Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis

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Haviam algumas coisas sobre o diretor da West Coast High School que eram intrigantes. De fato, o diretor Nypon era um homem cheio de surpresas. Como agora, quando ele estava usando roupas de bombeiro e percorrendo toda a escola em busca alunos que demonstrassem o mais remoto sinal de culpa.

Todos os professores ficaram responsáveis por controlar e contar os alunos, a fim de saber se estávamos todos ali em segurança.

Eu me sentia culpada, é claro, mas Peter tentou me acalmar dizendo que todo mundo, pelo menos uma vez, tem que fazer alguma coisa memorável no ensino médio, e aquela era a nossa. Infelizmente, segundo ele, não saberiam que nós fomos os autores daquela baderna, mas que definitivamente nosso feito seria lendário.

— Vocês estão bem? – a professora de informática perguntou. Ela era uma mulher legal, mas quase não muito respeitada. A minha turma por exemplo, atrapalhava todas as suas aulas sem darem o mínimo respeito que ela merecia. Além disso, a srta. Johnson era muito bonita.

— Estamos, obrigada – agradeci por sua preocupação.

— Que susto, amor – ela falou dando um selinho rápido em Peter.

Eu tinha certeza de que meus olhos estavam tão arregalados quanto dois faróis. Perguntei o que estava acontecendo ali, mas gaguejei tanto que ninguém entendeu nada.

— Essa é a minha namorada, Bris – Peter revelou sorrindo. — E também a responsável por desligar as câmeras de segurança.

Eu não sabia o que dizer, só agradeci e tentei recuperar a sanidade. Céus! A namorada do meu melhor amigo era a nossa professora!

— Tudo bem, Bris – ela disse. — Nós sabemos como isso pode ser um choque e tanto, mas já estamos juntos há um bom tempo e conseguimos esconder-nos muito bem.

— Mas... mas, mas por que vocês me contaram então? – perguntei ainda em choque.

— Porque você é a minha tampinha, Bris – Peter falou apertando meu nariz. — Você é minha melhor amiga e nós confiamos em você.

— Uau – exclamei. — Estou honrada por vocês terem me contado, e agradecida também, srta. Johnson.

— Ah, não me chame assim! – ela sorriu. — Pode me chamar de Lisa.

Ali estava começando uma nova história dentro do turbilhão de histórias que compunham a minha vida. Entretanto, não tivemos muito tempo para conversar, pois o diretor saiu do colégio acompanhado de outros bombeiros. Ele informou que não teríamos aula durante os próximos dois dias, uma vez que seria preciso averiguar o que tinha acontecido, além de terem que arrumar toda aquela bagunça.

Depois disso fomos liberados e eu mal pude esconder o quão animada eu estava. Amélia, Julie e Oliver iriam comigo para casa, enquanto Valentim e Apolo iriam com Gregory.

Eu já estava pegando o jeito de andar pelas ruas californianas e isso era o máximo, já que eu não estava mais suportando a voz enjoada do GPS. Dobrando a esquina que dava para minha casa, avistei o carro de Greg parado bem no meu lugar de estacionar Sirius.

Maldito!

Tentei não ligar muito, afinal a rua era pública e eu não tinha nenhum direito absoluto sobre a vaga, mas custava ele estacionar em frente à casa de Oliver?

Estacionei, então, do outro lado da rua. Desci tão rápido que nem me preocupei em esperar as meninas. Eu tinha que manter a imagem de quem não via a melhor amiga há meses.

Dentro de casa senti o inconfundível cheiro de brownie de Art, mas havia um aroma, bem lá no fundo, que provocou náuseas em mim. Assim que cheguei ao quintal, descobri o porquê. Vovô e Arthur estavam fazendo um churrasco de boas vindas para Sally, tendo companhia os filhos da minha madrasta e meus outros amigos.

Por trás do gelo [Em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora