Paraíso Proibido

Décimo

A escola estava completamente decorada, balões gigantes de ar combinando vermelho e azul com os logotipos do colégio. Eu estava lá, uniformizada com os cabelos loiros em cascata, a maquiagem escura realçando meus olhos e uma tiara de cristais. Meu pai ligara dois dias antes dizendo simplesmente que tinha uma ida inadiável a Hong Kong, problemas na filial da empresa. O que eu fiz? Desliguei o telefone na cara dele, assim como fiz nas outras centenas de ligações dele até que ele mandasse Peter se certificar de que eu estava viva e respirando.

Meu pai sequer era capaz de honrar esse título, e por um lado, até que a ausência dele tinha suas vantagens, não fosse por ela, eu não estaria ali envolta nos fortes braços do homem que eu amo: Alfonso Herrera.

- Amor - ralhei com ele enquanto sentia o cheiro da colônia que usava - Assim você vai estragar o meu penteado - ajeitei a tiara fazendo bico, assim que ele me soltou.

- É impossível te soltar, você está maravilhosa -sorriu mexendo no bolso da calça social.

- O que foi? - ergui as sobrancelhas, curiosa.

- Já que daqui a pouco nos vamos nos separar por obrigação do protocolo - ele torceu os lábios insatisfeito - Eu quero fazer isso agora.

- Isso o que? - disse absorta.

- Não é nem um Tifany's cravejado de diamantes - ele disse abrindo a pequena caixa de veludo vermelha - Também não é luxuoso como você merece...

- Amor... - murmurei nervosa.

- Eu sei que sou bem mais velho, que não tenho todo o dinheiro do mundo e que nunca chegarei perto de dar pra você o conforto que já tem.

- Amor - segurei o rosto dele - Você é perfeito pra mim. Não há nada mais que eu possa querer além da sua presença na minha vida.

- Bom - ele sorriu - Você... Você aceita namorar comigo?

Ele estava corado e emocionado ao mesmo tempo, aquilo era tão fofo e tão lindo que eu queria gritar para o mundo o quanto estava feliz por aquele momento.

- É claro que eu quero, é tudo o que eu mais quero - juntei meus lábios ao dele e depois ele deslizou o anel, um pequeno solitário pelo meu anelar direito.

- Eu queria fazer tudo direito, pedir ao seu pai... com o manda o figurino, mas eu não aguentei. E também, só me sei conta depois de que não o conheço.

- Meu pai não vem...e sinceramente ele é a última pessoa que eu gostaria de ver hoje. Eu não quero que ninguém estrague esse momento! - sorri sendo abraçada novamente - Aqui é o único lugar onde eu preciso estar e - fui interrompida por uma mão me puxando.

- Sorry casal, mas você tem que vir Annie...a cerimônia já vai começar.

E sai sendo arrastada por Maite enquanto joguei um beijo para Alfonso e li em seus lábios as palavras que nunca gostaria de deixar de ouvir: Eu amo você.

Assim que Alfonso se virou, vislumbrou Gastón com um olhos roxo e alguns ematomas.

- Satisfeito? - olhou para ele com o rancor desenhando os olhos.

Alfonso cruzou os braços na altura do peito. Um riso sarcástico passeava pelos lábios dele.

- Satisfeito exatamente com o que?

- Não se faça de idiota Alfonso, assim que esse circo acabar - apontou a cerimônia - Eu vou pessoalmente à sala do Gandía informar o que se passou nessa escola no último mês.

Alfonso riu, debochado.

- Você faça o que quiser Gastón, Anahí saiu comigo por livre e espontânea vontade, a partir de hoje ela não faz mais parte desse colégio e além disso já é maior de idade, já quanto a você.... Eu seria capaz mata-lo se abrisse a boca. Mata-lo não, seria melhor te por atrás das grades pra você apodrecer na cadeia como o rato imundo que é. Lá é o lugar de seres sem escrúpulos como você.