• Capítulo Quatro - A gente está indo ver o papai?

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• ARIANA GRANDE •

A minha vida era um verdadeiro caos, mas tudo era amenizado quando a minha tia estava por perto. Meus pais queriam mostrar para ela que me criavam bem, então me tratavam da melhor forma possível.

Eu sabia que todo aquele bem estar era passeiro, mas ele também era melhor do que nada. Minha tia era a pessoa que mais me tratava bem, ela realmente gostava de mim e a sua morte é definitivamente uma tragédia, o mundo perdeu uma grande mulher.

Minhas malas já estavam prontas, assim como as das crianças. Mas, eu ainda não me sentia pronta o bastante para voltar ao lugar que me causou tanta dor, ainda mais para ver que a minha tia morreu.

- Méri. - Eu chamo pela minha melhor amiga. - Nós já estamos indo, eu te aviso quando eu tiver chegado, ok?

Minha melhor amiga desce as escadas do nosso apartamento correndo, segurando uma mala.

- Eu vou com vocês. - Ela me diz, respirando fundo pela correria.

- O quê? - Eu abro a boca chocada. - Você não pode largar o seu emprego por minha causa.

- Eu liguei para o meu chefe, cobrei as férias que ele estava me devendo e sem contar que eu jamais me perdoaria se eu não estivesse ao seu lado nesse momento. - Ela me olha, nos olhos. - Você já vai ter que voltar a um lugar que te faz tanto mal, vai ter que ver sua tia favorita nessa situação e ainda talvez ver o pai das crianças.

- Eu não vou vê-lo. - Digo, firme. - Vamos enterrar a minha tia e vamos embora.

Olhando para os meus filhos que estavam brincando, completamente distraído, eu senti que eles realmente mereciam ter algum contato com o pai.

Mas também sabia que ser rejeitado pelo seu pai pode ser bem mais doloroso do que nunca conhece-lo.

- De qualquer forma, nós somos como irmãs e sem contar que, se eu não for, quem vai te ajudar com esses dois pestinhas mais lindos do mundo? - Ela sorri.

- Eu não sabia que você iria, eu não comprei a sua passagem.

- Comprou sim, eu adicionei uma passagem de adulto extra porque eu já estava planejando isso. - Méri dá os ombros e eu acabo rindo. - Sim, eu sou a melhor amiga perfeita.

- Já que você vai comigo, o que vamos fazer com esse apartamento? - Eu ainda estou rindo dela.

- Vamos deixá-lo fechado, porque vamos voltar para cá. - Ela diz. - A não ser que você conheça algum gostoso no velório.

- Para com isso. - Eu faço careta. - Estamos indo para um enterro.

- Desculpa.

- Bom, crianças. - Eu chamo a atenção dos meus filhos. - Agora, a mamãe vai precisar que vocês dois se comportem muito.

- Por quê? - Austin cruza os braços. - Eu gosto de fazer arte.

- Eu amo esse garoto. - Méri segura o riso.

Ele é a cópia fiel do Justin.

- Mamãe, a gente gosta de brincar só. - Anelie sorri, com falsa inocência no olhar. - A gente não vai poder nem brincar?

- Vocês não vão poder fazer arte, porque a gente vai estar em um lugar totalmente novo, vamos em um aeroporto porque vamos viajar. - Eu conto a eles. - Então, eu preciso que vocês me prometam que vão se comportar.

- A gente vai viajar? - Os olhos de Austin brilham. - A gente nunca viajou antes, mamãe.

- Por isso que vocês têm que se comportar, porque se vocês gostarem, a gente pode fazer mais vezes. - Sorrio.

- A gente está indo ver o papai? - Minha filha me pergunta.

Sabia que se eu quisesse que eles realmente se comportassem bem, eu deveria prometer um prêmio ainda maior que mais uma viagem.

Eles queriam o pai e era isso que eu prometeria a eles, mesmo sabendo que eu não pretendia cumprir.

- Talvez.

- A gente vai se comportar. - Austin promete com um sorriso.

- A gente promete. - Anelie também sorri.

Meu Deus.

The Benefactor [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora