Fecho a porta assim que Amber entra no elevador.
Fiquei com vontade de ir atrás dela. A luta interna foi travada entre um ''vou, não vou'', até que o elevador chegou e ela entrou, tomando a decisão por mim, no momento que as portas se fecharam.
Tenho consciência que estou agindo como um moleque mimado. Mas, ouvir da boca dela que só ficou com Toby para me deixar com ciúmes, me tirou do sério. Odeio me sentir manipulado a sentir algo, e foi exatamente o que ela fez. Manipulou o meu ''sentir''. Voltou com um cara que nem gostava, para me fazer enxerga-la, sendo que já havia enxergado, ao invés de simplesmente dizer: eu gosto de você.
Teria sido tão mais fácil.
Sinto-me um idiota. Queria tanto ficar com ela, então porque agora que tinha a oportunidade eu não ficava? Estranhamente, eu sabia a resposta: estou com o ego ferido. Não é fácil admitir, mas é a verdade.
Segui até meu quarto e me joguei na cama, de roupa mesmo. Só preciso dormir e tentar esquecer esse dia.
[...]
- Tudo bem, acho que dá sim...Claro, eu te aviso. Até semana que vem. – Encerro a chamada, com a cabeça doendo.
Pego o telefone mais uma vez, chamando o ramal da minha secretária.
- Deise. Traga-me um café e uma aspirina, por favor.
Encosto minha cabeça na mesa, sem esperar sua resposta.
Não devia ter bebido tanto na noite passada. Mas, desde que falei com Amber, tenho feito de tudo para frear meus pensamentos. Minha vontade é de gritar ''que se dane tudo'', e ir correndo atrás dela. Quem diria que essa bruxa me enfeitiçaria a ponto de sentir tanto sua falta?
- Aqui está, Sr.º Parker. – Deise deposita a xícara na mesa, junto com o comprimido. – Deseja algo mais?
- Sim. Que minha cabeça pare de pulsar. – Resmungo jogando o remédio na boca, e empurrando água por cima.
- Infelizmente isso não está ao meu alcance. – Anda até a porta, parando com a mão na maçaneta. – Porém, tenho um conselho para o Sr.º.
- Então diga.
- Beba menos da próxima vez. – Responde esperta, fechando a porta com pressa.
Apesar de ser abusada, adoro a Deise. Posso implicar, mas sou tratado como um filho por ela. Então, Deise tem liberdade para falar essas coisas comigo.
Volto ao trabalho, dessa vez com a cabeça doendo menos. Preciso viajar para o México na próxima semana para concluir a negociação de uma filial que vamos abrir por lá. Recebemos uma proposta incrível, e como a Liz não pode ir, me candidatei para resolver todas as questões. Tudo que minha mente precisa, é de distração.
Terminei tudo por volta das 17h, juntei minhas coisas, e sai rumo à academia. A verdade é que não sou muito fã de academias, mas se eu não me exercitar, toda a cachaça e fast food's, vão direto para a barriga. E que mulher gosta de homem pançudo? Algumas por aí. Mas, não são muitas e nem fáceis de achar.
Por isso arrastei minha bunda até a academia e me esforcei por quase duas horas, mesmo estando com uma ressaca de deixar qualquer um arriado.
Essa foi minha rotina pelos próximos três dias, até que o final de semana finalmente chegou.
Robert e eu fomos a um bar novo que abriu no centro da cidade. Música boa ao vivo, cerveja gelada e muita mulher gostosa desfilando.
- E aí, o que está acontecendo? – Robert pergunta depois de um tempo.
- Como assim?
- Sei que tem algo acontecendo com você, te conheço há bastante tempo.
- Está viajando cara, não é nada.
- Desembucha. – Insiste.
Bufo, sabendo que não tenho saída. O cara sabe ser teimoso quando quer, e eu sei que ele quer.
Dou mais um gole na cerveja. Olho para o palco, onde uma banda de rock anos 70 está se apresentando.
- Sei lá cara, estou fodido. – Digo sem olha-lo.
- Que foi? Você a engravidou?
- O que? Quem? Está louco?
- Você fala que está fodido, o que mais eu vou pensar? Só pensei que tinha engravidado Amber.
- Não cara, não é isso.
- Então é o que?
Finalmente olho seu rosto, e ele está realmente interessado. Não é só curiosidade, Robert sempre se importou comigo.
Então, eu digo tudo. Desde o começo. Nossa amizade estranha, o jeito que comecei a gostar dela, e então a manipulação cerebral que ela tentou fazer que me deixou puto.
Robert é um bom amigo, e ficou em silêncio o tempo todo enquanto eu despejava as palavras como uma garotinha mimada. Eu tenho consciência que estou agindo como um idiota, mas é mais forte do que eu. Acho que estou no meu direito de estar com raiva, não estou?
Bom, eu acho que sim.
- Cara, você é muito burro. – Ele diz depois que termino. – Ela fez a merda, beleza, você ficou com raiva. Mas, não acha que está exagerando? Ela não fez nada grave, só voltou com o cara para te deixar com ciúmes, sinal que ela gosta de você.
- E você acha isso normal? – Me irrito – então, se eu quisesse mostrar que gosto dela eu devia começar a namorar outra? Não consegue ver que isso não tem lógica?
- Claro que não tem. Mas, ela é mulher cara. Quando é que elas fazem algo que tenha lógica?
- Eu sempre fui racional, Robert. Isso de fazer joguinhos não funciona comigo.
- Acho que você devia ir atrás dela e pronto. Já deu um gelo nela, não deu? – Assinto. – Então cara, vai lá e agarra ela. E se ela fizer algo parecido de novo, você mete o pé na bunda dela, Noah.
- Que se dane essa merda. – Digo me levantando da mesa. – Vou lá pegar minha garota.
- Isso aí, manda ver.
- Valeu cara.
Jogo umas notas na mesa, e saio em disparada para a casa de Amber.
![](https://img.wattpad.com/cover/58391664-288-k544171.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Conquistando Um Vigarista [Concluído]
RomanceNoah Parker. Um homem divertindo, encantador e sem qualquer vergonha na cara. Ao contrário do que muitos pensam, é um homem romântico que espera que o amor venha da melhor forma: com sexo. Ele só não esperava, que começar uma amizade com Amber, pude...