Era véspera de Natal, eu estava sozinha no meu apartamento. Esse ano decidi que iria passar sozinha em casa, relaxando, mas principalmente pensando em como tudo na minha vida havia mudado desde que a revolução havia acabado. Ainda havia alguns distritos e boa parte da Capital tentando se recuperar, ainda bem que a onde eu moro não foi afetada. Estava na sala assistindo um programa qualquer enquanto meus pensamentos estavam bem longe dali, sem querer acabei me pegando pensando em Haymitch fazia tempo que a gente não se via, e nessa de pensar nele acabei lembrando também das vezes que a gente teve nossas recaídas e acabamos na cama.
Não posso negar que sinto muita saudade dele, mas também dos meus meninos, Katniss e Peeta, às vezes eles me ligam e eu tento matar um pouquinho da saudade.
Haymitch nunca me ligou desde que foi embora e isso já tem uns 4 meses, morro de vontade de ligar mas não sei o que iria falar pra ele ou como seria sua reação comigo, então eu desisto de ligar. É mais ou menos umas 23:00 horas quando escuto a campainha tocar me tirando de minhas nostalgias, na hora eu estranhei pois não estava esperando ninguém, a hora que eu abri a porta todo o meu corpo trovou. Foi uma total surpresa para mim, chego a acreditar que tudo não se passa de apenas uma ilusão, um sonho quem sabe, minha fala não sai e creio que ele tenha percebido minha surpresa então se adiantou- Oi Effie. - Disse Haymitch
- O-oi Haymitch, por que está aqui? - Perguntei tentando não ser grossa
- Saudades oras, apenas saudades. - Disse Haymitch com um ar de ignorância
- Haymitch, porque? - Perguntei já meio sem paciência
- Já disse pequena, estava com saudades. - Ele me respondeu
- Fala sério, você não iria vir até aqui, na Capital, só porque estaria com saudades de mim. Fala sério!? - Disse já sem qualquer pingo de paciência.
- Você nunca acredita em mim amor? - Ele me perguntou. Odeio como ele me chama de amor, eu não aguento.
- Porque será né Haymitch?? Olha, eu não quero discutir com você agora já é natal e eu não quero nenhuma dor de cabeça. - Disse tentando me acalmar
- Okeey Okeey princesa, desculpe a gente começou errado. - Ele me disse sentando no braço do sofá e abaixando a cabeça. - Eu vim porque estava morrendo de saudades de falar com você, não liguei porque não sabia o que falar, então resolvi esperar até que eu tivesse uma boa oportunidade para vir aqui. Em falar em vir pra cá, tem como eu ficar aqui pelo menos essa noite? É que tá muito frio lá fora e é quase natal.. - Ele me olhou com uma cara de cão sem dono
- Tudo bem vai ser ótimo ter você como minha companhia. - Disse com um sorriso no rosto.
- Ufa, ainda bem já achei que teria que sair nesse frio, de noite, sozinho naquela rua deserta. - Disse Haymitch fazendo o maior drama.
- Para de fazer drama seu bobo, sabe que eu não seria nem louca de deixar você ir embora no meio da noite da minha casa. - Disse com um sorriso bobo. - Quer uma taça de vinho? Acho que tem um pouco de comida na geladeira.
- Acho que não, eu estou bem. Posso te fazer uma pergunta? - Ele me perguntou com um pouco de receio
- Claro Mitch. -Acento para que ele continue
- Posso te dar um abraço? Eu disse que tava com saudades. - Ele disse com a cabeça um pouco baixa
- Pode? Já tava ficando até com medo de você não ter falado ainda! - Disse rindo para ele.
Então ele me abraçou, e foi o melhor abraço do mundo então eu o apertei o mais forte que pude e vejo que ele retribuiu, nessa de ficarmos abraços creio que durou uns 5 minutos, mas foram os melhores 5 minutos desde que ele havia voltado para o 12 a quatro meses atrás. Logo em seguida ele sentou no sofá e eu fui pegar uma taça de vinho e fiquei observando ele procurar algo de bom para assistir mas nada havia lhe chamado a atenção
- Tem algum filme bom aqui pra gente assistir? - Ele me perguntou virando o corpo meio que de lado para me ver
- Ah acho que em uma dessas gavetas deve ter um, chama truque de mestre. Nunca assisti mas o Cinna deixou aqui para que eu possa assistir. Se quiser eu posso fazer pipoca, o que acha? - Perguntei com um pouco de entusiasmo na voz.
- Isso boa, vou colocar o filme e você faz a pipoca. - Ele me respondeu muito contente.
Era quase meia noite e nós já estávamos no sofá, ele com o braço em volta do meu pescoço e eu com a cabeça em seu ombro e assim nós passamos o resto da noite juntinhos como se não houvesse amanhã.