Quinta-feira foi o único dia que eu e Maite tivemos pra conversar, ela queria saber tudo o que havia acontecido pra me deixar daquela maneira como eu estava três dias atrás.
- Ou você é bipolar ou você tem problemas, se você tivesse se olhado no espelho hoje e a três dias atrás, tomaria um susto...o que aconteceu pra te deixar daquela forma?
Eu sei um riso abafado.
- Tudo bem, eu vou te explicar.
E então contei tudo a ela que observava num misto entre surpresa e perplexidade.
- Você o que? Eu não posso acreditar....como ele disse isso, assim? Vocês se conhecem a que? Dias?
- Eu sei - suspirei - Mas ele pareceu super sincero....e, bom, acho que também estou gostando dele afinal.
- Anahí você tem 18 anos, ele é um homem de 36, ele tem o dobro da sua idade....O DOBRO. Se o seu pai sonha com isso ele vai enlouquecer com você!
- Você jura que estou preocupada com a opinião do meu pai? Um homem que sequer se dignou a vir na minha apresentação de fim de ano pois não podia perder a oportunidade de levar a vadia da namorada pra Paris?
- Mesmo assim...Annie, ele é um homem casado...você está se envolvendo demais e - a interrompi.
- Mai, você deveria se preocupar menos comigo...Eu sei que somos melhores amigas, mas eu estou apaixonada e não doente. Agora deixa eu ir, Alfonso deve estar me esperando - disse após checar as mensagens do meu celular.
Passei meu perfume e arrumei os cabelos com uma presilha, a mensagem de Alfonso dizia que ele ja me esperava próximo aos armários. Eu então segui pelo corredor, o sorriso já não cabia em mim e o abri ainda mais quando o vi ali parado totalmente despretensioso, com as mãos no bolso do jeans escuro e o suéter azul marinho, os cabelos um pouco molhados e a barba por fazer. Suspirei assim que me aproximei e senti o perfume da sua colônia.
- Olá - sorri um pouco encabulada, era a primeira vez que nos víamos depois de todas aquelas confissões.
- Olá princesa - ele sorriu pra mim e eu amei aquele novo apelido.
- Princesa?
- Você é a minha princesa - segurou uma das minhas mãos discretamente. Não podíamos dar bandeira, não ali.
- Esse perfume está me matando - mordi o lábio inferior. E ele riu rouco com voz de quem havia acordado a pouco.
- Eu estou louco pra te beijar, abraçar, acariciar....fazer amor com você - ele sussurrou.
- Eu também, já estou louca de saudades.
- Sabe que aqui não podemos dar bandeira ne? Eu preciso desse trabalho e não posso arranjar problemas com os seus pais.
- Eu sei - tentei pensar em uma solução - Você da aula agora?
- Agora agora não - ele olhou o relógio - Daqui uns 40 minutos.
- Hmmmmm - sorri maliciosa - Então acho que acabo de ter uma ideia fantástica.
- E que idéia é essa? Eu posso saber?
- Porque você não me segue? Aposto que não vai se arrepender....nem um pouco.
Caminhei em direção ao estacionamento. Lembro-me de a alguns meses ir até lá encontrar Peter para pegar um par de sapatos que ele me trouxera e não tinha ninguém, sequer um segurança rondando por ali.
Alfonso vinha logo atrás de mim, com um sorriso conquistador no rosto. Chegamos próximo a uma pilastra afastada, ninguém nos veria ali, mas nós tínhamos uma visão completa do estacionamento e da saída do colégio.
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Paraíso Proibido
FanficEu chupava o pirulito vermelho lentamente sem desgrudar os olhos de Alfonso, o novo professor de Biologia. Eu nunca havia me interessado por teias alimentares ou genética, mas depois que ele assumira aquela classe, esses haviam se tornado meus assun...