Cap. 14 - Desculpa, acho que passou do ponto

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O.K. Talvez eu tenha ficado um pouco boquiaberta com a cena. Mas cara, que louco!

Em minha curta vida de semideusa eu nunca achei que veria um ser como aquele ao vivo e em cores. Devo ser muito sortuda mesmo.

O ser que havia invadido e detonado o vagão tinha o corpo parecido com o de uma cabra, claro, se você ignorasse a cabeça felina com aquela enorme juba repleta de sangue (como se sua ultima presa tivesse sido muito grande, ou muito teimosa) e obviamente não poderiamos deixar a cobra, que devia ter veneno pra dar e vender, passar despercebida. Eu não sabia se me preocupava mais com ser engolida viva, picada pela serpente ou pisoteada por aqueles cascos enormes. Se bem que a nossa querida Quimera me olhava como se estivesse prestes a me fuzilar ali mesmo.

Espera, fuzilar... Fogo! Ótimo, então ela não precisava me comer crua, aposto que está doida pra esperimentar churrasquinho de semideusa. Se bem que provavelmente eu ficaria no ponto de carvão.

Sinto como se estivesse em um microondas agora...

Eu lentamente puxo Certeira da cabeça e logo ela tem a forma de uma espada. Acho que o churrasco ia ser no espeto.

A Quimera ruge pra nós fazendo todos os pelos do meu corpo se erissarem. Bem, quem quer que ainda estivesse dormindo, não está mais.

Os outros passageiros já correram para o fundo do vagão numa desesperada tentativa de escapar de seja lá o que for que eles estão vendo, provavelmente apenas um leão, um leão bem faminto.

Eu olho os outros, Zack e Alex estão lado a lado com armas em punho, parecendo prontos para defender a filha de afrodite logo atrás, que também segura sua adaga e Nico está mais a frente agachado atrás do banco em que antes dormia, com a espada de ferro estigio, parecendo pronto para cortar a cabeça daquele amável leãozinho em duas.

Justo.

A Quimera avança rugindo e espalhando seu hálito de vulcão pelo vagão enquanto sua cauda ricocheteia atrás.

-Ei gatinho, porque não vai escovar os dentes? -grito levantando chamando sua atenção pra mim, então ela faz um desvio e parece decidir que eu vou ser a entrada.

Ela ruge novamente e cospe fogo em minha direção, mas por sorte eu corro e consigo desviar.

Acho que isso aqui acaba de virar sucata.

Eu olho as árvores lá fora e tenho uma ideia. Ela deveria começar com uma salada, não?

A Quimera avança na direção dos meus amigos e eu aproveito para correr pra fora do vagão, usando o buraco que ela havia feito como portal. Eu me viro percebendo que a cobra está prestes a dar o bote em Amanda e pego uma pedra de tamanho considerável no chão, arremeçando-a na direção do monstro com toda a minha força.

Lord Apolo, Lady Artemis, por favor me ajudem, vai, eu prometo deixar todos os morangos pra vocês no meu próximo jantar no acampamento!

A pedra acerta em cheio a cabeça da cobra, fazendo-a se balançar atordoada e a cabeça de leão virar-se em minha direção.

Quão rápido uma cabra gigante pode correr?

Eu me ponho em guarda e preparo minha espada enquanto ela corre em minha direção, então a Quimera abre a boca soltando um novo geiser de fogo, que eu prontamente desvio rolando e correndo pro lado oposto e pra longe.

-Assim não vale! -eu grito olhando pra trás e a híbrida parece permanecer em meu encalço.

Eu observo meus amigos e Nico se aproximarem correndo, então tropeço e num impulso dou um mortal pra frente e caio de costas, no pior ângulo possível.

Mas que merda!

-Não é hora pra brincar little bee! -ouço Zack gritar pra mim antes de uma melodia estranha começar a soar. Ele estava tocando flauta? Agora?

Eu começo a tossir enquanto tento me levantar o mais rápido possível e tateio a terra procurando por Certeira.

Cara, por que eu não morro logo?

Eu pego a espada e logo encontro seu cabo levantando-me com ela em punho bem na direção em que a Quimera vinha.

-Pare agora mesmo Quimera! -ouço Amanda gritar bem a tempo de eu não ser engolida. Em um segundo eu vejo a cobra que antes era seu rabo se contorcer no chão e virar pó, o mesmo segundo que levou para a Quimera dar-se conta do que estava acontecendo, pra gavinhas surgirem das arvores e amarrarem-se em seus cascos puxando, como um banco da tortura só que sem o apoio. Então antes mesmo que ela pudesse se libertar, ou me fazer de churrasquinho, seu corpo virou cinzas, que o vento mandou pra longe.

Ai deuses, que irônico, não?

-Acho que você passou um pouco do ponto gatinha. -digo abaixando a espada e olhando na direção que o vento soprava.

Amooooores!!! Abaixem as espadas, arcos e lanças!
Juro pelo Estige que tentei postar o cap antes, mas eu fiquei muito indecisa no decorrer do capítulo.
Vocês me perdoam, né?😗
"Meus amigos e o Nico" Que horror Luna!
Enfim, o que acharam?
O que acham que vai acontecer agora?
Qual parte gostaram mais?
Não esqueçam de comentar!
Amo vocês!
Bjs com néctar!!!
P.S. Sim, a Danielle é a Luna.

A Herdeira PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora