Capítulo V

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-Kevin, foste tu que compraste este ecrã gigante?- perguntou Mariana.
-Achas, nem tenho dinheiro para comprar comida, quanto mais uma televisão destas. Acho que foi o proprietário da casa que ofereceu.
-Fui eu que comprei este plasma.- disse o David metendo-se na conversa.
-Sim, e eu acredito no Pai Natal!- respondi com um riso irónico.
-Fui eu que o comprei, tal como os sofás, os canais por cabo...
-Ai sim? E desde quando é que és boa pessoa?
-Haam... Desde sempre, só não sou boa pessoa pra ti, e mais, não comprei está televisão para nosso conforto, foi para o meu, agora tu estás é a aproveitar. Se não fosse eu esta casa seria uma merda.
-Eu venho de uma família pobre.
-Eu não sou obrigado a viver na miséria.
-Meninos, acho que já chega!- intrometeu-se Mariana.
-Mana, vamos para o quarto, não tenho que aturar isto.
-Enfia-te num buraco!
-Cala-te estou farto de ouvir essa voz desde que aqui cheguei! Lá porque abasteceste metade da casa, pensas que já és o maior!
-Princesa, eu sou o maior!- disse autoritariamente.
-Já disse para não me chamares, cabrão!
-Ai é porquê? Não te esqueças, eu posso fazer o que quiser sabes porquê?- olhava pra mim intensamente.- Pq eu quero e pq eu posso.
-Vá Kevin, vamos para o quarto acalmar os ânimos.- disse Mariana impedindo "fight".

Entramos no meu quarto e pedi à Mariana que fechasse a porta...

-AAAAAAHHHHHHH!- gritei para a almofada.- Vês, Mariana? Vês? Só no primeiro dia ele conseguiu irritar-me...
-Tem calma mano. Tu enervas-te muito facilmente.
-Nunca conheci uma pessoa tão horrível.- confessei.
-Acho q tiveste sorte.
-Sorte? Calha-me um demónio, e tu dizes sorte?
-É giro, rico, simpático pra toda gente.
-Menos pra mim. E o q é q me adianta ser giro, não o posso comer.
-Ele não é gay?
-Achas, nunca conheci um gajo tão hétero e mais, ele disse q tu eras toda boa.
-Já estou a gostar mais da conversa.- disse ela sorrindo.
-Tu não disseste isso! Se acontecer algo entre vocês, nunca mais me dirijas a palavra.- disse num tom de brincadeira e ao mesmo tempo com alguma seriedade.- E se queres que te diga não o acho nada giro.
-Tu és bué exigente, por isso é que nunca te aparece ninguém.
-Eu quero o rapaz perfeito.- disse baixinho para o David não ouvir nada.
-O rapaz perfeito não existe Kevin, tira essa ideia da cabeça.- respondeu ela na mesma intensidade.
-Prefiro então morrer sozinho.
-Quem me dera ter um David casa.-disse ela.
-Acredita, não queiras.- respondi desprezando o seu comentário.
-Estou com vontade de matar alguém.
-Olha sabes o que é que eu te digo? Não te podes enervar com o que ele diz, o certo é que eu já reparei que ele adora provocar-te e tu respondes. Não lhe dês o que ele quer e assim ainda pára de te provocar.
-Só sei que se eu o vir à minha frente eu...
-Tu nada, vais contar até 10 e se não chegar, contas até 1000, tens é que controlar essa raiva.- interrompeu-me ela.
-Pronto, tens razão. Jantas cá casa?
-Não, o Peter convidou-me para lá ir jantar a casa dele.- disse ela tristemente.
-Achas que posso ir?- perguntei.
-Kevin, não me leves a mal, mas...- faltavam-lhe as palavras.- Haam....
-Não querem a minha presença, não é?
-A sério Kevin, não fiques triste, só que...
-Nem os meus irmãos me querem.- disse quase a chorar.- Deixa estar, não te atrases para esse jantar.
-Kevin...
-Vai...- disse com alguma brutidade.
-Adeus!

Depois da minha irmã ter fechado a porta caí na cama, muito desanimado. Depois de estar umas horas a apodrecer no meu quarto, decido ir beber um sair de casa.

-Estás bem?- pergunta David, parecendo alguma vez na vida preocupado comigo.
-O que é q isso te interessa?- respondi com outra pergunta num tom ameaçador.
-Só fiz uma pergunta!
-E eu outra.

Abri a porta e pra rua me dirigi...

Olá pessoas, como estão?
Espero que tenham todos um bom ano, que todos se divirtam muito, realizem os vossos sonhos.
Até ao próximo capítulo.
Obrigado.

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