Conquistando Um Vigarista [Concluído]

Capítulo 14: Passado.

- Mentira. - Amber disse em meio a sua risada. - Você não fez isso.

- Já fiz tanta coisa que você nem imagina.

Ela se aconchegou mais em mim, desviando os olhos para o teto.

- É difícil imaginar que uma coisa dessas pode realmente acontecer.

- Foi só uma vez, e eu não faço essas coisas mais. A Liz costuma dizer que nosso tempo de vigarista ficou para trás.

Eu confiei em Amber, cada detalhe da minha vida. Até um detalhe importante do passado que não dizia respeito só a mim. Mas, bem no fundo, eu sabia que podia contar qualquer coisa para ela, que ela não me decepcionaria.

- Huum, espero que esteja no passado mesmo, porque não tenho nem um puto no bolso.

Soltei uma gargalhada alta, que fez com que ela me olhasse. Passei o dedo delicadamente pelo contorno de seu rosto, em uma leve carícia.

- Acredite, você me conquistou por outro motivo. - Sussurrei bem próximo a sua boca.

Seu olhar assumiu um brilho, fazendo seu sorriso aumentar ainda mais.

- Então quer dizer que eu conquistei um vigarista? - Perguntou em tom divertido.

- Ex-vigarista. - Respondi, antes de beija-la.

- Uhuum. - Resmunga em minha boca.

Porra. Eu tô no paraíso.

Acordei e senti que o lado da cama estava vazio. Se eu não estivesse na casa dela ia achar que ela havia transado e ido embora sem se despedir.

Joguei os lençóis para o lado, vesti minha cueca e sai pelo corredor, indo em direção à cozinha.

Amber estava no fogão, vestindo apenas minha camisa, e dançando conforme virava as panquecas. Uma cena simples como essa, foi capaz de me fazer perceber que é exatamente isso que quero para minha vida.

Alguém que esteja dançando na cozinha, logo de manhã depois de termos uma noite fantástica de sexo e ter dormido agarrados. Alguém para amar. Porque olhar para Amber fazendo uma coisa tão simples, quanto preparar o café, e sentir aquela amostra de infarto no peito, é a perfeição.

Aproximei-me dela devagar, sem fazer barulho e a abracei por trás, descansando minha cabeça na curva de seu pescoço.

- Bom dia! - Murmurei próximo ao seu ouvido.

Amber apoiou uma mão sobre a minha, enquanto continuava sua atenção voltada para a panela ao lado, onde fazia ovos mexidos.

- Bom dia. Estava me perguntando quanto tempo você ficaria me olhando da porta.

- Eu estava apreciando a dancinha. - Esfreguei-me descaradamente nela. - Apreciando muito.

Ela desligou o fogo, se virou em meus braços e me encarou.

- Você é um sem vergonha. - Espalmou a mão no meu peito e sorriu. - E eu adoro isso, mas, por favor, vá colocar sua calça. Antes que Julia acorde.

Mordi o lábio tentando conter uma risada, mas não consegui e acabei gargalhando. Sua expressão se fechou, formando um V perfeito em suas sobrancelhas.

- Quer dizer que a Senhorita Amber Lachini está com medo que a amiga me veja de cueca?

Ela me empurrou de leve, se virando mais uma vez para o fogão.

- Anda logo. - Bufou.

- Seu desejo é uma ordem. - Ainda rindo, refiz o caminho até o quarto.

Depois que tomamos café juntos, me despedi de Amber com a promessa de nos encontrarmos mais tarde. Mesmo sendo sábado, precisava fazer uma vídeo conferência com a equipe que estava no México e acertar os último detalhes da minha viagem que seria na segunda.