Cap. 17 - Uma visita ao senhor deus da morte

547 40 24
                                    

Então depois de ele agir como se eu não fosse mais que uma abelha impertinente e me ignorar, eu finalmente pego o maior galho que encontro e me preparo pra acertar sua nuca.

O que? Faça-me o favor, paciência tem limite!

Eu paro de andar e miro nele como se estivesse segurando um taco de beisebol (ou como eu acho que se segura um). Ele vai aprender do jeito mais difícil que não se deve irritar uma filha de Poseidon. Então eu tomo impulso, dou mais um passo e...

Tropeço numa raiz, acerto ele com o galho e me seguro numa árvore a tempo de recuperar o equilíbrio.

Droooooga! Por que eu nunca olho por onde ando?

-QUAL É O SEU PROBLEMA? -Nico fuzila-me com o olhar sentado no chão a alguns metros de mim.

-Não sei, acho que sou meio desatenta... -eu me afasto da árvore e me aproximo dele. -Quer ajuda?

- Fique longe de mim sua maluca! -retruca levantando-se e ignorando a minha mão estendida, então ele dá a volta e começa apressado o caminho de volta pra casa.

-Ei! Não foi de propósito! -talvez um pouco. Ah! Ele mereceu!

-Claro. Você me acerta com um galho e não foi de propósito! Então pra quê estava com ele na mão?

-Eu pretendia te acertar na cabeça, mas aí eu tropecei e...

-Então, resumindo, você queria que eu fosse mais cedo fazer uma visita ao meu pai? -ele para me olhando friamente e eu sinto um frio na espinha, como se uma aura negra rodeasse a minha alma.

-Não. Eu só pretendia te deixar desacordado e te arrastar de volta pra pousada. -eu sorrio confiante engolindo o medo de ele resolver dar uma de Vlad Tepes e me empalar com aquela espada.

-Acha mesmo que vou acreditar nisso?

-Sim? -eu mantenho o sorriso e ele se aproxima me encarando de cima por um tempo, talvez segundos? Minutos? Eras? Mas então eles se afasta e volta a seu andar apressado.

-Mas onde eu acertei? -eu o acompanho.

-Não é da sua conta!

ΩΩΩ

O sonho começa com uma brisa e então novamente eu vejo aquela mulher. Agora com a barriga proeminente de cinco ou seis meses ela caminha até um templo feito de mármore branco como algodão e entra, indo direto a estátua que fica no centro, logo atrás das oferendas.

Ela se ajoelha e parece rezar, mas então se levanta e olha ao redor.

"Eu sei que está aqui Lorde Tânatos. Mostre-se, por favor." -ela disse virando-se e erguendo a cabeça para olhar o homem que surgira a sua frente.

Ele era de uma beleza angelical perfeita. Sua pele era da cor de chocolate ao leite que contrastava com seus olhos dourados como mel. Seu rosto marcante era adornado pelos cabelos negros que caiam sobre seus ombros e misturavam-se às magnificas asas cor de piche, que brilhavam em violeta e azul às suas costas.

"Diana Engels. O que uma mortal como você faz aqui? Deseja encontrar-me mais cedo?"

Eu abro os olhos sentindo meus pelos arrepiarem e solto o ar que aparentemente estava prendendo.

-Ei, cara de peixe, está acordada? -eu desencosto minha cabeça do vidro da janela e olho Alex no banco atrás de mim.

Eu não consegui dormir direito porquê, por causa de Nico, fiquei completamente encharcada e tive que trocar minhas roupas pelas outras que tinha trazido, mas eu só tinha um casaco então ainda fiquei com frio. Depois comecei a espirrar e no fim ainda tive que beber um pouco da minha reserva de néctar pra não ter febre. Assim alguns minutos após entrarmos no ónibus eu acabei caindo no sono sem nem me dar conta.

-O que foi cabeça de javali? -indago ainda meio perturbada. O que será que ele quis... Espera, ela tinha dito Tânatos e...

-Está tudo bem? -ele pergunta, o que me faz fazer uma cara bem estranha.

-Por acaso está preocupado comigo, porquinho?

-Cara, você é péssima nisso. Está querendo me deixar irritado? Tem certeza que quer isso? Eu acho que não. E claro que não estou preocupado com você, mas o seu relacionamento com o di Angelo vai acabar nos matando, então...

-Espera. Calminho aí. Do que você está falando? Eu não tenho nenhum relacionamento com aquele imbecil. Prefiro morrer. -eu falo sentindo minha voz subir uma oitava e meu rosto esquentar, então pisco. É isso! Tânatos é o deus da morte! Isso significa...

-Ah, é mesmo? Porque eu... Ei que cara é essa? Acabou de perceber que estou certo? Eu sei disso, não precisa ficar assim.

Ela havia prometido que daria um jeito para que eu ficasse bem e Annie disse que teoricamente eu não deveria estar viva. E se minha mãe realmente encontrou um jeito? Se Tânatos... Não, não, não! Não pode ser isso!

Eu me viro na posição certa na cadeira e sinto minha respiração falhar, meu coração ganhar peso como se de repente houvesse mudado sua composição para chumbo e tudo começar a desabar.

E se esse jeito, o único jeito, tiver sido um acordo. Um acordo no qual ela trocara sua vida pela minha?

ΩΩΩ
Amores!!!! Bem vindos de volta!!!
O que acharam? Acham que a Luna está certa?
Continuo logo?
Quero suas opiniões. O que acham que a Luna vai fazer depois dessa?
Até logo!
Bjs com néctar!!!!
P.S. A imagem do capítulo de hoje é o Gregg Sulkin, o nosso Cabeça de javali sem noção, mais conhecido como Alexander.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 26, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora