Capitulo 2

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O primeiro pensamento que veio à cabeça de Ariana era se deveria ou não ir visitar Patrick. Ela não o conhecia suficientemente bem, além disso, poderia encontrar a sua família e ela não queria, de todo, incomodar. No entanto, o facto de ela ter retirado uma arma do local do crime não estava a ajudar muito a sua consciência e ela queria falar com Patrick a todo o custo e saber se ele se lembrara do que dissera e porque é que o dissera.

Ariana ainda estava perplexa com o que fizera, ela não devia de ter sequer mexido naquilo, muito menos guardá-lo, mas algo dentro dela disse para ela o fazer e ela simplesmente fê-lo, como se tivesse entrado numa espécie de transe.

Patrick era estranho, disso ela tinha a certeza, mas ela tinha que falar com ele e foi com esse pensamento e essa determinação que a rapariga saiu de casa, depois de avisar a sua mãe, e se dirigiu ao hospital onde Patrick estava internado.

Ariana olhou para os dois lados da estrada, certificando-se de que poderia atravessar a passadeira, nervosa por ver Patrick, com medo que ele não se lembrasse do que disse, com medo da forma como ele reagiria ao vê-la ali.

Quando Ariana estava a atravessar para o outro lado da rua, numa tagarelice interminável com ela mesma sobre Patrick, o som de uma mota soou, vindo na sua direção, acelerando cada vez mais como se não tivesse avistado a rapariga. Ariana queria mexer-se, mas o choque tomara conta do seu corpo, paralisando-a e assim ficou até os seus pés não mais tocarem no chão, devido ao forte impacto da mota contra o seu corpo.

O condutor da mota aproximou-se de Ariana olhando-a bem nos olhos, embora ela não conseguisse ver isso devido ao capacete que lhe cobria o rosto, mas o condutor queria ter a certeza que atropelara a pessoa certa, estava a certificar-se de que o seu trabalho havia sido bem feito, indo-se embora assim que soou o barulho de uma sirene.

Provavelmente, alguém que vira o acidente e chamara uma ambulância.

Ariana tentou mexer cada centímetro do seu corpo para ver se estava tudo bem, mas apercebeu-se que não conseguia sentir as pernas, nem sequer movê-las, o que instalou o pânico imediatamente. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela pensava em tudo o que lhe poderia ter acontecido, o choro aumentando ainda mais a sua dor de cabeça, uma dor tal que lhe chegava a desfocar a visão.

O som de uma ambulância a travar bem perto do seu corpo imóvel despertou alguma esperança em si e viu um paramédico mesmo ao seu lado, embora não conseguisse distinguir muito bem as suas feições.

"Tiveste um acidente, foste atropelada por uma mota. Lembras-te disso?" Ele perguntou e Ariana abanou a cabeça afirmativamente a todo o custo. "Sabes como é que te chamas?"

"Ariana..."

"Quantos anos tens?"

"De... de-dezoito..."

"Ok, Ariana, quanto é um mais um?"

"Huh... eu... dois?"

"Muito bem. Nós vamos levar-te para o hospital, tens o número de alguém a quem possamos ligar?"

"A minha mãe... telemóvel..."

Ariana começou a ver tudo às voltas e começou a ficar bastante maldisposta, mas todos esses sintomas passaram assim que os seus olhos se fecharam, deixando-a inconsciente.

(...)

O jardim era coberto por um manto fofo de relva verde e havia árvores espalhadas por todo o jardim de forma a criar sombra, com pequenas flores que as circulavam. O cenário que se estendia perante Ariana era bastante angelical e isso fê-la pensar se teria morrido e se teria ido para o paraíso ou algo do género.

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