Algemados

Capítulo VI

Desci a rua da minha casa até à rua principal onde passavam imensos carros, autocarros, muitas pessoas, onde se situava também a estação de metro e uns quilómetros à frente avistava-se o lindíssimo rio Douro. O meu instinto disse para caminhar até ele. Foi o que eu fiz segui o meu instinto, o cheiro a rio sabia tão bem, era super agradável, as movimentações da água era como música de embalar para os meus ouvidos. Aproveitei para conhecer o meu futuro local de trabalho que, não era muito longe dali. Andei uns 2 km, e lá estava ele. O restaurante estava muito cheio portanto nem lá dentro entrei. Via o movimento cá de fora. Fui só mesmo de passagem, comecei a caminhar outra vez. Passado uns minutos deparei-me numa zona de bares, inclusive havia lá um que deduzi que fosse para gays. Com algum receio pus-me lá dentro. Desci as escadas, e encontrei um mundo muito tranquilo, muito sereno, muito "caliente". Haviam criaturas que estavam nos sofás a beijar-se loucamente, outros a beber, outros a engatar. O mundo ali era muito diverso. Fui para o balcão pedir uma bebida. Fiz passar-me por 18 anos, mas não deu resultou, mas como o homem me achou giro disse q eu podia beber à vontade e de graça. Não sabia q a beleza tinha destas coisas, até porque não me acho muito bonito. Tenho 1,82 m de altura, sou moreno, uso aparelho (infelizmente), não tenho uma estrutura muito atlética, sou magrinho, calço o 45. Como vem sou tudo o que uma pessoa não quer. Acho!
Sentei-me ali tranquilamente numa daquelas cadeiras altas quando me aparece um rapaz tudo ao contrário de mim. Ele era giro, à partida devia ser gay, se está ali. Será que devo meter conversa??? Vale a pena tentar, olha se correr mal, correu...

-Olá!- disse envergonhado.

Ele não me respondeu, comecei a entrar em pânico... Que "fail"!!!

-Olá!- respondeu ele.- Desculpa, estava a responder a uma mensagem.
-Não faz mal!
-Ficaste chateado?
-Não, achas.
-Como é q te chamas?- perguntou. Ai, a voz dele era rouca, era super hiper mega sexy. AMEI!!!
-Kevin e tu?- perguntei hesitando um pouco.
-Rafael.- disse com o seu sorriso, que por acaso tinha aparelho, até os elásticos eram da mesma cor q os meus.- És homossexual?
-Sim, e tu?
-Não!
-What?? Então o estás aqui a fazer o quê?.
-Estou aqui porque....
-Pois, com então o menino não é gay. Seu falso, estúpido, mentiroso.- gritava uma rapariga q apareceu de repente ao lado do Rafael.
-Achas, tu sabes q não Jéssica.
-Então o q é q fazes com este bicha?
-Não sei, ele é que passou aqui implorando que eu lhe desse pila.
-O quê?- resmunguei.
-Já disse que não sou gay, eu sou todo teu. Só passei por aqui, porque são as melhores bebidas desta zona do Porto.- justificou.
-Está bem amor! Vamos embora então pra casa, detesto este ambiente.

Quando o Rafael se estava a ir embora discretamente se virou pra trás e gesticulou com a sua boca " Desculpa!" . Estava um bocado confuso.

Fui pra casa pensando no que se tinha passado ali. Fiquei mesmo muito à toa porque gostava de saber mais sobre ele. Pelo menos sei o nome. Mas... Ele disse que não era gay? Então, o q é q ele fazia ali?, Tenho a certeza q não foi porque ali haviam as melhores bebidas desta zona do Porto. Passei pelo super mercado, comprei uma lasanha para jantar, já que sou uma merda (literalmente) a cozinhar.
Fui pra casa, e entrei tranquilamente na cozinha, quando encontro uma rapariga, com umas das camisas do David e cuecas.

-Olá!- disse ela pegando numa cerveja no frigorífico.
-Quem és tu e o q fazes na minha casa?
-A casa também é a minha.- diz o David aparecendo por trás de mim, e de seguida e abraçando a rapariga.
-Desculpa, vou-me já embora. Não quero incomodar ninguém.
-Mas, tu não estás a incomodar ninguém. Fica!- diz o David indo atrás da rapariga.

Segundos depois só oiço a porta a bater com alguma força....

-Foda-se e agora? Tas contente seu filho da puta?
-Olha, tu vê lá como é q falas comigo.
-Eu falo contigo como eu quiser, caralho! Estou farto de ti, se tu voltas a fazer isso estás fodido comigo percebeste?
-Esta casa é minha, e além do mais eu não a mandei embora, ela é que saiu com o seu próprio pé.
-Tu não és nada, tu não vales nada, tu és pobre ninguém te quer. Seu gayzinho de merda.
-O q é q tu ne chamaste?
-Gayzinho de merda, gayzinho de merda, percebeste ou queres q te faça um desenho?- perguntou e virou saindo da cozinha. Corri atrás dele e quando o ia esmurrar, ele se virou mais rápido e torceu-me o braço.- Tu nunca mais me tentas tocar! Ouviste?

Olá gentinha, não se esqueçam de votar.
Até pra semana!!!