Cap. 08 - Um presente do meu pai

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-Me diz uma coisa: Nós temos mesmo que ficar aqui? -eu ando até o riacho e paro observando o outro lado. A armadura é pesada e desconfortável e alguma parte do elmo está cutucando meu pescoço.

-Sim. -ela caminha pela borda percorrendo os olhos pela mata e quando vira-se para olhar o nosso lado eu atravesso correndo para o outro.

-Ei! O que você pensa que está fazendo? Volte! -ela olha-me irritada e eu viro-me pronta pra fazer o que ela pediu, então balanço a cabeça e volto a adentrar o território adversário.

-Estou indo pegar a nossa bandeira. -eu corro olhando ao redor e tentando evitar o tinir de lâminas.

-Nós temos que guardar a fronteira Luna. Nunca ouviu falar em trabalho de equipe?

-Claro. Agora, shihhh.... -eu me abaixo atrás de um grande arbusto e puxo ela comigo.

-O que... -ela começa e então para quando seu olhar encontra a cena adiante.

Um membro da nossa equipe cujo elmo já não está mais na cabeça luta habilmente com um garoto e uma garota.

Eu não conheço nenhum deles mas o garoto não parecia nem um pouco intimidado, na verdade podia até estar se divertindo, então eu apenas termino de olhar ao redor. Na proxima clareira num rochedo está o estandarte com a bandeira vermelha.

-Amanda, olha lá. -eu sussurro e ainda olhando a bandeira e ela olha na mesma direção.

-Parece que não há mais ninguém lá. -ela sorri e então olha novamente a batalha.

-Acha que ele consegue distraí-los por muito mais tempo? -eu observo nosso aliado desviar-se de um golpe de espada e dar um soco no esófago da garota.

-Uhum. -ela olha-me e eu observo a vegetação ao nosso redor.

Eu traço mentalmente um caminho pela mata até onde parece proximo o bastante da entrada da clareira e que os arbustos e árvores pudessem nos esconder um pouco. Quer dizer, não que alguém estivesse prestando atenção em nós, mas é melhor prevenir.

-Vamos.

Nós corremos tentando não fazer barulho e quando não encontramos ninguém na clareira vamos direto na bandeira e estamos prestes a pegá-la quando algo nos impede.

Ou melhor, alguém.

-Eu não faria isso se fosse vocês. -Nico sai de debaixo da sombra de uma árvore próxima e se aproxima com uma expressão indiferente.

-Então que otimo que você não é. -digo quando Amanda pega a bandeira e corre na direção oposta a que ele está.

-Não deviam ter feito isso. -ele corre na direção dela com a espada em punho e eu intercedo seu caminho bloqueando seu golpe com a lâmina da minha.

-Pare de fazer promessas vazias garoto gótico. -ele golpeia-me pela esquerda e eu desvio quase tendo meu braço fatiado.

Achei que fosse sem mutilações, mas parece que ele está ignorando essa regra.

Ótimo.

-Achei que filhos de Poseidon fossem mais criativos. -ele diz quando tento acertá-lo no quadril.

-Talvez você devesse conhecer as pessoas antes de julgar. -eu acerto-o pela direita fazendo um talho em seu braço esquerdo e ele revida com força fazendo-me dar alguns passos atrás.

-Bem, obrigada pelo conselho. -a lâmina de sua espada golpeia novamente a minha e ele se aproxima enquanto os metais chocam-se violentamente.

Ele é realmente bom nisso, mas ao que parece eu também sou e estou totalmente surpresa com meus reflexos.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora