora culpado, ele não podia controlar a mágoa. Se sentia traído, insuficiente.
Limpou suas lágrimas e se pôs de pé. Tomou um banho, tentando se acalmar e depois colocou outra roupa. Quando estava voltando para a sua cama, ouviu uma batida na porta.
— Lou?
Louis conhecia essa voz muito bem e por mais que quisesse ser forte logo as lágrimas voltavam aos seus olhos.
— Eu sei que você está me ouvindo. — Harry continuou. Sua voz parecia fraca e um pouco mais rouca que o normal. — E, porra, Lou, eu sei que eu fiz merda. Mas eu não sabia que ela estava no cio. Ela chegou e quando eu fui sair eu senti o cheiro. Meu lado alfa foi mais forte, Lou, eu não pude resistir, e-eu...
Então houve um silêncio e Louis pôde notar as lágrimas descendo pelas suas bochechas. Ele compreendia, mas a dor não diminuiu nem um pouco.
— Vai embora — murmurou baixo, mas sabia que o outro ouviu. Podia estar sendo injusto, mas precisava de um tempo sozinho, precisava pensar, tirar essa mágoa de si.
— O-o que? — Sua voz estava embargada. Louis tinha certeza que Harry também estava chorando.
— Eu quero que você vá embora, Harry, eu preciso de um tempo — falou firme.
— Lou, não, por favor, eu sei que eu errei, amor, eu errei muito. Mas eu não posso ficar sem você, sem nossos bebês — falava ele, com a voz trêmula. — Abre a porta, Louis, vamos conversar, por favor.
— Não! — gritou dessa vez. Por que ele só não ia embora? — Vai embora, Harry, sai daqui! Me deixa sozinho!
E então o silêncio de novo.
— Tudo bem. — Foi o que ele disse. Sua voz estava ainda mais fraca, mas ele parecia decidido. — Eu te amo.
E então Louis se sentiu desmoronar ao que soluços saíam de sua garganta. Deixou seus joelhos caírem no tapete e levou suas mãos ao rosto.
H&L
Dois meses depois
Louis havia passado dias trancado em seu quarto depois que Harry foi embora. Pelo o que mamãe Jay havia conversado com ele enquanto levava comida no quarto – porque, apesar de tudo, ele ainda pensava na saúde de seus bebês – mamãe Anne havia tido mais uma conversa com Harry e decidiu que era realmente melhor ele ficar um tempo fora, até Louis se acalmar e entender a situação. Depois eles poderiam conversar como adultos.
E foi o que ele fez, ele foi para a casa de Liam e Zayn por um tempo enquanto as coisas se ajeitavam. Pelo o que soube, também havia saído da padaria e agora trabalhava com mamãe Anne na loja de móveis como vendedor. Por vezes aparecia na casa de suas mães e sempre procurava por notícias dos bebês, ajudando com dinheiro e coisas para eles. Mas Louis procurava não encontrá-lo, ainda não se sentia pronto para uma conversa. Agora, dois meses depois, Louis já estava se acostumando a viver em um lugar onde ele não estava.
— Lou, vamos. — Mamãe Jay o chamou e Louis a olhou, lhe dando um sorriso fraco.
Estavam na floricultura, prestes a ir embora. Jay dizia que Louis não precisava ir trabalhar mais já que estava com quase oito meses, mas ele dizia que não havia problema, mal se cansava lá e mexer com as plantinhas, fazer coroas de flores, o distraía um pouco.
Ao que foi se levantar para a acompanhar, sentiu uma dor na sua barriga e no mesmo momento se curvou, gemendo de dor.
— Louis? — Jay o chamou.
— Mãe, eu acho que eles estão nascendo — falou fraco.
H&L
Jay havia levado Louis para o hospital com uma rapidez que ele nunca viu. Ao chegaram lá, alguém já o pôs em uma maca e o levou para um quarto.
Não pôde fazer nada pelas próximas horas. Eles aplicaram uma anestesia e logo a dor passava, mas ele ainda podia sentir que seus bebês estavam querendo sair. O que passava pelo cabeça de Louis era que ainda não era o momento, eles ainda não estavam prontos.
Durante todo o momento, Louis ficou atento, esperando para ouvir os seus bebês; a preocupação enorme. Mas pouco tempo depois ouviu o primeiro som do seu primeiro bebê. Era um choro alto e agudo e o seu rosto todo se iluminou ao que a enfermeira limpava seu corpinho pequeno demais e o enrolava em um cobertor. Então mais um choro, dessa vez mais fraco e menos rouco, ao que seu outro bebê nascia.
Louis sentia lágrimas de felicidade descendo pelas suas bochechas, seu sorriso ameaçando rasgar seu rosto. Apesar do susto, seus bebês estavam bem. Segundo o médico, eles eram perfeitos, só pequenos demais, então precisariam ficar ali por algum tempo. Isso entristeceu um pouco Louis, mas ele procurou se conformar, pois eles estavam bem. Só precisavam de uma atenção a mais.
Depois que o médico terminou de dar os pontos em sua barriga, Louis pôde segurar seus bebês. Foi um pouco difícil segurar os dois ao mesmo tempo, mas ele conseguiu e quando sentiu o calor deles perto de si pôde se sentir vivo como nunca esteve antes.
Mamãe Jay que também estava no quarto pegou um dos bebês dos braços de Louis e o ômega pôde notar lágrimas em seu rosto.
Era um casal. Anna e Johnny.
Louis estava com Johnny em seus braços, acariciando seu pequeno rostinho. Ele tinha cabelos claros e olhos claros também, a pele bem clarinha e lábios carnudos como os de Harry. Já Anna, que estava com Jay, tinha os cabelos mais castanhos, seus olhos eram claros e a pele um pouco mais morena que a do irmão. Eles eram lindos, Louis os amava tanto.
Alguns minutos depois, Jay saiu e Harry entrou. O sorriso de Louis fraquejou um pouco ao vê-lo, mas procurou se recompor. Aquele momento era de Harry tanto quanto dele.
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delicate
FanfictionATENÇÃO: história indicada para maiores de 18 anos. Contém conteúdo sexual e palavras de baixo calão. Também pode conter descrição de traição, de acidente e de ferimentos graves; se são assuntos sensíveis para você, sugiro que não leia. ... AVISO: f...