Conquistando Um Vigarista [Concluído]

Capítulo 01: Morena.

Do lugar que estou tenho uma visão privilegiada de toda a festa. Consigo ver a Liz em um canto conversando com Drew, seus olhos brilham, e toda aquela cena de amor clichê está estampada nos dois. Estou feliz por ela. Depois do que passou para ficarem juntos, Liz merece que as coisas voltem a dar certo.

Se há algum tempo atrás alguém me dissesse que eu estaria na casa dos pais da Liz, na festa de noivado dela eu mandaria internar porque a pessoa só podia estar louca.

Viro-me para o bar e faço sinal para o barman servir mais uma bebida. Joana, mãe da noiva, vem em minha direção com um sorriso contido.

- Noah querido. Quando você chegou? – pergunta dando um beijo em meu rosto.

Olho para o relógio que está em meu pulso, e respondo:

- Acho que tem uns dez minutos.

- A Liz já te viu?

- Ainda não. Ela está ocupada demais. – inclino a cabeça na direção onde Drew e Liz estão.

- Jovens. – Joana da de ombros e volta a olhar para mim. – Sua mãe não vem?

Quando conheci Liz, nossa amizade foi instantânea, na verdade ter uma amiga mulher me ajudava bastante a não ser um babaca com as mulheres. Nossas famílias se conheceram através de nós e com o tempo minha mãe e Joana se tornaram grandes amigas.

- Ela está na fazenda.

- Desde que Richard se foi, ela passa muito tempo lá.

Aceno, sem querer me aprofundar nesse assunto, que ainda é um pouco delicado.

- Ela sente falta dele. – digo apenas.

- Todos nós sentimos, querido.

Meu pai havia partido há quatro anos. Minha mãe não superou muito bem. Acho que ela essa história de ter o amor da sua vida, realmente acontece em alguns casos. Por isso minha mãe passava todo seu tempo na fazenda da família, que foi onde ela e meu pai se conheceram.

- Bom, aproveite a festa querido. Mande um beijo para Lumen assim que ela voltar.

Sorrio e me despeço dela voltando os olhos para a festa. Foi montado um pequeno palco no gramado, uma tenda foi montada bem ao seu lado direito e no lado esquerdo o Buffet. Se fosse pela Liz, não haveria uma festa dessas, mas não tinha como discutir quando Joana decidia alguma coisa.

Eu estava em um dos bares, próximo à piscina. Tinha sido um longo dia e minha única vontade era beber até não aguentar mais.

- Uma cerveja, por favor. – peço ao barman dessa vez.

- Para mim também. – alguém pede ao meu lado. Olho para a dona da voz e sorrio fazendo um brinde assim que recebemos nossas cervejas. Até que é bonita. Sua pele é morena e seu corpo exibe belas curvas, porém o colete de lã, a saia esquisita até os joelhos e os sapatos fechados, com toda certeza, me fazem pensar que a avó que a vestiu. Fora os óculos saídos do século passado e o rabo de cavalo que está todo desgrenhado. Ela é bem esquisita.

- Curtindo a festa? – pergunto olhando seus belos olhos que parecem duas jabuticabas.

- Mais ou menos. Não gosto muito de festas.

Seus olhos me avaliam de cima a baixo e quando ela volta a olhar meu rosto, foca em minha boca.

- Gosta do que vê? – decido provoca-la.

- O que? Eu? Nn-ão. – Gagueja. -...é. O que?

Não consigo segurar a riso. Ela ficou muito desconcertada.