Sexto

22.8K 706 198
                                    

Quinta-feira foi o único dia que eu e Maite tivemos pra conversar, ela queria saber tudo o que havia acontecido pra me deixar daquela maneira como eu estava três dias atrás.

- Ou você é bipolar ou você tem problemas, se você tivesse se olhado no espelho hoje e a três dias atrás, tomaria um susto...o que aconteceu pra te deixar daquela forma?

Eu sei um riso abafado.

- Tudo bem, eu vou te explicar.

E então contei tudo a ela que observava num misto entre surpresa e perplexidade.

- Você o que? Eu não posso acreditar....como ele disse isso, assim? Vocês se conhecem a que? Dias?

- Eu sei - suspirei - Mas ele pareceu super sincero....e, bom, acho que também estou gostando dele afinal.

- Anahí você tem 18 anos, ele é um homem de 36, ele tem o dobro da sua idade....O DOBRO. Se o seu pai sonha com isso ele vai enlouquecer com você!

- Você jura que estou preocupada com a opinião do meu pai? Um homem que sequer se dignou a vir na minha apresentação de fim de ano pois não podia perder a oportunidade de levar a vadia da namorada pra Paris?

- Mesmo assim...Annie, ele é um homem casado...você está se envolvendo demais e - a interrompi.

- Mai, você deveria se preocupar menos comigo...Eu sei que somos melhores amigas, mas eu estou apaixonada e não doente. Agora deixa eu ir, Alfonso deve estar me esperando - disse após checar as mensagens do meu celular.

Passei meu perfume e arrumei os cabelos com uma presilha, a mensagem de Alfonso dizia que ele ja me esperava próximo aos armários. Eu então segui pelo corredor, o sorriso já não cabia em mim e o abri ainda mais quando o vi ali parado totalmente despretensioso, com as mãos no bolso do jeans escuro e o suéter azul marinho, os cabelos um pouco molhados e a barba por fazer. Suspirei assim que me aproximei e senti o perfume da sua colônia.

- Olá - sorri um pouco encabulada, era a primeira vez que nos víamos depois de todas aquelas confissões.

- Olá princesa - ele sorriu pra mim e eu amei aquele novo apelido.

- Princesa?

- Você é a minha princesa - segurou uma das minhas mãos discretamente. Não podíamos dar bandeira, não ali.

- Esse perfume está me matando - mordi o lábio inferior. E ele riu rouco com voz de quem havia acordado a pouco.

- Eu estou louco pra te beijar, abraçar, acariciar....fazer amor com você - ele sussurrou.

- Eu também, já estou louca de saudades.

- Sabe que aqui não podemos dar bandeira ne? Eu preciso desse trabalho e não posso arranjar problemas com os seus pais.

- Eu sei - tentei pensar em uma solução - Você da aula agora?

- Agora agora não - ele olhou o relógio - Daqui uns 40 minutos.

- Hmmmmm - sorri maliciosa - Então acho que acabo de ter uma ideia fantástica.

- E que idéia é essa? Eu posso saber?

- Porque você não me segue? Aposto que não vai se arrepender....nem um pouco.

Caminhei em direção ao estacionamento. Lembro-me de a alguns meses ir até lá encontrar Peter para pegar um par de sapatos que ele me trouxera e não tinha ninguém, sequer um segurança rondando por ali.

Alfonso vinha logo atrás de mim, com um sorriso conquistador no rosto. Chegamos próximo a uma pilastra afastada, ninguém nos veria ali, mas nós tínhamos uma visão completa do estacionamento e da saída do colégio.

Paraíso Proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora